17/05/08

Choyonghan Kajok / The Quiet Family (1998)

A familia Kang (pai, mãe, tio, um filho e duas filhas) compra um alojamento na montanha. Estes aguardam ansiosamente o primeiro cliente que tarda em chegar. Finalmente, um homem aluga um quarto. A excitação não podia ser maior. Mas no dia seguinte encontram o homem morto na cama. Para não chamar a policia e evitar a má publicidade para o alojamento, decidem enterrar o corpo na montanha. Mais clientes chegam e as coisas parecem estar a compor-se mas, os Kang parecem estar destinados a ter azar. Entre suicídios, assassinatos e acidentes, a contagem de corpos aumenta drasticamente. Para ajudar à confusão, a policia começa a investigar o desaparecimento de dois homens e uma nova estrada que está a ser construída vai passar precisamente no sítio onde a família está a enterrar os corpos. As coisas ficam mesmo fora de controlo.
Esta obra-prima plena de humor negro foi escrita e realizada por Ji-woon Kim, responsável por outras pérolas como “A Tale Of Two Sisters” ou “Memories” (parte de “Three Extremes 2”), por exemplo. Esta foi, aliás, a sua estreia em filme de longa duração. No elenco temos In-hwan Park (Tae-gu Kang, pai), Mun-hee Na (Mrs. Kang, mãe), Kang-ho Song (Yeong-min Kang, filho), Min-sik Choi (Chang-ku Kang , tio), Ho-kyung Go (Mi-na Kang, filha) e Yun-seong Lee (Mi-su Kang, filha).
Fusão de ambientes e ideias de inspiração Hitchcock com o típico humor Coreano pautam este filme. Não há um único momento “morto” no filme, passo a expressão. As situações mais bizarras e invulgares não param de acontecer. O sorriso, por vezes amarelo, não sai das nossas caras um único segundo. E muitas gargalhadas acompanham. E o final… é impagável. Uma das melhores cenas, de entre muitas, é quando a certo momento temos a família sentada à mesa, prestes a iniciar o seu jantar, e a falar descontraidamente sobre como as suas capacidades de cavar buracos e enterrar corpos está a melhorar. Antes demoravam horas, agora conseguem-no fazer em meia hora. Como se estivessem a falar de uma coisa normalíssima. Na televisão estão a falar de espiões Norte-Coreanos que foram apanhados em flagrante no Sul. O filho da família diz, na brincadeira, que estes mereciam era ser enterrados vivos. Toda a família ri do comentário. Hitchcock na sua pura essência! O mestre do suspense é que gostava de pôr as pessoas a falar de morte durante as refeições. E a banda sonora cheia de material das linhas Rockabilly, Horrorpunk e Gothic Rock encaixa na perfeição (à excepção de um ou dois temas algo desenquadrados), no ambiente geral do filme.
Das melhores comédia negras que vi nos últimos anos, a par de, por exemplo, “The Trouble With Harry” de Hitchcock. Recomendo vivamente a fãs deste tipo de humor, fãs de Hithcock e fãs de cinema de terror e suspense asiático em geral.
Falta ainda referir que o filme foi alvo de uma nova versão por parte do polémico realizador Japonês Takashi Miike, sob o título “The Happiness Of The Katakuris” (Katakuri-ke No Kôfuku) em 2001. Ainda não vi esta versão, mas fiquei ansioso por o fazer. Segundo parece, Miike transformou a história num bizarro musical com zombies e outros que tais. Hum… chama a atenção. Mas, para já, aconselho o visionamento desta obra-prima Sul-Coreana. 95%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0188503/

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