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20/12/08

Jaka Sembung / The Warrior (1981)

A Indonésia encontra-se no caos. A pobreza é a ordem do dia e o povo é oprimido pelo governo Holandês. Mas um rebelde que dá pelo nome de Djaka Semboeng recusa-se a desistir. Semboeng inspira o povo a manter a oposição ao tirano regime. Van Shramm, o representante Holandês em Java, oferece uma recompensa pela morte de Semboeng e contrata um guerreiro chamado Kobar. Mas este é rapidamente derrotado pelo herói. Van Shramm contrata então um feiticeiro que ressuscita Kieten. Semboeng é aprisionado, torturado e cegado (os olhos são arrancados das órbitas). Mas a filha de Van Shramm apaixona-se pelo herói e ajuda-o a escapar. Um curandeiro ajuda-o depois devolvendo-lhe a visão através de um transplante. A luta final com Kieten e o “destronar” do tirano Van Shramm vai ter lugar.
Mais uma daquelas “atrocidades” Indonésias da década de 80 com Barry Prima como actor principal. Muita acção, algum Gore, magia negra, artes marciais mal ensaiadas, actuações medianas e uma péssima dobragem em Inglês que acentua ainda mais o carácter série B / trash do filme. E nós queremos melhor? É claro que não. Assim está muito bom. Mais um para os fãs deste tipo de filmes série B da velha escola vindos da Indonésia.
Há várias sequelas que eu ainda tenho de ver um dia destes mas, infelizmente, não há tempo para tudo e há tanto filme para ver. 80%
RDS

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IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0090295/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Jaka_Sembung
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05/11/08

Locusts (2005)

Num centro de pesquisa do Departamento de Agricultura na Virgínia, a subsecretária Maddy Rierdon (Lucy Lawless) descobre que o pesquisador Peter Axelrod (John Heard) desenvolveu no laboratório C-12 um supergafanhoto (cruzamento do gafanhoto australiano com o gafanhoto do deserto), que resiste aos pesticidas, consegue reproduzir-se mais rapidamente que o normal e consome muito mais comida. Sem ter tido conhecimento prévio da investigação, e apercebendo-se do perigo que estes gafanhotos podem representar para os humanos, Maddy ordena que eles sejam destruídos. Porém um dos encarregados em queimar os gafanhotos rouba alguns e, por um descuido, deixa que alguns escapem. Os gafanhotos começam a destruir as colheitas, atacar pessoas e a invadir todos os cantos dos USA.
Um filme de TV protagonizado por Lucy Lawless, baixo orçamento, argumento do mais simples possível, directo, sem muita tensão, alguma acção para “encher os olhos”, pouco desenvolvimento de personagens. Nada de especial. Mas não me interpretem mal, porque acaba por não ser mau de todo, dependendo das expectativas que cada um tem. As que eu tinha? Nenhumas. Um filme de TV de baixo orçamento, com ataques animais, e a Lucy Lawless? Dá para eu ver Domingo à tarde, “desligo o cérebro”, faço umas pipocas, ajeito-me no sofá. Diversão pura e simples. E assim foi.
Uma boa razão para ter visto este filme? A Lucy Lawless, pois claro! Ah, os velhos tempos de Xena e Hércules aos Sábados à tarde. 50%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0452640/

Wu Du / The Five Deadly Venoms (1978)

Preste a morrer, um instrutor de artes marciais incumbe o seu último aprendiz de uma tarefa. Este deve localizar um velho instrutor, já retirado, que tem em sua posse um tesouro do clã. Tem também de localizar 5 antigos aprendizes do moribundo, cuja identidade é desconhecida, até mesmo entre alguns deles, e verificar se estão a usar as suas capacidades para o mal e tentar obter o dito tesouro. O jovem aprendiz deve juntar-se com os que estão do lado do bem, e eliminar os que estão do lado do mal. Cada um destes 5 homens tem uma técnica própria baseada num animal venenoso (daí o título do filme): centopeia, cobra, escorpião, lagarto e sapo. O jovem aprendiz sabe um pouco de cada uma das técnicas, mas sozinho não consegue derrotar qualquer um deles, se tiver de o fazer, daí a necessidade de ter de se unir a algum deles.
Mais um fantástico filme de artes marciais da produtora Shaw Brothers que tive a oportunidade de ver. Mistério (não muito, a coisa percebe-se logo, à excepção do “escorpião” que acaba por ser uma surpresa), acção, artes marciais, algum humor tipicamente chinês, enfim, tudo o que torna tão bons os filmes da Shaw Brothers. É um dos meus favoritos ao lado de “The Jade Tiger” ou “Clans Of Intrigue”. 85%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0077559/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Five_Deadly_Venoms

27/10/08

Death Race 2000 (1975)

Estamos no ano 2000 (em 1975 era visto como o futuro). Uma guerra em 1979 deixou os USA num estado de caos. Uma brutal corrida de automóveis, autorizada pelo próprio presidente, tem lugar todos os anos e é considerada um desporto nacional. Os concorrentes ganham pontos por atropelar os peões e, quanto mais nova ou mais velha a pessoa, mais pontos vale. A Resistência foi criada por um grupo de cidadãos para lutar contra o presidente, o actual governo dos USA e a mortal corrida. Para isso, infiltraram uma pessoa na corrida.
Sangue alaranjado, carros a derrapar na terra, explosões absurdas, alguma nudez, algum “gore” (pouco se vê, mas a nossa imaginação consegue ser bem brutal), humor negro, boa disposição e uma banda sonora “kitsch” a condizer. E com nomes como David Carradine, (um ainda jovem) Sylvester Stallone ou Martin Kove, temos filme. Um verdadeiro clássico de 70s exploitation meus amigos!
Um “remake” intitulado “Death Race 3000” foi lançado neste ano de 2008. Ainda não o vi mas estou curioso para ver como ficou, se estará mais brutal, mais ligeiro, se perdeu a magia do original… Mas para já, recomendo vivamente o original. Diversão a rodos é garantida! 80%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0072856/

21/10/08

Planet Terror (2007)

Já vi este filme há algum tempo mas ainda não tinha tido tempo de escrever umas palavras sobre o mesmo. Nos primórdios deste blog, escrevi uma pequena apreciação sobre “Death Proof” de Tarantino, ficando este, assim como os “fake trailers” de “Grindhouse”, para mais tarde. Os cinéfilos mais calejados já devem saber que a ideia por detrás de “Grindhouse” não é nem original nem arrojada. Mas talvez não fosse essa a ideia de Tarantino e Rodriguez. Já sabemos que quase todos os filmes de Tarantino são influência directa e/ou tributo a filmes e géneros perdidos no tempo (“Jackie Brown”, “Kill Bill”, etc). Bom, mas como pouco se faz nesses meandros hoje em dia, este par de filmes é bemvindo. Os filmes (e por arrasto os “fake trailers”) não são originais e ficam até atrás de muitos clássicos do género. Mas passemos então a “Planet Terror”.
A história é um chavão e poderia identificar um qualquer filme de zombies / gore feito nos últimos 30 anos. Um gás experimental é acidentalmente libertado numa base militar do Texas. As pessoas expostas ao gás tornam-se, adivinhem, zombies mutantes sedentos de carne humana. O que se segue é a tentativa se sobrevivência de um grupo de pessoas unidas pelo acaso. Rodriguez busca influência nos filmes de série B e baixo orçamento de zombies, gore, ameaças biológicas, splatter e outros que tais. Muita acção, sangue, tripas, bizarria, humor ora negro ora absurdo (típico série B), efeitos especiais, uma banda sonora a condizer (do próprio Rodriguez). Tudo isto sempre com aquele ar de filme de baixo orçamento, com uma edição paupérrima cheia de falhas, uma fotografia tipo vintage e “falhas” na fita original (tudo elementos propositados, como é evidente). Não é, como já disse, nada de transcendental, e se querem algo “melhor” (daquele género: “tão mau que é bom”), procurem os clássicos. De qualquer maneira, este é muito melhor que o seu par e, tendo em conta o cenário cinematográfico actual, este tipo de aventuras é mais que aplaudido. Diversão garantida. Recomendo. 80%
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Planet Terror - Trailer

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Deixo ainda uma rápida apreciação aos “fake trailers” que acompanhavam “Grindhouse”:
Machete (Robert Rodriguez): Estava a ver que não via o grande Danny Trejo num papel principal. Sem bem que isto é apenas um trailer, embora rumor haja de que Rodriguez filmou cerca de 30 minutos de filme, pretendendo ir em frente com “Machete”. Pelo belo aperitivo, aguardo ansiosamente que isso se concretize. Exploitation do mais puro!
Thanksgiving (Eli Roth): Com o Eli Roth nos comandos, só poderia ser um slasher de contornos Gore do mais brutal. O humor negro constante torna-o divertidíssimo. Gostei muito.
Werewolf Women Of The SS (Rob Zombie): Rob Zombie toma inspiração na trilogia de filmes “Ilsa” e nos filmes de Nazisploitation. Mulheres com peitos generosos, nazis, torturas, e outros que tais, são os ingredientes. Os convidados especiais são de peso: Udo Kier, Bill Moseley, Sybil Danning, Nicolas Cage. Este também daria um excelente filme!
Don’t (Edgar Wright): Mais humor negro, desta feita o responsável é Edgar Wright (“Shaun Of The Dead”). Hilariante! Menos não se poderia esperar de Wright.
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Machete

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Werewolf Women Of The SS / Don't / Thanksgiving

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18/09/08

Ultraman Mebius And Ultra Brothers / Urutoraman Mebiusu Ando Urutora kyôdai (2006)

Em comemoração dos 40 anos da franquia Ultraman surge este filme que reúne algumas das personagens e actores originais. Neste “Ultraman Mebius And Ultra Brothers” uma coligação de monstros de diversas proveniências da galáxia é formada com o intuito de conquistar a Terra. Para os deter está Ultraman Mebius de Nebula M-78. Este é o sucessor de uma linhagem de Ultra Brothers que tem protegido a Terra de ataques por parte de monstros extraterrestres durante 40 anos. Os atacantes tentam acordar o super monstro U-Killer Zarus, o qual foi derrotado pelos Ultra Brothers há 20 anos atrás, e que se encontra adormecido na baía de Kobe. Mas Ultrama Mebius não consegue derrotar os extraterrestres sozinho e muito menos o poderoso Ultra Killer Zarus, tendo para isso ajuda de Ultraman, Ultra Seven, Ultraman Jack, Ultraman Ace, Ultraman Taro e Zoffy. E todos (excepção de Zoffy) são interpretados pelos actores originais! Querem melhor?
As ideias são as mesmas de sempre e a história não foge muito ao que já conhecemos de 40 anos de Ultraman. Os efeitos especiais são os típicos (e para que mudar?) e temos direito aos habituais fatos de borracha, aos seres humanos vestidos de extraterrestres / monstros com fatos bem “kitsch”, e às maquetes da cidade a 1/3 da altura dos heróis / monstros e que são destruídas pelos mesmos (e que propositadamente se nota que são maquetes). No campo dos efeitos especiais temos alguma ajuda de CGI em fusão com os tradicionais efeitos série B, mas não se preocupem os fãs porque isso não altera em nada a mística do filme. Para quem já conhece, é uma visualização obrigatória, quanto mais não seja pela participação dos actores originais. Para que não conhece, é uma visualização obrigatória para entrar no universo Ultraman. Eu gostei muito. Tem muita acção, cor, movimento, fantasia e divertimento a rodos (e alguma nostalgia também). Aconselho vivamente. 90%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0999922/

12/09/08

Kataude Mashin Gâru / The Machine Girl (2008)

Ami Hyuga (Minase Yashiro) é a protagonista desta loucura nipónica (mais uma!). Ela é uma rapariga normal, estuda no liceu, é popular, desportista e cheia de vida. Depois do seu pai ter sido injustamente acusado de homicídio e, junto com a sua mãe, terem cometido suicídio, Ami e o seu irmão Yu (Ryôsuke Kawamura) ficaram órfãos. Ao mesmo tempo que estudam no liceu, estes tentam levar uma vida normal. Mas Yu e um amigo deste são vítimas de abuso (o chamado “bullying”) por parte de um filho de um Yakuza e o seu bando de jovens delinquentes. Até que um dia a coisa chega ao extremo e o bando mata os dois amigos. Ami começa a investigar para saber a verdade sobre quem matou o seu irmão. Esta acaba por ir para a casa dos Kimura onde é torturada e lhe é cortado o braço esquerdo com uma espada ninja. Junto com Miki (Asami), a mãe do outro rapaz assassinado, esta inicia uma vingança brutal.
Muito gore, sangue, membros decepados, tortura, violência extrema, um soutien com perfuradora, espadas ninja, uma arma ninja que arranca cabeças, etc. Um verdadeiro festim para os olhos. Tudo condimentado um humor típico do género, ou seja, um filme que não se leva a sério. Os efeitos especiais são na sua maioria primitivos, mas esse é mesmo o propósito. Ora são pequenos sacos com “sangue” ou mangueiras escondidas na roupa, cortes de imagem para colocar bonecos no lugar dos humanos no “momento da verdade”, etc. Tudo com aquele toque de série B que nós tanto gostamos. Um cheirinho a 70s exploitation (notório na fotografia) e/ou 70s Pinku ajuda ao resultado final. A banda sonora de fusão Rock e orquestral também está fabulosa e contribui para o ambiente geral. A isso adicionem ainda a típica loucura nipónica e temos filme! Para quem gosta de Gore / Splatter, “The Machine Girl” é diversão garantida do início ao fim. Apenas para fãs do género (“Braindead”, “Evil Dead” e outros que tais…). 90%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt1050160/

09/09/08

Jiang Hu / Gong Wu / Blood Brothers (2004)

A acção do filme desenrola-se em apenas uma noite. Hung (Andy Lau) é o chefe de uma tríade de Hong Kong. “Left-Hand” (Jacky Cheung) é o seu melhor amigo e braço direito na tríade. Nessa mesma noite Hung descobre duas coisas, que a sua mulher deu à luz um filho, e que está alguém a tentar assassiná-lo. “Left-Hand” diz-lhe para sair de Hong Kong, ir para a Nova Zelândia com a sua família, e deixar os negócios nas suas mãos. Este diz que vai ficar e não vai fugir. A relação entre os dois fica abalada. “Left-Hand” envia os seus homens para assassinar os 3 suspeitos da tentativa de assassinato, “Tall Man” (Eric Tsang), “Big Lungs” (Norman Chu) e “Figo” (Kiu Wai Miu), chefes menores na tríade. Mas Hung tem outros planos e pretende mostrar ao amigo o verdadeiro sentido do termo “irmão de sangue”.
Em paralelo, seguimos as aventuras e desventuras de outras duas personagens, Yik (Edison Chen) e Turbo (Shawn Yue), que lutam por poder e pelo seu lugar no submundo. A Yik foi atribuída a missão de assassinar o chefe de uma tríade. Este pede ao amigo Turbo para o acompanhar. Este trabalho dar-lhes-á a hipótese de subir no gangue.
Os actores, na sua grande maioria caras conhecidas da trilogia “Infernal Affairs”, estão ao mais alto nível, em especial os 4 principais. Os momentos altos do filme são a conversa no restaurante entre Hung e “Left-Hand” e a revelação final. Muita gente gosta de dizer, depois de ver um filme, que já estava à espera do desenlace, ou que já se havia apercebido de pormenores que só nos são apresentados no final. Pois, se alguém me disser isso em relação e este “Jiang Hu” / “Gong Wu”, não vou acreditar por certo. O que parecia uma coisa, no final é outra. E só mesmo depois da revelação é que temos outra visão da totalidade do filme. Genial! Gostei muito, como já disse, da “performance” dos actores principais (Andy Lau sempre no seu melhor), da realização de Ching-Po Wong (muito trabalho de câmara, ângulos interessantes, “slow motion” e outros que tais; por momentos algo exagerado é certo) e da banda sonora de Mark Lui. Há alguma acção, mas não muita, centrando-se o filme essencialmente na relação entre as personagens principais. Se querem perseguições, movimento, tiros e bombas, então este não é o filme certo para vocês. Apesar da grande preocupação de Ching-Po Wo no estilo do filme e na sua componente visual, este também tem uma história fabulosa. É simples, é certo, mas bem contada e eficaz. Apesar de não ser uma obra-prima, é interessante. Algo parado se estão à espera de mais movimento (mais uma vez, filme errado) mas compensador se querem algo com mais substância. Recomendo.
Deixo no final uma das frases marcantes do filme, em que Hung diz a “Left_Hand” (em inglês, sorry!): “How do you want me to say it? I say, you don't listen. If you listen, you don't understand. If you understand, you won't do it. If you do it, you do it wrong. If you do it wrong, you won't correct it. If you correct it, you're not happy. If you're not happy, you won't say. How do you want me to say it?”. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0415080/


08/09/08

Jam Films 2 (2004)

“Jam Films 2” é o segundo volume desta antologia Japonesa. Enquanto que no primeiro volume temos direito a 7 curtas-metragens, aqui temos apenas 4 a rondar os 30 minutos cada. No geral, o 1º volume é muito mais apelativo a fãs de cinema alternativo e, em especial, Japonês. No entanto, este também tem os seus pontos de interesse. Os 4 realizadores convidados não têm experiência na indústria cinematográfica mas têm créditos firmados na realização de videoclips musicais. Passo então a descrever sucintamente cada uma das 4 curtas.

1ª Curta: “Kijo No Kuron (An Armchair Theory)” (“Japanese Tradition”). Realizada por Junji Kojima. Esta é a mais hilariante de todas, uma sátira aos vídeos de “know-how”. O que aqui temos é uma espécie de documentário que nos explica passo-a-passo, com algumas técnicas e dicas, o que devemos fazer no complicadíssimo mundo do romance. Basicamente, como “engatar” uma miúda no Japão. Hilariante! 85%
2ª Curta: “Clean Room”. Realizada por Eiki Takahashi. Esta é mais filosófica. Uma adolescente vive encerrada numa bolha de plástico, afastada do mundo, afastada de tudo e todos. Certo dia ela acaba por arriscar e sair da bolha. As coisas não são bem o que parecem. Gostei desta curta mas acaba por se tornar algo aborrecida se não estivermos com o devido estado de espírito. Gostaria de dizer que consegui analisar tudo na perfeição. Não foi o que aconteceu. É daquele tipo de filmes que só os intelectuais conseguem dissecar. Mesmo assim, vale a pena. 70%
3ª Curta: “Hoops Men Soul”. Realizada por Hidenori Inoue. Este é daqueles filmes em que, desde o início até ao fim, tenho de vontade de fazer “fast-forward” (coisa que eu nunca faço). Detestei ao máximo. Muito americanizado (a cultura de rua, basquetebol, Hip Hop, a acção linha gansgter, etc). O pai de uma rapariga deve imenso dinheiro a uns agiotas. Para saldar a dívida, este entrega a sua própria filha. O namorado tenta arranjar dinheiro para pagar a quantia em causa e salvar a rapariga. Parece simples, e até é, mas a história tem tanta coisa diferente à mistura que não encaixam bem e há imensas ideias que não fazem sentido. O final então é absurdo. Detestei. 5%
4ª Curta: “Fastener”. Realizada por Kouki Tange. Esta é talvez aquela em que se nota mais a influência do mundo dos videoclips musicais. Tanto a nível de história, como fotografia e efeitos especiais. É inspirado no tema “Fastener” dos Mr. Children. Muito surrealismo nesta curta-metragem. Um idoso revive memórias de infância no seu leito de morte. A criança vai-se apercebendo aos poucos de que os adultos vivem toda a sua vida atrás de máscaras. A par com a 1ª curta, os dois melhores momentos de “Jam Films 2”. 90%
RDS

Website Oficial:
http://www.jam-films.com/2/
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0995726/

03/09/08

Phairii Phinaat Paa Mawrana / Vengeance (2006)

Um jovem polícia chamado Wut persegue uns criminosos que escaparam da prisão, entre os quais se encontra Nasor. Sem ter conhecimento disso, estes partilham um passado. Alegadamente, o pai de Wut assassinou o pai de Nasor por causa de uma valiosa moeda que trouxeram da floresta. O Capitão Wut, juntamente com alguns dos seus subordinados, um guia e a sua filha, perseguem os criminosos no centro de uma selva que se diz estar amaldiçoada. Nenhum dos dois sabe que a moeda que Nasor roubou os liga, e que esta o factor primordial para a maldição que assola a floresta proibida de Thai-Myanmar. Ao longo da jornada estes são atacados por insectos assassinos, uma serpente gigante e outras criaturas demoníacas e vampíricas.
A realização está fantástica; alguns efeitos especiais são bons, outros são tipicamente série B (todo o filme tem este ambiente) mas agradam na mesma (para quem gosta deste material de baixo orçamento); os actores estão acima da média; a história, apesar de ser simples, é eficaz (mas queremos mais nestes tipo de filme?!); e, finalmente, a banda sonora adequa-se na perfeição ao ambiente do filme. É pena a fotografia não estar melhor pois, na maior parte do filme, está tudo muito escuro e nãos e notam certos pormenores, factor importante neste tipo de filmes de fantasia e/ou terror. O filme demora um bom bocado a desenvolver mas, assim que se chega aos 25 minutos finais, a acção, suspense, terror e fantasia não param durante um segundo. Gostei da revelação final, da qual não estava mesmo à espera! Gostei. Não é uma obra-prima mas é puro entretenimento que irá agradar a fãs de acção, terror, suspense e, até, ficção-científica. Muito melhor que algumas das atrocidades que têm saído dos USA nos últimos anos. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0780116/

01/09/08

Ultraman: The Next (2004)

Em comemoração dos 40 anos deste herói japonês, Ultraman, eis que surge um novo filme e uma nova aventura. Esta faz parte do Ultra N Project que inclui também Ultraman Noa (live stage), Ultraman Nexus (série de TV) e um novo “manga”. O piloto de caças Maki (Tetsuya Bessho) é dado como morto após uma colisão com um misterioso meteorito. Mais tarde este é encontrado vivo mas, não é mesmo Mike de antes do acidente. Ao mesmo tempo um misterioso monstro assola Tóquio e destrói tudo o que se encontra no seu caminho. Esse poderoso monstro, que foi apelidado de “The One”, absorve o poder dos diversos animais que encontra no caminho para obter mais poder. A batalha entre os dois é inevitável. Uma história simples mas eficaz (e queremos mais neste tipo de filmes?); excelentes efeitos especiais; muita acção e fantasia; uma óptima realização (Kazuya Konaka); um bom elenco e uma bombástica banda sonora (algures entre o típico “score” para os filmes de monstros Japoneses, vulgo “kaiju”, filmes de acção toscos dos 80s e algum Hard Rock), é o que encontramos neste “Ultraman: The Next”. Vale a pena para os fãs de Ultraman e não só. Não é uma obra-prima, longe disso, mas é puro entretenimento do início ao fim! 80%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0471414/

22/08/08

The Sword And The Sorcerer (1982)

Cromwell de Aragon (Richard Lynch) ressuscita o maléfico feiticeiro Xusia (Richard Moll) e usa a sua magia negra para conquistar o trono do Reino de Ehdan, pertencente ao Rei Richard (Christopher Cary). Cromwell assassina toda a família real mas o Príncipe Talon (Lee Horsley) consegue escapar. Para sobreviver, este esconde-se e, com o passar dos anos, acaba por se tornar um grande guerreiro, com um grupo de homens ao seu serviço. Este é contratado pela Princesa Alana (Kathleen Beller) para salvar o seu irmão, o Príncipe Mikah (Simon MacCorkindale), legítimo sucessor ao trono, das garras de Titus Cromwell. Este filme de “sword and sorcery” escrito e realizado por Albert Pyun vem carregado de acção, fantasia, algum Gore, algum humor e aquele ambiente típico de série B. Heróis, guerreiros, espadas, feitiçaria, tudo faz parte e satisfaz em pleno os amantes do género. Os actores principais estão ao seu mais alto nível (em especial Horsley e Lynch); o trabalho de fotografia é fabuloso; a banda sonora de David Whitaker adequa-se na perfeição; a espada de 3 lâminas (que disparam) de Talis é um “must”; apesar de algumas deixas serem simples e derivativas, a história tem alguma complexidade para nos manter atentos. Mas, infelizmente, não há só aspectos positivos. A história tem uma falha enorme ou, então, fui eu que não percebi esse ponto (assim como toda a gente que já viu o filme). Sem querer estar a arruinar o vosso visionamento, se Talion é o filho do Rei e o trono é seu por direito, o que é que aconteceu no final? É algo confuso. Vejam o filme e depois digam qualquer coisa. Apesar deste pormenor, no final de contas, o saldo e positivo. Um excelente filme série B de “sword and sorcery” ao mais alto nível, capaz de agradar a apreciadores de Conan, Kull, etc. 80%
RDS


IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0084749/


15/08/08

Kull The Conqueror (1997)

Este filme é baseado na personagem e nas histórias de Robert E. Howard (criador de Conan na década de 30; colaborador da Weird Tales; amigo de H.P. Lovecraft; cometeu suicido em 1936 com apenas 30 anos de idade).
Um bárbaro chamado Kull (Kevin Sorbo) torna-se rei pelas próprias mãos do anterior monarca, o qual acabou de matar. Mas os herdeiros do rei não se conformam e tentam assassinar Kull e recuperar o trono. Para isso ressuscitam uma velha rainha feiticeira chamada Akivasha (Tia Carrere). Estes conseguem retirar Kull do caminho mas o guerreiro, com a ajuda da profeta Zareta (Karina Lombard) e do seu irmão, o sacerdote Ascalante (Litefoot), parte à procura do gélido bafo de Volka, a única coisa capaz de deter a feiticeira e os seus maléficos planos de reinar sobre um manto de escuridão.
Sorbo está no seu melhor (ou pior, dirão as más línguas) pois este tipo de personagem é a sua imagem de marca (para quem não sabe ainda, “shame on you”, este é Hércules em “Hercules, The Legendary Journeys”); Tia Carrere não é certamente uma das melhores actrizes de sempre, longe disso, mas cumpre o seu papel como a maligna Akivasha e até dá um certo ar de série B ao filme; Thomas Ian Griffith está bem no papel do General Taligaro, assim como Litefoot representa bem o sacerdote Ascalante. O único senão é Karina Lombard. Já vi representações piores, isso é certo, mas Lombard arruína por completo o filme. E o pior nem é a representação mas sim a sua voz grave que chega a ser insuportável. Outra actriz como Zareta e a película teria ficado muito melhor.
Muita acção, fantasia, um trabalho de fotografia sensacional, uma banda sonora soberba e, “a cereja no topo do bolo”, aquele “feeling” de filme de série B sempre adequado a películas de “sword & sorcery”.
Outro ponto positivo do filme é a banda sonora da responsabilidade de Joel Goldsmith. A fusão de composições orquestrais sinfónicas com Heavy Metal adequa-se na perfeição à história e a todo o cenário épico desta obra de “sword & sorcery”. Esta é daquelas bandas sonoras que se aguenta por si só sem ser necessária a visualização do filme. Recomendo tanto o filme como a banda sonora. 80%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0119484/

Cheonnyeon Ho / Legend Of The Evil Lake (2003)

Há mil anos atrás o espírito de um maligno feiticeiro foi aprisionado no lago pelo primeiro imperador do Império Chilla. Este é libertado e apodera-se do corpo da bela Já Woon-bi (Hyo-jin Kim), esposa do General Biharang (Jun-ho Jeong), com o único propósito de se vingar, eliminado a dinastia que assassinou a sua gente, e o aprisionou no lago durante um milénio. O General Biharang encontra-se num dilema emocional pois tem de destruir o espírito mas, ao fazê-lo, irá matar a sua amada esposa. É esta a simples premissa deste filme. Como habitual nos filmes Sul-Coreanos do género, temos direito a uma fabulosa fusão de fantasia, romance, drama, acção e, neste filme em particular, até algum terror. Muito movimento, performances acima da média, efeitos especiais fantásticos, um trabalho de fotografia sensacional e muita emoção. Por muitos filmes que se vejam com as mesmas fórmulas repetidas até à exaustão, é difícil ficarmos impávidos e serenos a toda a tensão e emoção que se cria desde o início até ao fim (neste em especial, um momento melodramático extremo tipicamente Sul-Coreano). É um dos melhores filmes Sul-Coreanos de fantasia que já vi e, como já referi, foi-me difícil tirar os olhos do ecrã durante os cerca de 95 minutos. Sou um fanático da fantasia, o que fazer?! Recomendo a quem gostou de “Bichunmoo”, “The Restless”, “The Duelist” e outros similares. 85%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0377633/

30/05/08

Supêsutoraberâzu / Space Travelers (2000)

Um trio de amigos decide roubar um banco com o propósito de conseguir dinheiro para realizar um sonho de crianças. As coisas não correm da melhor maneira e eles acabam por ficar fechados no banco com vários reféns e a polícia a cercá-los. Por incrível que pareça, a certa altura, os jovens amigos conseguem fazer com que alguns dos reféns alinhem com eles. Estes apresentam-se então à polícia encarnando as personagens do anime (animação Japonesa) favorito de um deles, The Space Travelers.
Fusão de comédia, drama e acção, este é daqueles filmes que, à partida, parece ser uma simples fita para nos divertir durante um par de horas. Um grupo de amigos tenta roubar um banco e a coisa corre mal. Mas esta não é uma simples comédia de Hollywood, e sim um filme Japonês (não que isso só por si seja sinónimo de qualidade, mas já ajuda muito) com um argumento bem mais complexo do que parece à primeira. Pelo menos, é um daqueles argumentos em que temos de ler nas entrelinhas pois há aqui muita coisa a analisar durante todo o filme, tais como as personagens, as suas ambições, sonhos, interacções, amizade, amor, etc, assim como um humor bem mais intelectual do que aquele habitual nas loucas comédias nipónicas. Durante os 126 minutos que dura “Space Travelers” não conseguimos tirar os olhos do ecrã durante um segundo. O humor é constante; o suspense é intenso; e as histórias por detrás da grande maioria das personagens (não exploradas ao máximo, dando-nos apenas algumas informações pois as personagens centrais são os 3 amigos) são interessantes o suficiente para nos manter atentos. Como habitual nos filmes Asiáticos, a certa altura o filme toma outras proporções, deixando de lado o humor e centrando-se nos jovens, nas suas ambições e sonhos, atingindo limites dramáticos extremos. Acreditem que vão ter tempo para rir (muito) e divertir-se (muito também) mas também para (quase ou mesmo) chorar. Aviso já, o final pode não vos agradar, mas dá outra dimensão à história. Vale a pena. E muito! 90%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0243573/

29/05/08

Bichunmoo (2000)

Estamos na Coreia do século XIV, Dinastia Chinesa Yuan. O país está sob o governo dos Mongóis. Um casal de apaixonados, Jinha (Shin Hyun-june) e Sullie (Kim Hee-sun), filha ilegítima de um Comandante Mongol, são apanhados no meio. Com o objectivo de formar uma aliança, o pai de Sullie, Taruga (Hak-cheol Kim), planeia casá-la com um poderoso senhor da guerra Chinês. Entretanto Jinha, cuja família foi assassinada por Taruga, fica a par do verdadeiro responsável pela sua tragédia. Movido pelo ódio e, este inicia a aprendizagem da secreta arte marcial do Bichun, um legado de família. A busca do pergaminho sagrado por parte de Jinha é, por diversas vezes, impedida por outros na procura do mesmo segredo. Num destes confrontos, Jinha é salvo por Junkwang, um rico e poderoso filho de um Lorde Han. Mas por um acaso do destino, esse é o homem com quem Sullie terá de casar. Quando Junkwang sabe do amor entre os dois jovens, planeia o assassinato de Jinha.
A história deste filme Sul-Coreano, baseado numa banda desenhada, segue uma linha muito similar à do clássico de Shakespeare, “Romeu e Julieta”. Dois jovens que se amam e não conseguem estar juntos por razões externas à sua vontade, não sendo neste caso devido a famílias rivais, mas por razões políticas que envolvem as proveniências dos amantes. Mas é claro que estamos a falar de uma versão “swordplay fantasy” feita na Coreia Do Sul. O que quer isso dizer? Tem muita acção, aventura, artes marciais, fantasia, romance e o típico melodramatismo exacerbado dos filmes Sul-Coreanos. A fotografia, como habitual neste tipo de filmes, é soberba. Belas paisagens com tons de cor pastel criam um festim visual e fazem fundo para todo o movimento e coreografias de artes marciais. A fantástica banda sonora, também para não variar, ajuda muito ao clima. A história é simples, derivativa e tem algumas falhas, que passam quase despercebidas, mas cumpre o seu objectivo principal que é entreter a audiência. Os actores, na sua grande maioria, cumprem também o seu papel na perfeição. Não esperem uma obra-prima pois “Bichunmoo” fica apenas um pouco acima da média. Não é dos melhores do género, mas tem todos os ingredientes para satisfazer quem gosta do estilo. Para fãs de filmes asiáticos de fantasia e artes marciais plenos de movimento e com um aspecto visual riquíssimo. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0278351/

17/05/08

Screamers (1995)

Planeta Sirius 6B. Ano de 2078. Este planeta mineiro foi devastado pela guerra. Os cientistas criaram uma arma letal com base em inteligência artificial que consiste numa lâmina giratória. Estas armas, chamadas “Screamers”, que conseguem duplicar-se a si mesmas, “vivem” debaixo de Terra e têm uma única missão que consiste em eliminar todos os inimigos que encontram. Com o passar do tempo, os próprios “Screamers” conseguiram criar outro tipo de armas mais perigosas e mais evoluídas. O Coronel Hendricksson (Peter Weller, “Robocop”), líder de um grupo de sobreviventes da Aliança, está farto da maneira como os líderes políticos estão a lidar com a situação da guerra e decide negociar a paz com os soldados do NEB (New Economics Bloc). Mas o Planeta está cheio de “Screamers”, tanto originais como dos novos modelos.
“Screamers”, datado de 1995, é um filme de ficção científica distópica baseado no conto “Second Variety” de Philip K. Dick, escritor do conto “Do Androids Dream of Electric Sheep” que serviu de base ao clássico de 1982 “Blade Runner”. O argumento para este filme foi escrito por Dan O’Bannon e Miguel Tejada-Flores.
Em primeiro lugar, estamos a falar de um filme de ficção científica, centrado numa sociedade distópica, logo os exageros são típicos e bemvindos. Em segundo lugar, o orçamento para o filme era baixíssimo. Dito isto, não esperem nada ao nível do já mencionado clássico de 1982, nem nada que se pareça a filmes com orçamentos astronómicos como “Star Wars” ou “Matrix”, para mencionar alguns mais conhecidos. Não sendo excepcional, nem a nível de história (muito simples), nem a nível de efeitos especiais (poucos, mas eficazes), não deixa de ser um bom filme, bem acima da média. A actuação de Peter Weller não é digna de louvores, mas o Coronel Hendricksson está credível. Certos “blockbusters” de Hollywood têm muito menos essência e performances bem mais sofríveis do que “Screamers”. Mas claro está, isto vindo de um fã de sci-fi e logo, suspeito ao dizer isto. Recomendo apenas a fãs “diehard” do género. Os outros afastem-se rapidamente e vão alugar os filmes premiados com Oscars. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0114367/


10/05/08

Escape From L.A. (1996)

15 anos depois do original “Escape From New York” (1981), John Carpenter volta a atacar com uma sequela. Desta feita tem a colaboração no argumento do próprio Kurt Russell e de Debra Hill. E, mais uma vez, Carpenter foi também responsável pela banda sonora (com a colaboração de Shirley Walker). Além de Russell, temos em EFLA um fantástico rol de actores e actrizes, a saber, Stacy Keach (como o Comandante Malloy), Steve Buscemi, Pam Grier, Michelle Forbes, Valeria Golino, A.J. Langer, Cliff Robertson, entre outros.
Estamos em 2013. Existe uma nova ordem nos USA. O país tem como Presidente (Cliff Robertson) um moralista que proibiu coisas como sexo extra marital, álcool, tabaco, carne vermelha, o culto de outras religiões, etc (a ficção não é lá muito diferente da realidade, pois não?). Depois de um terramoto, Los Angeles, uma cidade extremamente imoral aos olhos do novo Presidente, fica separada do resto do continente e deixa de ser considerada território Norte-Americano. Esta passa a ser uma ilha destinada a deportar não só os criminosos, mas também os indivíduos que por irem contra a “nova ordem” perdem a sua cidadania. Tal como no filme original, Snake Plissken (Russell) volta a ser “convidado” a entrar em Los Angeles para levar a cabo uma missão suicida. Aqui é também injectado com um vírus mortal, ficando apenas com 9 horas para completar a sua missão e, só depois disso, lhe será administrado o antídoto. Desta feita, ele tem de recuperar um aparelho que pode desligar qualquer sistema na face da Terra e deixar um país, ou até mesmo o mundo inteiro, sem qualquer tecnologia moderna. Deixá-lo na idade da pedra, por assim dizer. Este aparelho foi roubado do Presidente pela sua própria filha Utopia (A.J. Langer) que foge com o seu novo namorado Cuervo Jones (George Corraface), um guerrilheiro de origem latina com fortes semelhanças físicas a Che Guevara. Plissken tem de recuperar o aparelho em tempo recorde e matar Utopia a mando do seu próprio pai. Durante o filme vemos Russell a fazer surf bem no meio de Los Angeles, assim como a sobrevoar a cidade em asa delta, perseguir a comitiva de Cuervo de mota, etc. Muita acção e movimento, isso é garantido! E para o ajudar a criar confusão este tem a ajuda de “Map To The Stars” Eddie (Steve Buscemi), Hershe Las Palmas (Pam Grier), Taslima (Valeria Golino) entre outros. Desde o argumento (cópia descarada do filme original), aos efeitos especiais quase série B, até à prestação exagerada de Russell, tudo é muito kitsch, cliché e caricaturado, mas é tudo propositado. Carpenter e Russell conseguem em “Escape From L.A.” uma bela sátira, tanto ao clássico de 1981, como à grande maioria dos estilizados filmes Norte-Americanos de acção, policiais, ficção científica, sequelas sem imaginação, etc, recorrendo a um sem número de clichés dos mesmos. Não é tão bom como o original, lá isso é verdade, mas é um excelente filme direccionado para quem é fã desse clássico de 1981, ficção científica, distopias, acção, policiais e até westerns. E, como alguém disse no IMDB, este tem um dos melhores finais de sempre. É ver para constatar. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0116225/

09/05/08

Mou Gaan Dou / Infernal Affairs – Trilogia (2002 & 2003)

Mou Gaan Dou / Infernal Affairs I (2002): Chan Wing Yan (Tony Leung) é um polícia infiltrado nas tríades de Hong Kong. Do mesmo modo, Lau Kin Ming (Andy Lau), membro de uma tríade, infiltra-se na polícia. Chan encontra-se infiltrado há vários anos e tem vindo a subir na hierarquia da tríade. Também o Inspector Ming tem vindo a subir na sua carreira, até ao ponto de ser encarregado dos “Assuntos Internos” (“Internal Affairs”) para, imagine-se, encontrar a “toupeira” que a tríade tem na força de polícia. Ambos vão informando os seus respectivos chefes, respectivamente o Superintendente Wong Chi Shing (Anthony Wong) e Sam (Eric Tsang), dos seus passos no campo inimigo. Chan quer deixar de ser infiltrado, mas apenas o Superintendente Wong sabe a sua verdadeira identidade, a qual guarda no seu computador, numa ficha que está fechada com uma senha. Tanto Chan como Ming, mas principalmente Ming, começam a ficar confusos sobre a sua vida e o seu papel principal. Começam a questionar-se se estão de um lado ou do outro. Chan já não sabe se é bom ou mau. Ming também começa a pensar apagar o seu passado para passar a ser um polícia de verdade. Os dois lados da equação, polícia e tríade, tentam desesperadamente apanhar a “toupeira” que está no seu lado. Chan e Ming são apanhados num turbilhão de situações extremamente difíceis.
Além dos nomes atrás mencionados, outros nomes da cena de Hong Kong fazem parte deste fantástico policial, tais como: Lam Ka Tung, Ng Ting Yip, Wan Chi Keung, Dion Lam, Chapman To, Edison Chen, Shawn Yue, etc. Todos os actores e actrizes estão ao mais alto nível, principalmente Tony Leung, Andy Lau e Anthony Wong. O argumento é fantástico. Além da complexidade do mesmo a nível da história central, as personalidades das personagens são muito bem exploradas, o que dá uma dimensão mais humana às mesmas. A certo ponto do filme estamos tanto do lado de pessoas da polícia como da tríade. Mesmo sabendo o que algumas delas fazem ou fizeram! É difícil, a certo ponto, distinguir entre o bem e o mal. Nem mesmo as personagens o sabem fazer. E a vida real é mesmo assim. Num filme do género, vindo de Hollywood, temos o bom que é mesmo bonzinho, e o mau da fita que é mesmo mauzão. Aqui temos situações reais, com diversos tons de cinzento. Isso deixa-nos a pensar, e muito, sobre algumas das atitudes das personagens. A realização, essa é soberba. A banda sonora de Chan Kwong Wing é um excelente complemento ao drama, à tensão e à acção do filme. Um dos melhores policiais, se não o melhor, que vi nos últimos anos. Recomendo vivamente. 95%
IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0338564/

Mou Gaan Dou II / Infernal Affairs II (2003): O volume II de “Infernal Affairs” é uma prequela onde se apresentam os passados das várias personagens. Aqui ficamos a saber muito do que aquilo que nos foi dado a conhecer no filme original. As personagens principais Ming e Chan, aqui mais jovens, são representadas por Edison Chen e Shawn Yue, respectivamente. Apesar de não terem a experiência dos seus pares Lau e Leung, os jovens safam-se muito bem e conseguem transpor para o ecrã as personalidades das suas personagens. A história neste 2º volume inicia com a expulsão de Chan Wing Yan (Shawn Yue) da academia de polícia. Como já é conhecido do 1º filme, o Superintendente Wong incumbiu-lhe a tarefa de se infiltrar numa tríade de Hong Kong liderada pelo seu meio-irmão Ngai Wing-Hau (Francis Ng, numa prestação ao mais alto nível, tal como os outros actores). Quanto a Ming, a trabalhar para Sam e a sua esposa Mary Hon (Carina Lau), foi-lhe dada a tarefa de matar o pai de Hau e infiltrar-se na polícia. Não tão bom quanto o primeiro, mas mesmo assim muito acima da média, este “Infernal Affairs II” revela-nos o passado das personagens que conhecemos de IA-I e outras “novas” (é uma prequela!) que nos vão ajudar a perceber melhor todo o enredo, as personagens, as interacções entre as mesmas, e muitos outros pormenores. Quem gostou do primeiro, continue com este que continua bem! 80%
IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0369060/

Mou Gaan Dou III: Jung Gik Mou Gaan / Infernal Afairs III (2003): A terceira e derradeira etapa desta fantástica trilogia policial de Hong Kong. Neste voltamos a ponto em que ficamos no final do primeiro filme. Ming (Andy Lau de novo a encarnar a sua personagem), ainda a trabalhar nos “Assuntos Internos”, suspeita que o Superintendente Yeun Kam Wing (Leon Lai) é uma “toupeira” das tríades. É neste, e noutros pressupostos secundários, que se centra parte da acção de AI-III. A outra parte do filme é composta por complementos em forma de “flashbacks”. Em AI-III temos quase todas as personagens dos dois filmes anteriores a fazerem aparições, mesmo as que morreram, pois muitas coisas que não sabemos são contadas nos já referidos “flashbacks” que nos fornecem informações complementares para a globalidade da história. Preparem-se para estar com muita atenção porque as coisas podem ficar muito confusas com os constantes, e principalmente aleatórios, saltos no tempo. Um dos pontos que gosto muito neste AI-III é a interacção entre Chan (Tony Leung) e a sua psicóloga Lee Sum Yee (Kelly Chen). São passagens mais ligeiras e engraçadas que ajudam a descontrair, ainda que por breves momentos, de toda a tensão e drama que envolve a história geral.
Ao contrário da maioria das trilogias feitas nos USA, nas quais o 3º filme é um fechar da história e tem um final com um clímax exagerado, aqui o 3º filme serve para complementar. Depois de ver AI-III ficamos com uma perspectiva mais alargada de tudo. Este é, portanto, um filme que não pode ser visto “sozinho”. Tem de se ver obrigatoriamente depois de AI-I e AI-II. Uma boa maneira de fechar a trilogia. 80%
IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0374339/

Nota à parte: “The Departed”, o já obrigatório remake Norte-Americano? Ainda não vi. Até hoje ainda estou reticente. Mas vou apanhar coragem e faço-o qualquer dia destes. Depois faço uns comentários aqui nesta Zona.


IA1 - Trailer

IA2 - Trailer


IA3 - Trailer

11/04/08

Soldier (1998)

Bebés do sexo masculino são seleccionados à nascença para fazerem parte de uma elite de soldados duros, frios, sem emoções, autênticas máquinas de guerra. Para o efeito, desde a nascença e até à idade adulta que são alvos de lavagens cerebrais e um treino físico extremo. Meados do século XXI. Um dos jovens que vimos durante os primeiros minutos de filme, Todd (Kurt Russell), é já um adulto. É um dos melhores soldados da sua unidade. No entanto, uma nova elite geneticamente alterada toma o lugar dos veteranos. Todd tem de lutar com um desses novos soldados, Caine 607 (Jason Scott Lee) para provar que ainda é um soldado com potencial. No entanto este é vencido e, no final da luta, pensam que está morto. O seu corpo é largado, junto com lixo tecnológico, num planeta desabitado. Mas este planeta não está desabitado e Todd encontra uma colónia de refugiados. Aqui ele é confrontado com outra realidade que não a dele, tendo de conviver com civis e, principalmente, mulheres e crianças. A sua humanidade começa a despertar. A nova raça de soldados faz uma missão de treino no dito planeta e tem ordens para eliminar toda e qualquer forma de vida, se esta existir, mesmo que seja inofensiva. Todd tem de lutar ao lado da sua nova comunidade.
“Soldier” foi escrito por David Webb Peoples, que também escreveu os argumentos para “Blade Runner” (1982) ou “Leviathan” (1989), e realizado por Paul W.S. Anderson. Além dos atrás acima referidos temos também a participação de Jason Isaacs, Connie Nielsen, Gary Busey, James Black, Michael Chiklis ou Sean Pertwee, entre outros. Um elenco de luxo, portanto.
Muita gente teima em comparar “Soldier” a “Blade Runner”, talvez pelo facto de David Peoples ter escrito ambos argumentos. Isto leva, invariavelmente, a uma certa desilusão. Não se podem comparar os dois filmes. São distintos. Além disso, “Blade Runner” é uma obra-prima, um clássico, o que torna as comparações demasiado injustas para “Soldier”. Este é um fantástico filme de ficção-científica que, apesar de algumas cenas demasiado dramatizadas ao estilo Hollywood e direccionadas para o público geral, consegue os seus intentos. Kurt Russell, mais uma vez, está irrepreensível, e consegue transmitir a personalidade fria e dura do soldado Todd, assim como a sua posterior transformação, quase sem falar. Jason Isaacs, outra mais valia no filme, está fabuloso no papel do famigerado Mekum. Como é evidente, estes dois veteranos sobressaem, mas o resto elenco, acima mencionado, também cumpra bem o seu papel. Gostei da realização, da fotografia, dos efeitos especiais, da banda sonora. Está tudo fantástico. Não é uma obra-prima, mas é um excelente filme de ficção-científica com muita acção. É simples e directo, algo que pode não se adequar ao universo da ficção-científica, habitualmente mais exagerado, mas é eficaz. Os fãs do género vão gostar e, por não ser tão exagerado como já referi, também os fãs de filmes de acção. 75%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0120157/

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