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05/11/08

Dead Silence (2007)

Alguém deixa uma encomenda misteriosa à porta de Jamie Ashen (Ryan Kwanten) e a sua esposa Lisa (Laura Regan). Trata-se de um bizarro boneco de ventriloquista. Jamie sai de casa para ir buscar comida Chinesa e, quando volta, encontra Lisa morta e com o rosto desfigurado. Não tendo um álibi que o ilibe, Jamie é tido como suspeito número um pelo detective que assumiu o caso, Jim Lipton (Donnie Wahlberg). Baseado numa história de fantasmas da sua infância, acerca duma ventriloquista chamada Mary Shaw, Jamie volta à terra natal, Ravens Fair, para encontrar respostas para o assassinato da sua mulher e conseguir provar a sua inocência. Mas Jamie acaba por encontrar mais respostas do que aquelas que pretendia.
Produto das mesmas mentes que criaram de Saw, e com uma capa que faz lembrar muito o referido filme, poder-se-ia esperar algo na mesma linha. Pois não é isso que acontece em “Dead Silence”. Esta é uma boa história de fantasmas, com reminiscências da velha escola, como já não via há algum tempo. Não será propriamente assustador para quem está habituado a este tipo de filmes, mas o ambiente é denso, pesado e misterioso. E, felizmente, não recorre ao típico susto “salto da cadeira” por intermédio do som dos efeitos especiais e/ou música repentinos e com volume altíssimo. Aqui privilegia-se a tensão contínua, centrada no ambiente geral do filme e na imagem. Gostei muito do ambiente semi-gótico ao longo do filme, tanto na história como na fantástica fotografia de tons “apagados” de azul, verde e cinzento. E a ajudar ao clima temos ainda a fabulosa banda sonora de Charlie Clouser a fazer lembrar por momentos os clássicos do género da década de 70s. Quanto ao final, desafio seja quem for a dizer “eu já estava à espera disto, era previsível”. Tretas! Depois de ver um filme é muito fácil dizer isso. Aqui não se consegue adivinhar a impressionante reviravolta. Apesar de ter lido algumas críticas negativas (ainda bem que eu não dou muita atenção a esse tipo de comentários e prefiro fazer o meu próprio julgamento), gostei muito e recomendo. 85%
RDS

Website Oficial:
http://www.deadsilencemovie.net/
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0455760/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Dead_Silence

09/10/08

Hae-boo-hak-kyo-sil / The Cut (2007)

Mais um filme de terror Sul-Coreano que tive o (des)prazer de ver. Na verdade, a premissa deste não foge muito a aquilo que se faz no Ocidente e, faz até lembrar muito “Anatomie”. Mas, enquanto que no filme alemão lidamos com seres humanos perversos, em “The Cut” lidamos com entidades sobrenaturais e o seu desejo de vingança (claro, estamos a falar de um filme Asiático).
Um grupo de seis estudantes de medicina começa a ter sonhos e alucinações arrepiantes depois de uma aula de anatomia, na qual lhes foi atribuído o cadáver de uma bela jovem. Um a um estes vão começar a morrer de forma estranha e começam a aperceber-se de que está tudo ligado ao cadáver e ao passado da jovem. A história não é nada do outro mundo (ou talvez seja) mas está bem desenvolvida, bom argumento, excelente realização (muito importante num filme de terror com uma forte componente de suspense) e soberbas interpretações por parte de todo o elenco. Além disso, o final é inesperado, se bem que já vi reviravoltas do género noutros filmes e os mais “espertinhos” vão dizer que já estavam a prever aquele desenlace (no final do filme todos são muito espertos). Assustador, arrepiante, intenso, asfixiante, é assim “The Cut”. Manteve-me agarrado ao ecrã durante os 90 minutos que tem de duração. Uma particularidade que me faz gostar ainda mais do filme e lhe dá outra dimensão é a fusão dos elementos de terror e suspense com alguma fantasia e um ambiente gótico-romântico. Podemos ver na mesma cena sangue e pétalas de flores ou ainda um cadáver rodeado de cores de tonalidades mais “alegres” como azul, verde ou vermelho. A fotografia representa um grande papel nesta fantástica película Sul-Coreana. Este contraste da morte e do macabro com a beleza da juventude e tons românticos chama a atenção e afasta “The Cut” dos seus pares. Gostei muito e recomendo vivamente, quanto mais não seja pela cinematografia exemplar. 90%
RDS

HanCinema:
http://www.hancinema.net/korean_movie_The_Cut.php

03/09/08

Akira Kurosawa’s Dreams (1990)

Este não é propriamente um filme com início, meio e fim, mas sim uma antologia de 8 histórias. Estas histórias são baseadas em sonhos do conceituado realizador Akira Kurosawa e, por essa mesma razão, fragmentadas e incompletas, tal como todos os sonhos do comum mortal. Junto com as breves descrições das curtas-metragens irei referenciar alguns aspectos da cultura, folclore e mitologia Japonesas de modo a se compreender melhor cada uma das peças de “Dreams”. Para não arruinar a visualização desta obra de arte a alguém, caso ainda não a tenha visto, não irei fazer uma narrativa e análise extensa de cada um deles, deixando isso para cada um de vós o fazer. Este é um filme que se tem de ver com alguma paciência, espírito crítico e abertura de mente pois as coisas aqui nem sempre são de fácil assimilação e/ou interpretação.

Umas das maiores dificuldades em ver um filme deste género, ou qualquer outro filme de uma cultura completamente diferente da nossa, são a informação cultural e folclórica contida no mesmo. Pormenores que são muito importantes podem passar-nos ao lado. E quando se fala em cinema japonês, essa vertente é acentuada. O Japão já foi apelidado de “Império dos sinais” devido à riqueza da comunicação não verbal, postura física, símbolos, objectos, palavras ou frases encaixadas num determinado contexto, e até o silêncio.

“Sunshine Through The Rain”: uma mãe diz ao filho para não sair de casa num dia de chuva porque, nesse tipo de clima, as raposas celebram os seus casamentos. Estas não gostam que as suas celebrações sejam observadas por estranhos e, se isso acontecer, estes podem ser alvos de um castigo fatal. A estrita educação Japonesa fica retratada neste conto.
Informação: No folclore Japonês há uma espécie de homens raposa que se apelidam de “kitsune”.

“The Peach Orchard”: o mesmo miúdo do conto anterior encontra os espíritos dos pessegueiros que foram cortados pelos homens. Este mostra arrependimento e as árvores decidem florescer mais uma vez para seu deleite. A preocupação de Kurosawa pela natureza e o meio ambiente. Esta encontra-se patente noutros contos desta antologia.
Informação: No Japão, a 3 de Março, há um festival de bonecas chamado “Hinamatsuri” no qual as bonecas são expostas em vários níveis, sendo a boneca Imperatriz colocada no mais alto nível e daí em diante.

“The Blizzard”: um grupo de montanhistas tenta escapar a uma tempestade e, consequentemente, à morte. O líder encoraja-os a continuar e não desistir. Estes acabam por ser salvos por um espírito. Este conto é dos que mais parece demorar a desenvolver, mas isso faz parte do próprio ambiente da situação, a vã tentativa de continuar a lutar contra a tempestade e o sentimento de desespero de quem vê a morte à sua frente. Este sentimento de vaguear e não se conseguir chegar a lado algum é uma característica de muitos sonhos.
Informação: No folclore nipónico existe o Yuki-onna, o qual é um espírito de alguém que morreu no frio ou na neve. O Yuki-onna revela-se a viajantes que se encontram encurralados em tempestades de neve e usa o seu gélido bafo para os deixar congelados. Estes aparecem frequentemente como belas mulheres de cabelos longos.
A tragédia da 5ª Infantaria do Exército Japonês é sobejamente conhecida pelos Japoneses. Durante uma manobra de treino nas montanhas Hakkoda, no Inverno de 1902, cerca de 200 recrutas morreram quando uma tempestade se abateu sobre eles. Apenas alguns sobreviveram.

“The Tunnel”: um capitão encontra os espíritos dos seus subordinados mortos em combate. Estes pensam que ainda estão vivos. Este é talvez o mais intenso de todos os sonhos e o meu favorito.
Informação: No folclore Japonês, quando alguém morre, um “reikon” (ou alma) deixa o corpo e vai para o mundo dos espíritos. Contudo, quando alguém morre em circunstâncias mais agressivas ou influenciada por emoções fortes, o “reikon” transforma-se num “yurei” e volta para o mundo físico.

“Crows”: um estudante de arte entra num quadro de Vincent Van Gogh (interpretado por Martin Scorsese) e encontra-se com o famoso pintor. Juntos percorrem cenários de alguns dos seus quadros.

“Mount Fuji In Red”:
um acidente numa central nuclear casa o pânico na população que acaba por se suicidar no mar. Mais uma vez a preocupação pela Natureza e, em particular, da ameaça nuclear que sempre pairou sobre o país. Outro dos meus favoritos.

“The Weeping Demon”: aqui retrata-se um mundo apocalíptico pós-catástrofe nuclear. Mutações humanas, animais e vegetais povoam a Terra. Não sobra nada do mundo que se conhecia, não há luz, não há quase sinais de vida e, por falta de comida, os mutantes tornam-se canibais, alimentando-se dos mais velhos e fracos. O mesmo homem do sonho anterior encontra aqui um desses mutantes e ambos têm uma conversa filosófica sobre o assunto. Na sequência do sonho anterior.

“Village Of The Watermills”: Um viajante chega a uma vila onde não há comodidades do mundo moderno, não há electricidade, não há carros, os vilãos são unos com a Natureza. Mais uma conversa de teor filosófico entre o viajante e um senhor idoso que se encontra à beira do rio. Outro dos meus favoritos. A mensagem de conservação da Natureza é mais notória neste segmento. É o finalizar de 2 horas de “sonhar acordado”. O encerrar com “chave de ouro” de “Dreams”.

Como disse anteriormente, esta não é uma película de fácil digestão e o espectador tem de se encontrar no estado de espírito certo. Além disso, não sendo obrigatório diga-se já, ter conhecimento de algumas lendas, mitologia, cultura e história do Japão pode ajudar imenso à compreensão de certas ideias. Qualquer pessoa pode apreciar o filme mas, essas informações e conhecimento geral podem ajudar a uma análise mais cuidada e, consequentemente, absorver tudo na sua plenitude e apreciar melhor esta obra de arte. Recomenda-se vivamente! 95%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0100998/
Akira Kurosawa's Deams - Fanmade Trailer

13/07/08

Redeu-ai / Redeye (2005)

Uma hospedeira, Oh Mi-sun (Shin-yeong Jang), junta-se ao turno da noite de um comboio intercidades e, na sua primeira noite de trabalho, depara-se com alguns eventos sobrenaturais que ocorrem durante a viagem. Este novo comboio foi construído com partes de um outro que teve um acidente há uns anos atrás, do qual resultaram inúmeras vítimas mortais, entre os quais, o pai de Mi-sun. Pouco a pouco o comboio começa a ganhar vida e começa a reivindicar vidas entre os actuais passageiros.
É esta a simples premissa do filme. E até poderia resultar o que, infelizmente, não acontece. A narrativa é muito confusa e há muitos pormenores que estão mal explicados. A resolução do enigma do comboio e dos seus fantasmagóricos ocupantes não é das melhores e, mais uma vez, está mal explicada e alguns pormenores não fazem sentido. Mas é só aspectos negativos? Não. Em termos de efeitos especiais, fotografia e até a própria realização, o filme é fantástico e tem momentos arrepiantes muito bem conseguidos. Mas realço apenas essa componente visual pois, como já referi, o argumento pretende ser algo de muito elaborado e acaba por falhar redondamente. Apenas para os fãs “diehard” de terror asiático e que ainda não estão fartos de assustadoras raparigas de cabelos longos pretos a surgir de todos os cantos e esquinas. 40%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0448707/

24/04/08

Gwishini Sanda / Ghost House (2004)

Pil-gi é um miúdo que vive com o pai. Estes têm sempre desentendimentos com os senhorios das casas onde vivem, o que os leva e estar sempre a mudar. Avançamos no tempo. Pil-gi (Seung-won Cha) é já um adulto e está a comprar a sua primeira casa, tal como tinha prometido em tempos ao falecido pai. A casa parece perfeita à primeira. Boa localização, bonita, e disponível por um bom preço. Pil-gi está satisfeito com a sua compra, até que coisas estranhas começam a acontecer. A casa começa a atacá-lo, móveis mexem-se, pratos voam, aparecem galinhas (uma das suas fobias) em números exorbitantes. Uma das cenas mais hilariantes tem a ver com um aparelho de televisão. Só mesmo vendo para perceber o que é. Ora, estes ataques têm a sua razão de ser. A casa é habitada por uma fantasma. Mas uma muito bonita, nada dos habituais espectros horripilantes dos filmes de terror. Esta fantasma, Yeon-hwa (Seo-hee Jang), a anterior moradora, tenta expulsá-lo de sua casa. O filme começa numa linha de comédia de terror (as chamadas “horror comedies” em inglês, muito populares nos 80s) mas, como habitual nos filmes Coreanos (e asiáticos em geral), há uma viragem no estilo a cero ponto. Sem querer estar a revelar muito da história, a certa altura do filme ficamos a saber o porquê daquela fantasma estar presa à casa. Passamos por uma breve fase mais direccionada para o drama. Pil-gi tenta ajudá-la. Entretanto, uma outra personagem aparece em cena e Pil-gi e Yeon-hwa têm de unir esforços para lutar contra um inimigo comum. Uma luta final, bem ao estilo das comédias de terror dos 80s (as séries “House” e “Evil Dead” vêm à cabeça), vai decidir tudo. Tanto Seung-won Cha como Seo-hee Jang estão fabulosos nos seus respectivos papéis. Assim como o resto do elenco. Sem ser uma obra-prima, o filme cumpre o seu intento. Gostei muito de todas as “fases” do mesmo, tanto a comédia mais declarada, como as partes mais sérias. São duas horas de filme, mas que passam sem darmos por isso. Para quem gosta de comédia em geral, comédias Coreanas e 80s horror comedies em particular. 75%
RDS
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27/03/08

Shutter (2004) - Trailer

Shutter (2004)

Um jovem fotografo chamado Tun (Ananda Everingham) e a sua namorada Jane (Natthaweeranuch Thongmee) atropelam uma rapariga ao regressar de uma jantar com um grupo de amigos. Tun convence Jane, que ia a guiar o carro, a fugir do local sem ajudar a vítima. Após este incidente, Tun começa a ver sombras misteriosas nas suas fotografias. Depois de fazer algumas investigações, este descobre que a rapariga atropelada era uma Natre (Achita Sikamana), ex-namorada e ex-colega de faculdade. No decorrer dos eventos, Jane descobre que o seu namorado esconde uma parte do seu passado que envolve Natre e o seu grupo de amigos.
Parece que não é só do Japão e da Coreia Do Sul que vêm os grandes filmes de terror e suspense. A Tailândia já está a ser responsável por uma série de filmes, com este “Shutter” à cabeça, que rivalizam com os seus pares Japoneses e Coreanos. “Shutter” é um filme intenso, assustador, perturbador. Já li algumas críticas e comentários que o apontam como um dos melhore filmes asiáticos de terror desde “Ju-On” e “Ringu”. Não posso senão concordar com a afirmação. Há já algum tempo que não via um filme tão assustador como este. Segundo parece, os realizadores, Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom estão na casa dos 20s e este é apenas o seu primeiro filme. Se é isto que conseguem na sua primeira experiência cinematográfica, então aguardo ansioso por mais trabalhos destes senhores. Promissores sem dúvida.
Para variar um pouco, o remake nos Estados Unidos é já uma realidade. Que fazer? Cópias medíocres de obras-primas? Gostaria de dizer que me passam ao lado mas eu, como consumidor impulsivo de cinema, gosto de ver tudo e depois comparar. No entanto, remakes à parte, o original estará sempre disponível para nós cinéfilos. Altamente aconselhável. 90%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0440803/

[Escrito ao som de Doomsword “Doomsword” (Underground Symphony 1999)]

Kowai Onna / Unholy Women (2006) - Trailer

Kowai Onna / Unholy Women (2006)

“Unholy Women” é uma antologia composta por 3 contos de terror / suspense oriunda do Japão. O argumento e a realização são creditados a Keita Amemiya e Takuji Suzuki. Passo a descrever e comentar um a um estes bizarros e surreais contos do país do sol nascente.

“Rattle Rattle”: Inicia como um qualquer filme de J-Horror mas rapidamente se transforma num pesadelo bizarro, surreal, de contornos quase psicadélicos, mais até do que propriamente assustador. Mas estejam descansados (ou não) que tem alguns pormenores bem assustadores. Kanako é uma jovem que chega a casa após uma saída com o seu namorado. O carro derruba uma jarra com flores que está num pequeno santuário à beira da estrada. Ao fazer o resto do caminho a pé, Kanako é atingida por algo que cai do cimo de um prédio, localizado perto do referido santuário. Após o embate, a rapariga começa a ter visões estranhas e a ser perseguida por um ser estranho, assustador, bizarro (já repararam quanto vezes usei esta palavra? Vejam o filme e depois dão-me razão!). A nossa heroína (Noriko Kakagoshi, o único senão nesta curta-metragem pois a rapariga não tem qualquer habilidade na arte da representação!) inicia uma investigação para saber sobre o suicídio de uma mulher e do seu falecido filho. O final é surpreendente. Ah, já gora, o título “Rattle Rattle”, é o som que a estranha criatura faz ao movimentar-se. 70%

“Hagane (Steel)”: Bizarro! Se eu usei a palavra para descrever o filme anterior, então aqui é que se encaixa na perfeição! Esta é uma das coisas mais estranhas e surreais que eu já vi em filme. Estes Japoneses lembram-se de tudo e mais alguma coisa. Sekiguchi é um miúdo do tipo “cromo” que trabalha numa oficina mecânica. Certo dia, o seu patrão mostra-lhe uma fotografia da sua irmã e pede-lhe para a levar a passear. Diz-lhe até para levar o carro desportivo de um cliente. Assim que o rapaz chega a casa do patrão confronta-se não com a rapariga da fotografia, mas com outro cenário bem diferente. Não quero estar a estragar-vos a surpresa pois vale bem a pena. Acreditem que é para largar um palavrão bem sonoro! A partir daí o encontro, e posteriores encontros (a bom custo evitados pelo rapaz), tornam-se em situações perfeitamente bizarras e surreais (vejam “Unhole Women” e vão usar estas palavras tão amiúde como eu). Comédia negra, suspense, terror e algum Gore. Há um pouco de tudo condensado nesta obra-prima da esquisitice. Todos os constituintes da antologia são fantásticos, mas só por este “Hagane” já vale a pena o visionamento. Fabuloso! 95%

“The Inheritance”: Para os fãs das histórias de fantasmas Japonesas. No entanto, acaba por ser até mais real do que propriamente sobrenatural. Esta história, que encerra a antologia, é plena de suspense, intensa, perturbadora, de um terror psicológico fortíssimo. Saeko é uma mulher recentemente divorciada que sai de Tóquio e regressa à sua terra natal, junto com o seu filho, para viver com a sua mãe. Já na casa, Saeko começa a agir de forma estranha, distante, agressiva, quase psicótica. Mas esta repentina mudança não é nova naquela casa. Em tempos houve outro incidente que envolveu a sua mãe e o seu irmão Mashaiko. Sem querer estar a arruinar o visionamento, posso dizer que o final não é dos mais agradáveis, mas isso apenas acentua ainda mais o ambiente extremamente tenso do filme. Um final feliz não conseguiria ter tanto impacto. É pena ser apenas uma curta-metragem, pois o tema poderia ser melhor explorado. 70%

Avaliação Final: 80%

RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0959314/

[Escrito ao som de Diamanda Galas w/ John Paul Jones “The Sporting Life” (Mute 1994)]

16/03/08

Reincarnation (2005) - Trailer

Reincarnation / Rinne (2005)

Em 1970, um professor universitário assassina os dois filhos menores, assim como os empregados e hóspedes do hotel onde está a passar férias. Passados 35 anos, o realizador de filmes de terror e suspense Ikuo Matsumura (Kippei Shiina) está a trabalhar num filme baseado no crime. Yuka (Nagisa Sugiura), uma jovem actriz que tem o papel principal, começa a ver fantasmas durante a gravação do filme. Fantasmas que, ficamos a saber mais tarde, são os das vítimas envolvidas no já referido crime. Com o decorrer do filme somos levados a pensar que Yuka poderá ter alguma relação com uma das vítimas, mas propriamente da maneira que estamos a pensar… As vítimas clamam por vingança. Vejam e depois percebem.
“Reincarnation” tem um final surpreendente. Dos melhores que vi nos últimos tempos num filme e que acaba por atribuir à história outra profundidade. A cena das “prendas” oferecidas a Yuka, no final, é arrepiante. Não no sentido de assustar ao ponto de “dar um pulo na cadeira” mas, mais uma vez é a ideia em si e a sua compreensão. Vejam e depois percebem o que eu quero dizer.
Como habitual nos filmes Japoneses (e Asiáticos em geral) de terror e suspense, depois das revelações que nos levam a perceber muitas das pontas que ficaram soltas durante o filme, levamos com uma reviravolta que nos deixa surpreendidos e que nos leva a reorganizar os nosso pensamentos de outra maneira. Mas mesmo no fim temos ainda direito a outra reviravolta que nos remete de novo para uma reestruturação da nossa análise. É nisto que reside o meu gosto intenso por terror e suspense asiático, o facto de se recusar a dar-nos as coisas todas explicadinhas, mas sim levar-nos a pensar. E muito!
Embora contenha muitos elementos típicos do J-Horror, “Reincarnation” é mais um thriller sobrenatural do que propriamente um filme de terror. Não nos deixa perceber à primeira o que está a acontecer, e não percebemos muito bem o porquê do título do filme mas, aos poucos, vamos descobrindo o que nos querem dizer, até chegar à revelação climática, consequente reviravolta e final surpreendente.
Não me assustou particularmente pois é mais, como já referi, um thriller psicológico de contornos sobrenaturais do que propriamente terror puro. Ou talvez esteja a ficar um pouco dos elementos que se estão a tornar cliché no J-Horror, tais como a imagem do menino(a) com o rosto pálido, cabelo sobre a cara e um olhar demoníaco; fantasmas que aparecem em segundo plano; entre outros. De qualquer modo “Reincarnation”, escrito e realizado por Takashi “Ju-On” Shimizu (com a colaboração no argumento de Masaki Adachi), é um filme que irá agradar a fãs do género. Aconselho vivamente. 85%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0456630/

06/03/08

Dead End (2003)

Na véspera de Natal, uma família viaja de carro com destino a casa da avó materna. À noite, claro está. Em cerca de 20 anos o pai seguiu sempre o mesmo percurso, pela auto-estrada, mas desta vez escolheu um atalho. Foi o maior erro da sua vida! Conduzem durante horas a fio numa estrada em linha recta que parece nunca mais acabar. Passam pela mesma cabana e pelo mesmo sinal de tráfego vezes sem conta. Dão boleia a uma rapariga vestida de branco que parece ter tido um acidente e que carrega um bebé, mas que desaparece pouco depois. Um carrinho de bebé aparece sem mais nem menos no meio da estrada. Os membros da família começam a desaparecer misteriosamente um a um. Passa por eles um carro negro, com um condutor invisível e que leva a vítima na parte de trás. Aos poucos, todos os membros da família (os que vão restando) começam a entrar em pânico e a enlouquecer e delirar. Começam a agir e a falar da forma mais absurda e, possivelmente, cómica. Mas o humor negro contido em “Dead End” apenas nos faz roer as unhas e deixa-nos entreabrir os lábios num sorriso “amarelo”, de tão intensa que é a situação em que a família se encontra. E é isso que realmente acontece na vida real. As pessoas quando confrontadas com situações extremas agem da forma mais irracional possível! E parece que nós estamos lá também no carro, a enlouquecer aos poucos com eles. Por vezes temos direito a um momento de descontracção com uma piada ou uma situação que nos puxa uma gargalhada intensa, mas logo a seguir levamos com uma cena deveras assustadora que nos cola à cadeira e nos deixa um arrepio frio na espinha. Esta fusão de terror e suspense com comédia negra é um claro tributo às “horror comedies” populares na década de 80. Mas, ao contrário desses filmes, mais orientados para a comédia, aqui temos um verdadeiro filme de suspense. Na maior parte das vezes nem chegamos a ver os corpos das vítimas, apenas a reacção das pessoas que os encontram. E a nossa imaginação faz o resto! E acreditem que conseguimos ser mais violentos e sangrentos do que se nos apresentassem as imagens. No final, ficamos a conhecer o verdadeiro sentido daquilo tudo que se passou. Ficamos esclarecidos. Mas depois, após um par de nomes do genérico final, há uma cena extra que nos deixa a pensar, seriamente, naquilo que poderá realmente ter acontecido.
É difícil acreditar que “Dead End” é um filme de baixo orçamento. Superior a qualquer “slasher” vindo dos Estados Unidos nos últimos anos. Terror, suspense, gore (pouco, deixam a nossa imaginação trabalhar), comédia, há um pouco de tudo nesta obra-prima. Foi realizado por dois Franceses, Jean-Baptiste Andréa e Fabrice Canépa, que fizeram um trabalho soberbo a todos os níveis. Foi rodado nos Estados Unidos e que conta com um elenco de luxo. Os pais são interpretados por Ray Wise e Lin Shaye, os filhos são interpretados por Alexandra Holden e Mick Cain, enquanto que o namorado da filha é Billy Asher. Como a mulher vestida de branco temos Amber Smith e como o misterioso condutor do carro temos Steve Valentine. Ray Wise é um veterano que já não tem que provar nada a ninguém (lembram-se de “Twin Peaks”?). Quanto a Lin Shaye, nunca gostei muito do seu trabalho, mas aqui está genial. Alexandra Holden, apesar de nova, já tem um currículo invejável, e parece ter nascido para representar. Neste filme está no seu máximo. Regra geral, todos os actores e actrizes estão soberbos nas suas interpretações, à excepção talvez de Mick Cain, que não me convenceu muito.
Em suma: genial e essencial!
85%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0308152/

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