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03/11/10

Curious Stories, Crooked Symbols – The Short Stories Of Roberto Gudiño (2009) & Rue Morgue, #99, April 2010


Este DVD reúne as três curtas-metragens de Roberto Gudiño, e que passo a apresentar.
“The Demonology Of Desire”: Uma adolescente faz uma pequena brincadeira de mau gosto com um rapaz que esta embeiçado por ela. Uma historia simples, algo lugar-comum, mas bem contada e com um ponto positivo que marca todo este DVD, a realização soberba de Gudiño. Um dos pontos negativos e que mais me fez torcer o nariz a esta curta, é mesmo a actuação da actriz principal. A rapariga é mesmo enervante (aqui, não no bom sentido). Não me deixou apreciar a curta da maneira que se pretende num filme destes. E aquela criatura? Qual o seu propósito? Na minha modesta opinião, o mais fraquito dos três, mas que mesmo assim já nos da a entender muito bem do que o realizador é capaz. 65%
“The Eyes Of Edward James”:
Ah, isto sim é quase uma obra de arte. Uma excelente ideia que Gudiño transpôs para o ecrã com sucesso. Um homem recorda um homicídio sangrento através de uma sessão de hipnotismo. Mais uma vez, o realizador dá cartas e conta-nos a história de um modo cativante, intenso e poderoso. Conceito geral, realização, narrativa e fotografia, tudo está soberbo. 90%
“The Facts In The Case Of Mister Hollow”:
A obra-prima de Roberto Gudiño, na minha modesta opinião. Começa com uma fotografia em tons sépia. Esta vai rodando, como se tivesse 3 dimensões, e dando a conhecer pormenores escondidos. Um tom de humor negro apimenta a coisa. Esta é mesmo curta, mas não precisa de mais tempo. Cativa desde o início ate ao fim. Recomendo vivamente. 100%
Alem das curtas, temos ainda direito a vários “making of”, entrevistas e “video tour”. A que mais gostei foi a que nos leva aos escritórios da revista Rue Morgue. Fez-me lembrar o espírito dos velhos tempos do Underground. Revi-me neste pessoal. Começar algo do zero, sem apoios, sem incentivos por parte de outros, apenas pelo puro gozo pela cultura alternativa, seja musica, cinema ou outros. Apreciação geral do DVD: 85%

Rue Morgue, #99, April 2010
Junto com o DVD recebi ainda um exemplar da revista Rue Morgue. Este é o #99 respeitante ao mês de Abril 2010. No geral, gostei da revista. Apresentações de novos filmes, criticas, entrevistas, etc. Como a maioria das revistas, não se limitam ao cinema, mas incluem rubricas de musica, videojogos, livros, etc. Sempre com temáticas ligadas ao terror, fantasia e/ou extremos. O aspecto negativo da revista é ter muitas publicidades. Metade das páginas são dedicadas aos anúncios. Compreende-se. A revista tem de ser paga, não é assim? Este tipo de material não é comercial e vende pouco. Fora isso, lê-se bem e com muito interesse. Dura é pouco, por ser apenas metade que se aproveita. Embora as imagens dos anúncios também sejam cativantes (as paginas são todas a cores). O preço? 9.95$. Um bocado puxado, mas vale a pena pelo conteúdo. 75%
RDS

Nikkatsu Roman Porno Trailer Collection (2010) – Impulse / CAV

Sou fanático por colectâneas de trailers, em especial por material de exploitation, horror, sci-fi, e outros que tais. Este DVD, como o título indica, é uma sequência do que melhor se fez em termos de roman porno (http://en.wikipedia.org/wiki/Pink_film) pelos estúdios Nikkatsu, um dos mais antigos do Japão, na década de 70. Ao todo são 38 trailers, devidamente masterizados digitalmente e com legendas em inglês. A imagem está fabulosa, o som perceptível, e as legendas ajudam imenso. O trabalho de recuperação desenvolvido pela Impulse é de louvar. Deixa-me com água na boca (sem segundas intenções) para as reedições que ai vêm. Ainda como bónus, temos direito a uma curta-metragem de 30 minutos, intitulada “Ryoko’s Lesbian Flight” (com os habituais malditos pixeis a censurar partes intimas). Um achado para os fanáticos do género, e interessante para quem quer ficar a conhecer (e escolher) os filmes, pois a Impulse vai reeditar mais de 29 destes títulos. 95%
RDS

Synapse Films
CAVD


02/11/10

Jean Genet’s Un Chant D’Amour (Movie,1950 / DVD,2009) – Cult Epics

Este foi o único filme feito pelo novelista Francês Jean Genet. “Un Chant D’Amour” é um filme mudo, a branco e preto, e tem uma curta duração de 25 minutos. A história é simples, a acção desenrola-se numa prisão, com 3 personagens, um guarda e dois prisioneiros. Tendo em conta o ano de lançamento (1950) e a forte temática sexual (explorando a homossexualidade numa linha voyeurista), não é surpresa nenhuma que nos USA o filme estivesse apenas disponível numa versão censurada e no circuito independente. A Cult Epics edita finalmente esta preciosidade em DVD, à qual junta o documentário de 1981 “Genet”. Como extras temos ainda direito a um comentário áudio de Kenneth Anger e uma introdução vídeo de Jonas Mekas. Apenas para fãs de cinema avantgarde. 70%
RDS

http://www.cultepics.com/


 
 

19/02/09

Compiler // 01 (2003) & Compiler.02 (2006)

A “Compiler” é uma revista em formato DVD que tem como área de trabalho a arte contemporânea / avantgarde / alternativa. Existem para já dois volumes, Compiler // 01 “Was Ist Kunst, Marinela Kozelj? (2003) e Compiler.02 “From Here To The Ocean” (2006).
Compiler // 01 “Was Ist Kunst, Marinela Kozelj? (2003): A primeira antologia tem uma duração de 154 minutos e inclui diversos filmes experimentais, curtas-metragens, performances, etc. Os menus são algo confusos ao início e é difícil ter acesso ao que pretendemos mas, depois de lhe agarrar o jeito, tornam-se até parte do carácter vanguardista do todo. Só é pena não existir a função “play all”, o que tornaria muito mais fácil e atractiva (a meu ver) a visão do DVD na íntegra. Este tipo de abordagem é também visível na própria embalagem do DVD, uma caixa semi-transparente com um interessante design. A acompanhar o disco está ainda um livrete em papel reciclável com informação e fotografias relativas às curtas. Gosto mais deste tomo que do seguinte. 90%
Compiler.02 “From Here To The Ocean” (2006): A segunda antologia tem apenas 90 minutos e o tema principal, tal como o título poderá indicar, é o oceano. A duração dos filmes é maior que na anterior proposta mas, o carácter alternativo e vanguardista se mantém intacto. Crítica social, humor, ficção científica, música, “skateboarding”, paisagens, etc, são as “ferramentas” utilizadas pelos responsáveis das películas. O menu é muito mais simplificado que no anterior volume, já existe a função “play all”, e a caixa é “normal” (embora num formato digipack que é sempre preferido à típica caixa de plástico). Não é tão bom como o #1, mas também não fica muito atrás. 80%
Ambos volumes são excelentes propostas para quem gosta de material experimental e vanguardista. Aconselho.
RDS

18/11/08

Here Is Always Somewhere Else (Cult Epics / AgitPop Media, DVD, 2008)

Mais uma edição da Cult Epics (com parceria da AgitPop Media) integrada na “The Rene Daalder Collection”. “Here Is Always Somewhere Else” é um documentário sobre a vida do enigmático artista Holandês / Californiano Bas Jan Ader (1942-1975) escrito e realizado por Rene Daalder. Em cerca de 103 minutos, Daalder percorre a vida e obra deste peculiar artista que perdeu a vida numa das suas filmagens (das quais era protagonista). Ao documentário principal juntam-se ainda um par de extras e o trailer. Além disso, pela primeira vez a obra do malogrado performer está disponível na íntegra pois, além do documentário, inclui-se um segundo disco com todas as suas curtas cinematográficas. São “apenas” 41 minutos, divididos por 7 curtas, plenas de vanguardismo mas que valem pela sua pertinência e valor artístico. Recomendo a mentes abertas a este tipo de arte alternativa. 80%
RDS

Cult Epics:
http://www.cultepics.com/



08/09/08

Jam Films 2 (2004)

“Jam Films 2” é o segundo volume desta antologia Japonesa. Enquanto que no primeiro volume temos direito a 7 curtas-metragens, aqui temos apenas 4 a rondar os 30 minutos cada. No geral, o 1º volume é muito mais apelativo a fãs de cinema alternativo e, em especial, Japonês. No entanto, este também tem os seus pontos de interesse. Os 4 realizadores convidados não têm experiência na indústria cinematográfica mas têm créditos firmados na realização de videoclips musicais. Passo então a descrever sucintamente cada uma das 4 curtas.

1ª Curta: “Kijo No Kuron (An Armchair Theory)” (“Japanese Tradition”). Realizada por Junji Kojima. Esta é a mais hilariante de todas, uma sátira aos vídeos de “know-how”. O que aqui temos é uma espécie de documentário que nos explica passo-a-passo, com algumas técnicas e dicas, o que devemos fazer no complicadíssimo mundo do romance. Basicamente, como “engatar” uma miúda no Japão. Hilariante! 85%
2ª Curta: “Clean Room”. Realizada por Eiki Takahashi. Esta é mais filosófica. Uma adolescente vive encerrada numa bolha de plástico, afastada do mundo, afastada de tudo e todos. Certo dia ela acaba por arriscar e sair da bolha. As coisas não são bem o que parecem. Gostei desta curta mas acaba por se tornar algo aborrecida se não estivermos com o devido estado de espírito. Gostaria de dizer que consegui analisar tudo na perfeição. Não foi o que aconteceu. É daquele tipo de filmes que só os intelectuais conseguem dissecar. Mesmo assim, vale a pena. 70%
3ª Curta: “Hoops Men Soul”. Realizada por Hidenori Inoue. Este é daqueles filmes em que, desde o início até ao fim, tenho de vontade de fazer “fast-forward” (coisa que eu nunca faço). Detestei ao máximo. Muito americanizado (a cultura de rua, basquetebol, Hip Hop, a acção linha gansgter, etc). O pai de uma rapariga deve imenso dinheiro a uns agiotas. Para saldar a dívida, este entrega a sua própria filha. O namorado tenta arranjar dinheiro para pagar a quantia em causa e salvar a rapariga. Parece simples, e até é, mas a história tem tanta coisa diferente à mistura que não encaixam bem e há imensas ideias que não fazem sentido. O final então é absurdo. Detestei. 5%
4ª Curta: “Fastener”. Realizada por Kouki Tange. Esta é talvez aquela em que se nota mais a influência do mundo dos videoclips musicais. Tanto a nível de história, como fotografia e efeitos especiais. É inspirado no tema “Fastener” dos Mr. Children. Muito surrealismo nesta curta-metragem. Um idoso revive memórias de infância no seu leito de morte. A criança vai-se apercebendo aos poucos de que os adultos vivem toda a sua vida atrás de máscaras. A par com a 1ª curta, os dois melhores momentos de “Jam Films 2”. 90%
RDS

Website Oficial:
http://www.jam-films.com/2/
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0995726/

03/09/08

Akira Kurosawa’s Dreams (1990)

Este não é propriamente um filme com início, meio e fim, mas sim uma antologia de 8 histórias. Estas histórias são baseadas em sonhos do conceituado realizador Akira Kurosawa e, por essa mesma razão, fragmentadas e incompletas, tal como todos os sonhos do comum mortal. Junto com as breves descrições das curtas-metragens irei referenciar alguns aspectos da cultura, folclore e mitologia Japonesas de modo a se compreender melhor cada uma das peças de “Dreams”. Para não arruinar a visualização desta obra de arte a alguém, caso ainda não a tenha visto, não irei fazer uma narrativa e análise extensa de cada um deles, deixando isso para cada um de vós o fazer. Este é um filme que se tem de ver com alguma paciência, espírito crítico e abertura de mente pois as coisas aqui nem sempre são de fácil assimilação e/ou interpretação.

Umas das maiores dificuldades em ver um filme deste género, ou qualquer outro filme de uma cultura completamente diferente da nossa, são a informação cultural e folclórica contida no mesmo. Pormenores que são muito importantes podem passar-nos ao lado. E quando se fala em cinema japonês, essa vertente é acentuada. O Japão já foi apelidado de “Império dos sinais” devido à riqueza da comunicação não verbal, postura física, símbolos, objectos, palavras ou frases encaixadas num determinado contexto, e até o silêncio.

“Sunshine Through The Rain”: uma mãe diz ao filho para não sair de casa num dia de chuva porque, nesse tipo de clima, as raposas celebram os seus casamentos. Estas não gostam que as suas celebrações sejam observadas por estranhos e, se isso acontecer, estes podem ser alvos de um castigo fatal. A estrita educação Japonesa fica retratada neste conto.
Informação: No folclore Japonês há uma espécie de homens raposa que se apelidam de “kitsune”.

“The Peach Orchard”: o mesmo miúdo do conto anterior encontra os espíritos dos pessegueiros que foram cortados pelos homens. Este mostra arrependimento e as árvores decidem florescer mais uma vez para seu deleite. A preocupação de Kurosawa pela natureza e o meio ambiente. Esta encontra-se patente noutros contos desta antologia.
Informação: No Japão, a 3 de Março, há um festival de bonecas chamado “Hinamatsuri” no qual as bonecas são expostas em vários níveis, sendo a boneca Imperatriz colocada no mais alto nível e daí em diante.

“The Blizzard”: um grupo de montanhistas tenta escapar a uma tempestade e, consequentemente, à morte. O líder encoraja-os a continuar e não desistir. Estes acabam por ser salvos por um espírito. Este conto é dos que mais parece demorar a desenvolver, mas isso faz parte do próprio ambiente da situação, a vã tentativa de continuar a lutar contra a tempestade e o sentimento de desespero de quem vê a morte à sua frente. Este sentimento de vaguear e não se conseguir chegar a lado algum é uma característica de muitos sonhos.
Informação: No folclore nipónico existe o Yuki-onna, o qual é um espírito de alguém que morreu no frio ou na neve. O Yuki-onna revela-se a viajantes que se encontram encurralados em tempestades de neve e usa o seu gélido bafo para os deixar congelados. Estes aparecem frequentemente como belas mulheres de cabelos longos.
A tragédia da 5ª Infantaria do Exército Japonês é sobejamente conhecida pelos Japoneses. Durante uma manobra de treino nas montanhas Hakkoda, no Inverno de 1902, cerca de 200 recrutas morreram quando uma tempestade se abateu sobre eles. Apenas alguns sobreviveram.

“The Tunnel”: um capitão encontra os espíritos dos seus subordinados mortos em combate. Estes pensam que ainda estão vivos. Este é talvez o mais intenso de todos os sonhos e o meu favorito.
Informação: No folclore Japonês, quando alguém morre, um “reikon” (ou alma) deixa o corpo e vai para o mundo dos espíritos. Contudo, quando alguém morre em circunstâncias mais agressivas ou influenciada por emoções fortes, o “reikon” transforma-se num “yurei” e volta para o mundo físico.

“Crows”: um estudante de arte entra num quadro de Vincent Van Gogh (interpretado por Martin Scorsese) e encontra-se com o famoso pintor. Juntos percorrem cenários de alguns dos seus quadros.

“Mount Fuji In Red”:
um acidente numa central nuclear casa o pânico na população que acaba por se suicidar no mar. Mais uma vez a preocupação pela Natureza e, em particular, da ameaça nuclear que sempre pairou sobre o país. Outro dos meus favoritos.

“The Weeping Demon”: aqui retrata-se um mundo apocalíptico pós-catástrofe nuclear. Mutações humanas, animais e vegetais povoam a Terra. Não sobra nada do mundo que se conhecia, não há luz, não há quase sinais de vida e, por falta de comida, os mutantes tornam-se canibais, alimentando-se dos mais velhos e fracos. O mesmo homem do sonho anterior encontra aqui um desses mutantes e ambos têm uma conversa filosófica sobre o assunto. Na sequência do sonho anterior.

“Village Of The Watermills”: Um viajante chega a uma vila onde não há comodidades do mundo moderno, não há electricidade, não há carros, os vilãos são unos com a Natureza. Mais uma conversa de teor filosófico entre o viajante e um senhor idoso que se encontra à beira do rio. Outro dos meus favoritos. A mensagem de conservação da Natureza é mais notória neste segmento. É o finalizar de 2 horas de “sonhar acordado”. O encerrar com “chave de ouro” de “Dreams”.

Como disse anteriormente, esta não é uma película de fácil digestão e o espectador tem de se encontrar no estado de espírito certo. Além disso, não sendo obrigatório diga-se já, ter conhecimento de algumas lendas, mitologia, cultura e história do Japão pode ajudar imenso à compreensão de certas ideias. Qualquer pessoa pode apreciar o filme mas, essas informações e conhecimento geral podem ajudar a uma análise mais cuidada e, consequentemente, absorver tudo na sua plenitude e apreciar melhor esta obra de arte. Recomenda-se vivamente! 95%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0100998/
Akira Kurosawa's Deams - Fanmade Trailer

09/04/08

Jam Films (2002)

“Jam Films” é uma antologia de 7 curtas-metragens. A linha oscila entre a ficção-científica, a comédia e o drama. A ideia é dar a conhecer o trabalho de novos talentos no cinema Japonês. Na sua grande maioria, estas curtas têm uma mensagem subentendida. Não vou estar a dissecar cada um dos temas retratados. Vou apenas dar-vos umas curtas sinopses e um breve comentário. Vejam e tirem as vossas próprias conclusões.

Intro: Inicia com uma introdução de CGI. Um cenário bem psicadélico em formato de videoclip. Simples mas eficaz.

1º Curta – The Messenger: Escrita e realizada por Ryuhei Kitamura. Ficção-científica / Thriller / Suspense. Um chefe do submundo é visitado por uma misteriosa mulher apelidada de “The Messenger”. Esta tem uma função importante e vai revelar ao mafioso algo importante sobre o seu destino. Excelente argumento e realização por parte de Kitamura. A fotografia, apesar de assentar em tons escuros (bem patentes na própria história), é um regalo para a vista. A cena do tiroteio é também assombrosa. A tensão mantém-se do início ao fim. Fabuloso. A minha favorita de toda a antologia. 95%

2º Curta – Kendama: Escrita e realizada por Tetuso Shinohara. Comédia. Um homem recebe um presente do seu patrão por ter ganho o campeonato de Sumo da empresa. Trata-se de um Kendama. Este não liga ao objecto e dá-o à sua colega. Mas depois volta atrás e quer o Kendama de volta. Mas ela não o devolve e começa a fugir. No decorrer da perseguição vai de encontro a um jovem que leva um saco com cebolas para casa. Os sacos trocam-se. Uma série de hilariantes encontros e desencontros tem início. Hilariante. A minha segunda favorita em “Jam Films”. Sem bem que eu ainda adicionaria uns 5 segundos ao final. Vejam e depois vão ter o mesmo pensamento que eu tive. 85%

3º Curta – Cold Sleep: Escrita e realizada por George Ida. Ficção-científica / Comédia. Um homem acorda de forma abrupta dentro de uma máquina de criogenia. Esta por sua vez encontra-se numa sala de uma escola primária. O homem está confuso e não sabe quem é ou onde está. Vê outras pessoas mas estas comportam-se de uma forma infantil. Todas excepto uma jovem que o vai informar do que se está a passar. Estes fazem parte de uma elite terrestre que tem de repovoar outro planeta. Mas as intenções de quem os enviou são bem diferentes. Sarcástico. Gostei, mas não é dos meus favoritos. 65%

4º Curta – Pandora / Hong Kong Leg: Escrita e realizada por Rokuro Mochizuki. Drama / Suspense. Uma mulher tem um segredo. Sofre de pé-de-atleta. Esta procura uma cura milagrosa na medicina Chinesa. Um homem encerrado numa caixa lambe os pés da mulher. Esta fica obcecada pelo homem que não conhece. De tons semi-eróticos mas bizarros. Gostei. Isto já é o tipo de material bizarro que espero do Japão. 75%

5º Curta – Hijiki: Escrita e realizada por Yukihiko Tsutsumi. Drama / Thriller / Comédia negra. Esta história tem um final depressivo. Se não quiser ver, faça uma pausa. È assim que o realizador introduz Hijiko. Fiquei imediatamente com a sensação de que iria ver algo esquisito. Um homem tem como reféns duas mulheres e uma garota. Estão sentados a comer Hijiko (daí o título do filme). A polícia tem o prédio circundado. Ficamos a conhecer o passado das personagens. As reféns tentam convencer o homem a entregar-se num momento e no outro pedem-lhe para as matar porque a sua vida não vale nada. A miúda está impávida e serena. Insulta até o sequestrador. O final é inesperado. Gostei muito deste. Mas um daqueles filmes que só poderia vir do Japão. Surreal e algo bizarro mas embalado em tons de comédia negra. 80%

6º Curta – Justice: Escrita e realizada por Isao Yukisada. Comédia. Um liceu. Enquanto decorre uma aborrecida aula de inglês, na qual se estuda o “Potsdam Declaration”, vários alunos tentar passar o tempo da “melhor” maneira. Quem se lembra dos seus tempos de liceu vai, com certeza, identificar-se com estes jovens. Um dos jovens em particular inicia um registo de pontuações. Este observa as raparigas na aula de educação física a saltar barreiras. Três equipas (vermelha, azul e verde) representam as cores dos calções de ginástica. Um ponto para cada equipa por ajeitar os calções depois de saltar as barreiras. Hilariante, mas com uma mensagem subliminar que inclui a já referida “Potsdam Declaration”. No entanto, algo difícil de assimilar a ideia principal por detrás deste “Justice”. Tenho de rever este com atenção. 80%

7º Curta – Arita: Escrita e realizada por Shunji Iwai. Drama. Desde pequena que a jovem protagonista vê uma personagem chamada Arita aparecer nos seus livros de escola, nos seus desenhos, etc. O que é Arita. Está viva ou não? Será imaginação sua? As outras pessoas não parecem conseguir ver Arita. Algo surreal esta curta. Mais uma daquelas histórias que só podiam ter saído da cabeça de um Japonês. Mais uma vez, uma mensagem implícita. 65%

Geral: 80%

RDS

IMDB:
http://imdb.com/title/tt0385791/

27/03/08

Jim Henson's Time Piece (1965)

Jim Henson’s The Cube (1969) & Time Piece (1965)

Não, não estamos a falar do filme Canadiano de suspense / ficção-científica. Este “The Cube” é um telefilme de 1 hora escrito (em parceria com Jerry Juhl) e realizado por Jim Henson (o mesmo de “Muppets Show”) para o programa de NBC “Experiment in Television”. A data de emissão foi 23 de Fevereiro de 1969.
Um homem está preso dentro de um cubo e não sabe como foi lá parar. Durante os cerca de 54 minutos em que decorre o filme, várias pessoas abrem diversas portas e entram no cubo. Depois de interagir com o homem, saem pela mesma porta por onde entraram. Mas quando o nosso herói tenta abrir a porta para sair, esta já não existe. O cubo está novamente fechado. Uma das personagens diz-lhe que ele tem de encontrar a sua própria porta para poder sair. Mas como? Qual é a minha porta? Como a consigo encontrar? São estas algumas das dúvidas do homem. E cada uma das personagens que entra não lhe satisfaz as dúvidas, pelo contrário, ainda o deixam com mais! Questões filosóficas sobre identidade, tempo, realidade, ilusão, entre outras, são debatidas em conjunto com cada um dos visitantes. Será que o “homem no cubo” conseguirá encontrar “a sua porta” e finalmente sair?
Richard Schaal está fantástico no papel do “homem no cubo” e, quanto à realização de Jim Henson, não haja dúvidas, está irrepreensível. O homem era um génio.
Hilariante, desconcertante, surrealista. Uma obra-prima. P.S. O original é a branco e preto, mas eu vi uma cópia a cores. 100%
RDS

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0291118/

A par com este telefilme tive ainda a oportunidade de ver “Time Piece”, uma curta-metragem de 9 minutos datada de 1965, escrita, realizada e protagonizada pelo próprio Jim Henson. Experimental, surrealista, musical, poética até. “Time Piece” é uma espécie de videoclip musical que lida com o assunto do tempo em várias vertentes tais como: o tempo como conceito filosófico, deslocação no tempo e a escravização do homem ao mesmo. Mais uma vez, o homem era um génio! 100%
RDS

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0059807/

[Escrito ao som de Yoshida Tatsuya / Satoko Fukii “Erans” (Tzadik 2004)]

15/03/08

Freakshow (1999)

Um texto curto para um filme curto (8 minutos). Na noite de Halloween, dois irmãos, uma rapariga e um rapaz, estão numa feira e vão parar à casa das aberrações (“freaks”). Depois de um confronto com o mestre-de-cerimónias, que não os deixa entrar, acabam por entrar à socapa. O miúdo é obrigado a pedir guloseimas a todos os “freaks”, mas tem de as comer todas, senão terá de cumprir um castigo por cada doce não ingerido. No final, o miúdo acaba por ser transformado numa das atracções do espectáculo. É simples, não muito assustador, mas eficaz. Se gostam de pequenas estórias de terror “halloweenianas”, fogueira de acampamento de verão, linha Creepshow ou Tales From The Crypt, então este curta-metragem irá agradar-vos. De salientar a participação do grande Alice Cooper que faz a narração do prólogo. 60%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0446336/

13/03/08

Imprint (Masters Of Horror) (2006) - Trailer

Imprint (“Masters Of Horror”) (2006)

“Imprint” é um episódio / curta-metragem de 1 hora, realizada pelo polémico realizador Japonês Takashi Miike, e que é parte integrante da série de TV Norte-Americana “Masters Of Horror”. A ideia principal da série é convidar vários realizadores da área do terror, e que cada um seja responsável por um episódio. Dario Argento, John Carpenter, …… são alguns dos nomes envolvidos. Takashi Miike recebeu o convite também, e a sua participação resultou neste “Imprint”. Infelizmente, como habitual nos puritanos Estados Unidos, o episódio foi banido e não chegou a ir para o ar. Isto não me surpreende minimamente. Em primeiro lugar, nos Estados Unidos o mínimo fora dos padrões puritanos dos republicanos é banido. Em segundo lugar, já se sabe que o trabalho de Takashi Miike é extremamente agressivo a todos os níveis. Finalmente tive a oportunidade de ver esta preciosidade e de julgar por mim mesmo se havia razões válidas para o fazer.
Baseado numa história de Shimako Iwai (que faz uma aparição no filme como o sadístico torturador), Miike trasnporta para o ecrã uma história bizarra e violenta. Tortura, morte, prostituição, incesto, violações, abortos, fratricídio, deformações físicas, tudo faz parte de “Imprint”. Em meados do século 19, Christopher (Billy Drago, o único actor não Japonês do elenco), um jornalista Americano, viaja para o Japão para procurar a sua amada, que tinha conhecido numa das ilhas anos atrás, com a promessa de voltar para a buscar. Mas, ao chegar à ilha, o que vai encontrar é algo de bizarro, extremo, violento.
Não pode ser assim tão brutal, agressivo e chocante; pensei eu depois de ler algumas críticas que assim descreviam “Imprint”. Já vi outros filmes de Takashi Miike e aguentei. E, habitual consumidor de filmes de terror, Gore, suspense, série B, etc, não sou uma pessoa fácil de chocar ou assustar. Enganei-me redondamente! Este é um dos filmes que mais mexeu comigo até hoje.
A cena de tortura, que parece nunca mais acabar, é uma das cenas mais brutais cenas que já vi em filme. A certo ponto estava tão incomodado (mas sem consegui tirar os olhos do ecrã) que tinha um nó na garganta, o estômago revoltado, um frio intenso na espinha, as pernas a tremer e uma dor de cabeça forte. Depois disso, vários abortos são levados a cabo e os fetos são lançados ao rio. O meu estômago já não estava seguro, pior ficou. E eu, como já referi, sou consumidor habitual deste tipo de filmes violentos e intensos. Não é para estômagos fracos, aviso já! E mais não digo para não vos arruinar o visionamento. Para não variar, a realização de Miike é soberba, assim como a fotografia que realça tons de vermelho e verde, criando um ambiente ainda mais surreal e de sonho (ou pesadelo).
Se o mínimo de violência já vos incomoda, então mantenham-se afastados de “Imprint”, porque aqui não há lugar para concessões. Para os outros, corajosos o suficiente para ver “Imprint”, preparem-se para 60 dos mais intensos minutos a que alguma vez vão assistir em filme! 90%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0757061/

08/03/08

Un Chien Andalou (1929)

Esta é, sem sombra de dúvida, uma das películas mais bizarras que eu já tive o prazer de visionar. Esta curta-metragem Surrealista de 16 minutos é uma parceria entre o realizador Luís Buñuel e o pintor Salvador Dali. Estes dois génios concordaram em não incluir no filme nenhuma ideia ou imagem que pudesse ser explicada de forma racional, psicológica ou cultural. De facto, na sua grande maioria, o filme não faz sentido, mas se analisarmos bem algumas situações, imagens, pormenores e simbologia, conseguimos tirar algumas ideias. Os Surrealistas eram almas livres e não-conformistas, e a sua arte manipulava a realidade transformando-a em algo completamente distinto. Os Surrealistas eram os mestres do non-sense e do anarquismo.

Uma das cenas mais arrepiantes que eu já vi em filme faz parte de “Un Chien Andaluce”. E, acreditem, a branco e preto ainda se torna mais brutal e bizarro. Em grande plano vemos o olho de uma mulher ser cortado ao meio, com uma navalha de barbear, enquanto, alternadamente, uma fina sombra atravessa a Lua ao meio, estabelecendo um paralelismo com o corte da navalha. Este é um dos dois pormenores que Buñuel (realização e argumento) e Dalí (argumento) inseriram nesta película e que, segundo se diz, representam sonhos que ambos tiveram. Este é o de Buñuel. O de Dali é a palma de uma mão de onde saem formigas. “Formigas nas palmas da mão” é uma frase francesa que simboliza uma certa “comichão” para matar. Outro dos momentos altos do filme é quando um homem puxa duas cordas que arrastam um piano de cauda, dois seminaristas vivos, as placas dos 10 mandamentos e dois asnos mortos e em decomposição. Outra cena perfeitamente bizarra é a de um/a hermafrodita que atiça, com um pau, uma mão decepada que jaz no chão.

"Sentado confortavelmente num quarto escuro, maravilhado pela luz e pelo movimento que exercem um poder quase hipnótico… fascinado pelo interesse dos rostos humanos e as rápidas mudanças de local, (um) culto indivíduo placidamente aceita o mais aterrador dos temas… e tudo isto naturalmente sancionado pela habitual moralidade, governo, e censura internacional, religião, dominado pelo bom gosto e animado pelo humor branco e outros prosaicos imperativos da realidade.”
Luis Buñuel.

“Un Chien Andalou” serve o propósito de despertar o espectador deste referido torpor em que se encontra. As imagens fortes e violentas deste filme escandalizaram a sociedade dos finais da década de 20. Segundo o próprio Buñuel, após a estreia do filme houve imensas denúncias nas esquadras de polícia, assim como pedidos de para cancelar e banir esta “obscenidade”. E segundo o próprio, começou uma perseguição e bombardeamento de insultos e ameaças, que duraram até à sua velhice
Há também uma lenda que diz que Buñuel (ou Dali, não se sabe bem qual, se é que isto realmente aconteceu) pensava que ia ser linchado na estreia desta película, por isso mesmo encheu os bolsos de pedras para atirar às pessoas. Sendo isto verdade ou pura lenda, o certo é que é genial.
E é incrível como hoje em dia, passados cerca de 80 anos, estes 16 minutos de vídeo ainda conseguem chocar e enfurecer a maior parte das pessoas que o vêem. Acreditem que já li alguns comentários bem odiosos na internet sobre este filme, Buñuel e Dalí. E isso é obra!

Resta ainda referir, como curiosidade, que podemos ver os próprios Buñuel e Dali no filme, como o homem do prólogo e um dos seminaristas, respectivamente.

Em uma única palavra: Genial! 100%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0020530/

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