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11/04/09

Pet Sematary (1989)

Pet Sematary (1989)
http://en.wikipedia.org/wiki/Pet_Sematary_(film)
http://www.imdb.com/title/tt0098084/
Outro filme que fez parte da minha adolescência. Stephen King escreveu a novela e também o argumento para este filme. Sinceramente, acho as histórias de Stephen King, e os filmes que nelas são baseados, extremamente aborrecidos. Este deve ser o único que eu gosto. E muito.
Os Creed acabam de se mudar para a pequena cidade. O único problema é que a casa está localizada perto de uma auto-estrada muito usada por camiões que passam a altas velocidades. O gato da família é atropelado. Jud, um vizinho, mostra a Louis, o pai, um cemitério de animais de estimação que há ali perto. Um pouco mais acima há um antigo cemitério índio. Louis enterra o gato nesse cemitério e o gato acaba por regressar à vida. Mas este não é o mesmo. Pouco tempo depois, o filho também é atropelado na mesma estrada. Desesperado, Louis enterra o garoto no maldito cemitério. Este regressa à vida, mas com uma personalidade malévola e tendências homicidas.
A ideia base do conto é fabulosa e a maneira como foi transposta para filme é perfeita. Há algumas falhas, o elenco não é composto pelos melhores actores/actrizes, mas penso que isso apenas atribui ao filme um certo ar de série B que lhe assenta bem. O garoto é, sem dúvida alguma, um dos melhores actores do filme. Basta apenas estar atento à mudança de personalidade após o fatídico acidente. Verdadeiramente assustador. E a cena final entre o garoto e o pai é inquietante. E a “cereja no topo do bolo”, o tema título “Pet Sematary” pelos Ramones que acabou por se tornar, também ela, um clássico. Um filme de culto do cinema de terror da década de 80 que eu aconselho a todos os amantes do género (se é que ainda não o viram, “shame on you”). Há ainda uma sequela de 1992 que não é tão boa como o original. E fala-se também num “remake” em 2010 (esses malditos “remakes”!). 95%
RDS


20/12/08

House Of Wax (1953)

O Professor Henry Jarrod (Vincent Price) é um escultor de figures de cera. O museu que este possui não é muito popular e está dar prejuízo. O seu sócio propõe-lhe então deitar fogo ao mesmo para receber o dinheiro do seguro. O Prof. Jarrod fica indignado com a proposta mas o seu sócio inicia o fogo na mesma e os dois começam a lutar enquanto o local começa a arder. O Prof. é deixado inconsciente no meio das chamas, abandonado à sua sorte. O sócio recebe o dinheiro do seguro, enquanto que o Prof. é tido como morto. Mas este reaparece anos mais tarde, com um novo museu e dois assistentes. A abertura do museu coincide com o desaparecimento de várias pessoas na cidade. Este exibe reconstruções de cenários macabros e as esculturas parecem reais. Mas o novo assistente, um promissor jovem escultor, começa a desconfiar do seu novo mestre.
Este filme, já por si, um “remake” de “Mystery of The Wax Musem” (1933), foi alvo de uma adaptação livre em 2005 que, sinceramente, deixou muito a desejar. Quando há dias escolhi este clássico para fazer o meu serão, pensei que o iria estar a rever, pois lembrava-me de algo do género. Mas não foi assim, pois o que eu vi há uns anos atrás seguia uma história similar à do “remake” de 2005, enveredando por uma linha “slasher”. Um grupo de amigos em viagem perde-se e vai parar a uma vila que tem um museu de cera. Um a um estes vão desaparecendo e estátuas parecidas aos mesmos aparecem em exposição. Não consigo encontrar referências em lado algum a essa adaptação. Ajudas são bem-vindas.
Quanto a esta adaptação de 1953 (há uma versão "normal", a qual eu vi, e uma versão em 3D), um verdadeiro clássico do cinema de suspense com aquela que é, na minha modesta opinião, uma das melhores performances do grande Vincent Price (se é que ele alguma vez teve uma má performance). Aconselho vivamente a fãs de Vincent Price, filmes de suspense / terror da década de 50 e suspense no geral. 100%
RDS
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IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0045888/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/House_of_Wax_(1953_movie)
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05/11/08

Dead Silence (2007)

Alguém deixa uma encomenda misteriosa à porta de Jamie Ashen (Ryan Kwanten) e a sua esposa Lisa (Laura Regan). Trata-se de um bizarro boneco de ventriloquista. Jamie sai de casa para ir buscar comida Chinesa e, quando volta, encontra Lisa morta e com o rosto desfigurado. Não tendo um álibi que o ilibe, Jamie é tido como suspeito número um pelo detective que assumiu o caso, Jim Lipton (Donnie Wahlberg). Baseado numa história de fantasmas da sua infância, acerca duma ventriloquista chamada Mary Shaw, Jamie volta à terra natal, Ravens Fair, para encontrar respostas para o assassinato da sua mulher e conseguir provar a sua inocência. Mas Jamie acaba por encontrar mais respostas do que aquelas que pretendia.
Produto das mesmas mentes que criaram de Saw, e com uma capa que faz lembrar muito o referido filme, poder-se-ia esperar algo na mesma linha. Pois não é isso que acontece em “Dead Silence”. Esta é uma boa história de fantasmas, com reminiscências da velha escola, como já não via há algum tempo. Não será propriamente assustador para quem está habituado a este tipo de filmes, mas o ambiente é denso, pesado e misterioso. E, felizmente, não recorre ao típico susto “salto da cadeira” por intermédio do som dos efeitos especiais e/ou música repentinos e com volume altíssimo. Aqui privilegia-se a tensão contínua, centrada no ambiente geral do filme e na imagem. Gostei muito do ambiente semi-gótico ao longo do filme, tanto na história como na fantástica fotografia de tons “apagados” de azul, verde e cinzento. E a ajudar ao clima temos ainda a fabulosa banda sonora de Charlie Clouser a fazer lembrar por momentos os clássicos do género da década de 70s. Quanto ao final, desafio seja quem for a dizer “eu já estava à espera disto, era previsível”. Tretas! Depois de ver um filme é muito fácil dizer isso. Aqui não se consegue adivinhar a impressionante reviravolta. Apesar de ter lido algumas críticas negativas (ainda bem que eu não dou muita atenção a esse tipo de comentários e prefiro fazer o meu próprio julgamento), gostei muito e recomendo. 85%
RDS

Website Oficial:
http://www.deadsilencemovie.net/
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0455760/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Dead_Silence

29/10/08

Masters Of Horror (2005)

Já aqui falei nesta série de TV Norte-Americana, a propósito de “Imprint” do Japonês Takashi Miike. Esse episódio levou-me a ir procurar a série na sua totalidade. Neste momento estou a visualizar a primeira temporada e, para já, deparei-me com um episódio fraquito, um assim-assim e dois fantásticos. Mas vamos aos poucos e, numa primeira descrição, retrato a série em si. Mick Garris criou a série “Masters Of Horror” para o canal de TV por cabo Norte-Americano Showtime. Duas temporadas, de 13 episódios cada, foram produzidas e exibidas. Cada episódio foi realizado por um nome sonante do cinema de terror / suspense. Depois desta série, outra no mesmo formato, mas na área da ficção científica teve lugar: “Masters Of Science Fiction”. Foram apenas 6 episódios (dois deles não foram exibidos). “Fear Itself”, também na linha de terror, teve estreia no Verão de 2008. “Masters Of Italian Horror” (esta promete) está em fase de produção.
Abaixo descrevo os 4 episódios que já tive a oportunidade de ver. RDS
Website Oficial: http://www.mastersofhorror.net/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Masters_of_Horror
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0448190

EP01 - “Incident On And Off A Mountain Road” (Don Coscarelli; série “Phantasm”, “The Beatmaster”, “Bubba Ho-Tep”):Enquanto conduz de noite, numa estrada solitária, pelo meio das montanhas, Ellen distrai-se com o auto-rádio e embate num carro estacionado. Esta procura ajuda porque o seu carro não pega de novo. Infelizmente, depara-se com Moonface, um enorme homem desfigurado que colecciona corpos humanos, a puxar o corpo de uma jovem. Ellen é raptada por Moonface, mas consegue escapar e retaliar contra o monstruoso psicopata.
Esta história é-vos conhecida? Pois claro, esta narrativa apresenta quase todos os “slashers” Norte-Americanos que foram feitos desde a década de 70 até aos nossos dias. Está bem feito, mas é demasiado cliché para o seu bem. O acidente de carro na montanha / floresta, o psicopata deformado, o desespero e luta da(s) pessoa(s) raptada(s) para conseguir fugir. Passo a passo, peça a peça, Don Coscarelli reconstrói o tipico “slasher” “made-in-USA”. Apenas para os fãs “diehard” do género. 55%
Wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Incident_On_and_Off_a_Mountain_Road
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0643107/
Don Coscarelli (Wikipedia): http://en.wikipedia.org/wiki/Don_Coscarelli
Don Coscarelli (IMDB): http://www.imdb.com/name/nm0181741/




EP02 – “H. P. Lovecraft's Dreams In The Witch-House” (Stuart Gordon; “Re-Animator”, “The Beyond”):
O estudante Walter Gilman aluga um quarto numa verdadeira pocilga. Este está a escrever a sua tese de graduação sobre dimensões paralelas e outros pressupostos metafísicos. Mas o quarto onde este dorme está, supostamente, amaldiçoado. Noite após noite, este começa a ter sonhos bizarros com um rato com cara humana, uma bruxa demoníaca e uma porta para outra dimensão. A bruxa pede-lhe para este praticar um ritual ocultista e sacrificar um bebé. A vizinha do quarto ao lado, com quem Walter está a começar a ter uma boa relação, é mãe solteira e tem um filho bebé. Walter começa a definhar e a certo ponto já não sabe qual é a realidade e a fantasia.
Quando pensei que a série iria enveredar pelos mesmos caminhos do 1º episódio, eis que me surge esta obra-prima baseada numa obra do genial Lovecraft e realizada por Stuart Gordon. Bizarro, psicadélico a momentos, perturbador, genial. Uma excelente adaptação do mundo bizarro de Lovecraft e, quem já leu algumas das suas obras, irá com certeza concordar comigo. Muito bom. Fez-me continuar a ver a série. 90%
Wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/H._P._Lovecraft%27s_Dreams_in_the_Witch-House
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0643104/
Stuart Gordon (Wikipedia): http://en.wikipedia.org/wiki/Stuart_Gordon
Stuart Gordon (IMDB): http://www.imdb.com/name/nm0002340/
EP03 – “Dance Of The Dead” (Tobe Hooper; “The Texas Chainsaw Masacre”, “Poltergeist”, “The Mangler”):
Encontramo-nos nuns USA pós-apocalípticos. A população foi dizimada por um ataque nuclear terrorista. A maior parte dos seres humanos ficou desfigurada, com a carne putrefacta. A sociedade está num estado de caos permanente. Uma jovem chamada Peggy vive com a sua mãe, dona de um snack-bar. Peggy envolve-se com um jovem motociclista viciado em drogas e o seu grupo de amigos. Contra os protestos da mãe, esta vai com o grupo para o seu local de eleição, um clube nocturno chamado Dorm Room. Ali, o mestre-de-cerimónias (o grande Robert “Nightmare On Elm Street” Englund) apresenta um mórbido espectáculo em que corpos reavivados por intermédio descargas eléctricas e injecções de drogas experimentais têm espasmos a que chamam “dança da morte”. Peggy vai reconhecer uma das pessoas em palco e, consequentemente, vai ficar a conhecer um segredo nada agradável.
Não é uma história originalíssima mas está bem feita e convence. Se estivéssemos a falar de um filme de longa duração, a coisa poderia ser melhor explorada, ou então, arrastar-se-ia demais para o seu próprio bem. Para media metragem, está muito bem e cumpre o seu papel. E uma participação de Robert Englund dá sempre aquele toque de bizarria e esquisitice que agrada aos fãs de terror. A banda sonora é da responsabilidade de Billy Corgan (Smashing Pumpkins) e é o melhorzito que este senhor fez desde a dissolução dos Pumpkins. Gostei mas não penso que vá ver de novo num futuro próximo. 70%
Wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Dance_of_the_Dead_(Masters_of_Horror_episode)
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0643102/
Tobe Hooper (Wikipedia): http://en.wikipedia.org/wiki/Tobe_Hooper
Tobe Hooper (IMDB): http://www.imdb.com/name/nm0001361/


EP04 – “Jenifer” (Dario Argento; “Profondo Rosso”, “Suspiria”, “Phenomena”):Dois polícias dentro do carro patrulha, estacionado num local afastado, apreciam o seu almoço. O Detective Frank Spivey sai do carro para fumar um cigarro e vê um homem a arrastar uma jovem. Frank chega mesmo a tempo de impedir o homem de cortar a cabeça da jovem com um cutelo, alvejando o homem mortalmente. Mas antes de morrer, este ainda consegue dizer: “Jenifer”. Este tenta a ajudar a rapariga a levantar-se e repara que esta está terrivelmente desfigurada na face, não fala, e tem um certo atraso mental. Jenifer vai para um hospital psiquiátrico mas o detective tem pena dela e leva-a para casa, mesmo contra a vontade da sua esposa. Depois de Jenifer matar e comer o cão da família, a esposa de Frank sai de casa com o filho. Frank começa a ficar obcecado com a rapariga de uma forma pouco saudável. A relação torna-se física. Até que algo de mais grave acontece. Este foge com a rapariga para uma cabana nas montanhas. Mas as coisas não vão acalmar.
A maior parte das críticas que li sobre esta primeira participação do mestre Argento na série não foram muito favoráveis. Não sei porquê. Este é o melhor episódio que vi até agora. Intenso, perturbador (Jenifer é verdadeiramente perturbadora, excelente caracterização), pleno de suspense (Argento é exímio em criar ambiente pesados), muito Gore (é até demasiado Gore para o habitual de Argento, não que eu me esteja a queixar, mas não é o estilo do mestre Italiano). E a cereja no cimo do bolo é mesmo a banda sonora de Claudio Simonetti (ex-Goblin), colaborador assíduo de Argento. Fantástico. Espero encontrar mais episódios assim. 90%
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Jenifer_(Masters_of_Horror_episode)
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0643108/
Dario Argento (Wikipedia): http://en.wikipedia.org/wiki/Dario_Argento
Dario Argento (IMDB): http://www.imdb.com/name/nm0000783/

28/10/08

Chinjeolhan Geumjassi / Sympathy For Lady Vengeance (2005)

Este é um dos filmes que compõem a “trilogia da vingança” do Sul-Coreano Chan-wook Park. Até ao momento apenas tinha tido a oportunidade de ver “Oldboy” (sendo o outro filme da trilogia “Sympathy For Mr. Vengeance”), o qual já revi neste blog e me chamou a atenção para o trabalho deste senhor. Os filmes não têm nenhuma ligação, são histórias diferentes, com um elenco diferente. O único elo de ligação é a ideia da personagem principal procurar vingança a todo custo.
A história é simples e já se viu em muitos outros filmes, contada de diversas maneiras. Após 13 anos de encarceramento pelo rapto e assassínio de uma criança de 5 anos, Geum-ja Lee (Yeong-ae Lee) põe em marcha o seu plano de vingança. A pessoa de quem se quer vingar foi a verdadeira responsável pela morte da criança.
A primeira hora do filme é apresentada de uma forma quase poética, as informações vão sendo fornecidas uma a uma, na maior parte dos casos por intermédio de “flashbacks” e, aos poucos, vamos encaixando as peças e percebendo o que se passou no passado e se irá passar no presente. Até aqui, “Sympathy For Lady Vengeance” é um filme mais “ligeiro” que “Oldboy” mas, a partir de certo momento, quando já estamos a par de toda a história e do plano de Geum-ja Lee, a situação atinge contornos macabros, a tensão é imensa e torna-se quase insuportável, a situação é surreal, e apresenta-se um dilema moral, não só às personagens mas também ao próprio espectador. E se eu estivesse na mesma situação? O que faria? E no final dá-se uma mudança de comportamento incrível nas personagens, com uma dose brutal de humor negro (o cantar dos “Parabéns a Você” e a ligeireza com que encaram a recente queda de neve). Como se nada se tivesse passado. Fabuloso.
A história é relativamente simples mas está contada de uma forma soberba, para isso contribuindo muito a ajuda dos “flashbacks” bem encaixados, a edição do filme, a fotografia, a fantástica banda sonora, a excelente “performance” de Yeong-ae Lee, assim como a realização soberba de Chan-wook Park. Como bónus temos ainda Min-sik Choi (o personagem principal em “Oldboy”) como o vilão Mr. Baek. O resultado final é fenomenal e eu recomendo vivamente. 95%
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E já agora fica a informação de que se prepara mais um “remake” Norte-Americano de um filme Asiático. “Sympathy For Lady Vengeance”, uma obra-prima genial, vai ser massacrada. É isso mesmo, os nosso “amigos” USA já não conseguem fazer nada por si mesmos e têm que recorrer constantemente à reprodução das ideias de outrem. Ou será que tem a ver com o problema de não conseguirem fazer duas tarefas ao mesmo tempo (ver o filme e ler as legendas)? Hum... Penso que é um pouco dos dois. Hollywood perdeu o rumo e já não faz nada de novo ou original.
RDS

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0451094/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Sympathy_for_Lady_Vengeance
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09/10/08

Hae-boo-hak-kyo-sil / The Cut (2007)

Mais um filme de terror Sul-Coreano que tive o (des)prazer de ver. Na verdade, a premissa deste não foge muito a aquilo que se faz no Ocidente e, faz até lembrar muito “Anatomie”. Mas, enquanto que no filme alemão lidamos com seres humanos perversos, em “The Cut” lidamos com entidades sobrenaturais e o seu desejo de vingança (claro, estamos a falar de um filme Asiático).
Um grupo de seis estudantes de medicina começa a ter sonhos e alucinações arrepiantes depois de uma aula de anatomia, na qual lhes foi atribuído o cadáver de uma bela jovem. Um a um estes vão começar a morrer de forma estranha e começam a aperceber-se de que está tudo ligado ao cadáver e ao passado da jovem. A história não é nada do outro mundo (ou talvez seja) mas está bem desenvolvida, bom argumento, excelente realização (muito importante num filme de terror com uma forte componente de suspense) e soberbas interpretações por parte de todo o elenco. Além disso, o final é inesperado, se bem que já vi reviravoltas do género noutros filmes e os mais “espertinhos” vão dizer que já estavam a prever aquele desenlace (no final do filme todos são muito espertos). Assustador, arrepiante, intenso, asfixiante, é assim “The Cut”. Manteve-me agarrado ao ecrã durante os 90 minutos que tem de duração. Uma particularidade que me faz gostar ainda mais do filme e lhe dá outra dimensão é a fusão dos elementos de terror e suspense com alguma fantasia e um ambiente gótico-romântico. Podemos ver na mesma cena sangue e pétalas de flores ou ainda um cadáver rodeado de cores de tonalidades mais “alegres” como azul, verde ou vermelho. A fotografia representa um grande papel nesta fantástica película Sul-Coreana. Este contraste da morte e do macabro com a beleza da juventude e tons românticos chama a atenção e afasta “The Cut” dos seus pares. Gostei muito e recomendo vivamente, quanto mais não seja pela cinematografia exemplar. 90%
RDS

HanCinema:
http://www.hancinema.net/korean_movie_The_Cut.php

17/08/08

Satánico Pandemonium / La Sexorcista (1975)

Há já muito tempo que andava para ver este clássico do nunspolitation Mexicano. Já havia lido umas coisas interessantes acerca do filme e, como fã “diehard” de cinema alternativo, uma película destas não me poderia passar ao lado. Já agora deixo uma pequena curiosidade sobre o título (que soa mais “agressivo” do que o filme realmente é): Quentin Tarantino e Robert Rodriguez utilizaram o título “Satánico Pandemonium” para o atribuir como nome artístico à dançarina exótica (Salma Hayek) de “From Dusk Till Dawn”.
A história é simples; a jovem freira Maria (Cecília Pezet) é confrontada com a aparição de Lúcifer (Enrique Rocha) e, a partir daí, começa a ter fantasias sexuais (e a tentar pô-las em pratica) com outras freiras e até um pastor pré-adolescente que vive perto do convento. Maria começa a ter alucinações e visões de serpentes, gatos negros, etc. Isto, aliado à sua tentativa de lutar contra a tentação, conduzem-na a uma espiral descendente que a leva à loucura. Toda a simbologia é demasiado óbvia e, diria até, simplista e “naive”. A maça, a serpente, o gato negro, etc, tudo é demasiado óbvio. Já havia lido que o filme era um pouco parado e tornava-se aborrecido. Tive essa mesma sensação, sem dúvida. O que aqui se passou em cerca de 90 minutos poderia ter sido feito em apenas uma hora, com uma evolução mais rápida das coisas. O final inesperado pode ter diversas interpretações. Eu tenho a minha mas não a vou aqui partilhar, preferindo deixar-vos pensar um pouco, e que tirem vossas próprias conclusões.
Gostei da banda sonora (alguém me ajuda a conseguir isso?), a qual se adapta muito bem ao ambiente do filme, com a sua fusão de cânticos religiosos, temas sinfónicos e sons psicadélicos e perturbadores. Gostei também do trabalho de fotografia com tons e cores quentes e apelativas.
A temática religiosa (não se esqueçam que falamos num país católico extremo como o é o México) aliada a alguma nudez, sexo, pedofilia, etc, causaram algum reboliço na sociedade Mexicana (estamos em meados da década de 70). Hoje em dia este tipo de filmes já não é tão chocante e, além disso, a temática já foi explorada de uma maneira muito melhor (um bom exemplo disso será “The Devil’s Advocate” com Al Pacino, Keanu Reeves e Charlize Theron). Mesmo assim, vale a pena conferir se são fãs de 70s exploitation / nunsploitation e filmes com temática religiosa. 50%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0070636/

Satánico Pandemonium - Excerto

15/08/08

Cheonnyeon Ho / Legend Of The Evil Lake (2003)

Há mil anos atrás o espírito de um maligno feiticeiro foi aprisionado no lago pelo primeiro imperador do Império Chilla. Este é libertado e apodera-se do corpo da bela Já Woon-bi (Hyo-jin Kim), esposa do General Biharang (Jun-ho Jeong), com o único propósito de se vingar, eliminado a dinastia que assassinou a sua gente, e o aprisionou no lago durante um milénio. O General Biharang encontra-se num dilema emocional pois tem de destruir o espírito mas, ao fazê-lo, irá matar a sua amada esposa. É esta a simples premissa deste filme. Como habitual nos filmes Sul-Coreanos do género, temos direito a uma fabulosa fusão de fantasia, romance, drama, acção e, neste filme em particular, até algum terror. Muito movimento, performances acima da média, efeitos especiais fantásticos, um trabalho de fotografia sensacional e muita emoção. Por muitos filmes que se vejam com as mesmas fórmulas repetidas até à exaustão, é difícil ficarmos impávidos e serenos a toda a tensão e emoção que se cria desde o início até ao fim (neste em especial, um momento melodramático extremo tipicamente Sul-Coreano). É um dos melhores filmes Sul-Coreanos de fantasia que já vi e, como já referi, foi-me difícil tirar os olhos do ecrã durante os cerca de 95 minutos. Sou um fanático da fantasia, o que fazer?! Recomendo a quem gostou de “Bichunmoo”, “The Restless”, “The Duelist” e outros similares. 85%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0377633/

13/07/08

Redeu-ai / Redeye (2005)

Uma hospedeira, Oh Mi-sun (Shin-yeong Jang), junta-se ao turno da noite de um comboio intercidades e, na sua primeira noite de trabalho, depara-se com alguns eventos sobrenaturais que ocorrem durante a viagem. Este novo comboio foi construído com partes de um outro que teve um acidente há uns anos atrás, do qual resultaram inúmeras vítimas mortais, entre os quais, o pai de Mi-sun. Pouco a pouco o comboio começa a ganhar vida e começa a reivindicar vidas entre os actuais passageiros.
É esta a simples premissa do filme. E até poderia resultar o que, infelizmente, não acontece. A narrativa é muito confusa e há muitos pormenores que estão mal explicados. A resolução do enigma do comboio e dos seus fantasmagóricos ocupantes não é das melhores e, mais uma vez, está mal explicada e alguns pormenores não fazem sentido. Mas é só aspectos negativos? Não. Em termos de efeitos especiais, fotografia e até a própria realização, o filme é fantástico e tem momentos arrepiantes muito bem conseguidos. Mas realço apenas essa componente visual pois, como já referi, o argumento pretende ser algo de muito elaborado e acaba por falhar redondamente. Apenas para os fãs “diehard” de terror asiático e que ainda não estão fartos de assustadoras raparigas de cabelos longos pretos a surgir de todos os cantos e esquinas. 40%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0448707/

03/06/08

Chakushin Ari / One Missed Call (TV) (2005)

Depois de ter visto a trilogia de filmes, e de ter gostado imenso, eis que me surge a oportunidade de pôr as mãos (e olhos) na série de TV (ou Dorama, como é apelidada no Japão). Em termos de edição oficial, esta surge entre o 2º e o 3º filme. Ao todo são 10 episódios, com uma duração individual de 45 minutos, que seguem a mesma premissa dos filmes. A grande diferença é que este Dorama é mais direccionado para o mistério-suspense-policial do que propriamente para o terror puro (leia-se: J-Horror). Mas não se preocupem os fãs “diehard” do J-Horror pois há terror em boas doses. Muito humor (tipicamente Japonês) à mistura e algum drama (sem chegar ao usual melodramatismo asiático) ajudam a condimentar. Alguns dos efeitos especiais é que deixam algo a desejar, mas claro está, estamos a lidar com uma série de TV e não com um filme de alto orçamento. Mas também não é nada que arruíne o visionamento. Há até alguns efeitos (mais na linha do terror) que estão ao mais alto nível do que estamos habituados no género vindo do Japão. Os actores e actrizes estão, como habitual numa produção Japonesa, excelentes. Mas, como é evidente, o espectador tem de estar habituado a cinema/TV e/ou cultura nipónica em geral para poder apreciar os comportamentos, algo bizarros para um ocidental. O argumento é excelente, está muito bem escrito, com muitas reviravoltas interessantes, conseguindo agarrar o espectador do início ao fim de cada episódio, e deixando-o “pendurado” no final, ansiando por mais. O final (da série) é ambíguo. Deixa-nos a pensar um pouco. Coisa habitual no J-Horror, eu sei. Eu achei, no mínimo, interessante, embora estivesse à espera de outro tipo de final, deixando-me este algo desiludido. Mas não de todo.
Outro tópico que não posso deixar de referir é a faixa musical que encerra cada episódio. Trata-se da faixa “Heart” da “girls band” japonesa D.D.D. É extremamente “catchy” e viciante. Eu a gostar de uma faixa Pop e, ainda por cima, interpretada de uma “girls band”? É claro que se trata de J-Pop, por isso, deixo passar, he, he. Brincadeiras à parte, é mais que certo que se gostarmos de um filme ou de uma série de TV, acabaremos por ficar viciados também na sua música, mesmo que não faça parte do nosso universo musical de preferência. Foi o que aconteceu neste caso. Ainda vos deixo aqui o videoclip da mesma para vosso deleite (ou para que deixem as vossas queixas, he, he).
No geral, valem a pena os 450 minutos que se passam em frente ao ecrã. Para os fãs da trilogia de filmes. 80%
RDS

Website Oficial:
http://www.tv-asahi.co.jp/chakushin/
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1015573/
Chakushin Ari - Excerto


D.D.D. - Heart (Chakushin Ari OST)

28/05/08

Pon / Phone (2002)

A jornalista Ji-won (Ji-won Ha) escreveu alguns artigos sobre pedofilia e, por isso mesmo, está ser alvo de chamadas telefónicas ameaçadoras por parte de pessoas envolvidas no escândalo. Esta tira um tempo livre do seu trabalho e vai viver durante uns tempos para a casa nova, ainda desabitada, de uma amiga. A filha do casal amigo, Young-su, atende o telemóvel de Ji-won e dá um grito de susto, passando a comportar-se de uma forma estranha e assustadora depois do sucedido. A criança começa a demonstrar uma atracção obsessiva pelo pai e a odiar a mãe. Entretanto, Ji-won continua a receber chamadas e mensagens, mesmo depois de mudar de número. Esta inicia uma investigação para saber mais sobre o passado do seu actual número e descobre que os anteriores donos ou desapareceram, ou morreram em circunstâncias misteriosas. Ao procurar informações sobre a primeira pessoa desaparecida, Jin-hee, descobre que esta era uma adolescente que estava obsessivamente apaixonada por um homem mais velho e casado. Os segredos começam a desvendar-se.
Não vou estar a revelar muito mais da trama, pois este é um filme que tem de ser ir vendo e juntando certas peças. Misto de policial, thriller e terror, este filme da Coreia do Sul é protagonizado por Ji-won Ha (“Sex Is Zero”, “100 Days With Mr. Arrogant” ou “Duelist”, entre outros). Já aqui fiz comentários às capacidades, ou falta delas, desta jovem actriz. Ora vejo um filme onde esta me desilude totalmente, ora vejo um filme onde esta está irrepreensível. Este é um dos filmes onde Ji-won consegue uma boa performance. Quanto ao filme em si, apesar de ter um enredo algo complexo, este não é assim tão difícil ou confuso como outros filmes asiáticos de terror ou suspense que tenho visto. Pelo menos não o é pelos padrões asiáticos, pois este “Phone” está mais próximo de um thriller sobrenatural Norte-Americano do que de um Sul-Coreano. O argumento é bom, o ambiente é intenso, tem muito suspense, revilravoltas não esperadas e uma actuação fenomenal de Ji-won e, principalmente, de Seo-woo Eun (a filha do casal). Não é uma obra-prima, mas vale a pena os 100 minutos e, se gostam do género, não os vão dar por perdidos, acreditem. 85%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0323630/

17/05/08

Choyonghan Kajok / The Quiet Family (1998)

A familia Kang (pai, mãe, tio, um filho e duas filhas) compra um alojamento na montanha. Estes aguardam ansiosamente o primeiro cliente que tarda em chegar. Finalmente, um homem aluga um quarto. A excitação não podia ser maior. Mas no dia seguinte encontram o homem morto na cama. Para não chamar a policia e evitar a má publicidade para o alojamento, decidem enterrar o corpo na montanha. Mais clientes chegam e as coisas parecem estar a compor-se mas, os Kang parecem estar destinados a ter azar. Entre suicídios, assassinatos e acidentes, a contagem de corpos aumenta drasticamente. Para ajudar à confusão, a policia começa a investigar o desaparecimento de dois homens e uma nova estrada que está a ser construída vai passar precisamente no sítio onde a família está a enterrar os corpos. As coisas ficam mesmo fora de controlo.
Esta obra-prima plena de humor negro foi escrita e realizada por Ji-woon Kim, responsável por outras pérolas como “A Tale Of Two Sisters” ou “Memories” (parte de “Three Extremes 2”), por exemplo. Esta foi, aliás, a sua estreia em filme de longa duração. No elenco temos In-hwan Park (Tae-gu Kang, pai), Mun-hee Na (Mrs. Kang, mãe), Kang-ho Song (Yeong-min Kang, filho), Min-sik Choi (Chang-ku Kang , tio), Ho-kyung Go (Mi-na Kang, filha) e Yun-seong Lee (Mi-su Kang, filha).
Fusão de ambientes e ideias de inspiração Hitchcock com o típico humor Coreano pautam este filme. Não há um único momento “morto” no filme, passo a expressão. As situações mais bizarras e invulgares não param de acontecer. O sorriso, por vezes amarelo, não sai das nossas caras um único segundo. E muitas gargalhadas acompanham. E o final… é impagável. Uma das melhores cenas, de entre muitas, é quando a certo momento temos a família sentada à mesa, prestes a iniciar o seu jantar, e a falar descontraidamente sobre como as suas capacidades de cavar buracos e enterrar corpos está a melhorar. Antes demoravam horas, agora conseguem-no fazer em meia hora. Como se estivessem a falar de uma coisa normalíssima. Na televisão estão a falar de espiões Norte-Coreanos que foram apanhados em flagrante no Sul. O filho da família diz, na brincadeira, que estes mereciam era ser enterrados vivos. Toda a família ri do comentário. Hitchcock na sua pura essência! O mestre do suspense é que gostava de pôr as pessoas a falar de morte durante as refeições. E a banda sonora cheia de material das linhas Rockabilly, Horrorpunk e Gothic Rock encaixa na perfeição (à excepção de um ou dois temas algo desenquadrados), no ambiente geral do filme.
Das melhores comédia negras que vi nos últimos anos, a par de, por exemplo, “The Trouble With Harry” de Hitchcock. Recomendo vivamente a fãs deste tipo de humor, fãs de Hithcock e fãs de cinema de terror e suspense asiático em geral.
Falta ainda referir que o filme foi alvo de uma nova versão por parte do polémico realizador Japonês Takashi Miike, sob o título “The Happiness Of The Katakuris” (Katakuri-ke No Kôfuku) em 2001. Ainda não vi esta versão, mas fiquei ansioso por o fazer. Segundo parece, Miike transformou a história num bizarro musical com zombies e outros que tais. Hum… chama a atenção. Mas, para já, aconselho o visionamento desta obra-prima Sul-Coreana. 95%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0188503/

09/04/08

Jam Films (2002)

“Jam Films” é uma antologia de 7 curtas-metragens. A linha oscila entre a ficção-científica, a comédia e o drama. A ideia é dar a conhecer o trabalho de novos talentos no cinema Japonês. Na sua grande maioria, estas curtas têm uma mensagem subentendida. Não vou estar a dissecar cada um dos temas retratados. Vou apenas dar-vos umas curtas sinopses e um breve comentário. Vejam e tirem as vossas próprias conclusões.

Intro: Inicia com uma introdução de CGI. Um cenário bem psicadélico em formato de videoclip. Simples mas eficaz.

1º Curta – The Messenger: Escrita e realizada por Ryuhei Kitamura. Ficção-científica / Thriller / Suspense. Um chefe do submundo é visitado por uma misteriosa mulher apelidada de “The Messenger”. Esta tem uma função importante e vai revelar ao mafioso algo importante sobre o seu destino. Excelente argumento e realização por parte de Kitamura. A fotografia, apesar de assentar em tons escuros (bem patentes na própria história), é um regalo para a vista. A cena do tiroteio é também assombrosa. A tensão mantém-se do início ao fim. Fabuloso. A minha favorita de toda a antologia. 95%

2º Curta – Kendama: Escrita e realizada por Tetuso Shinohara. Comédia. Um homem recebe um presente do seu patrão por ter ganho o campeonato de Sumo da empresa. Trata-se de um Kendama. Este não liga ao objecto e dá-o à sua colega. Mas depois volta atrás e quer o Kendama de volta. Mas ela não o devolve e começa a fugir. No decorrer da perseguição vai de encontro a um jovem que leva um saco com cebolas para casa. Os sacos trocam-se. Uma série de hilariantes encontros e desencontros tem início. Hilariante. A minha segunda favorita em “Jam Films”. Sem bem que eu ainda adicionaria uns 5 segundos ao final. Vejam e depois vão ter o mesmo pensamento que eu tive. 85%

3º Curta – Cold Sleep: Escrita e realizada por George Ida. Ficção-científica / Comédia. Um homem acorda de forma abrupta dentro de uma máquina de criogenia. Esta por sua vez encontra-se numa sala de uma escola primária. O homem está confuso e não sabe quem é ou onde está. Vê outras pessoas mas estas comportam-se de uma forma infantil. Todas excepto uma jovem que o vai informar do que se está a passar. Estes fazem parte de uma elite terrestre que tem de repovoar outro planeta. Mas as intenções de quem os enviou são bem diferentes. Sarcástico. Gostei, mas não é dos meus favoritos. 65%

4º Curta – Pandora / Hong Kong Leg: Escrita e realizada por Rokuro Mochizuki. Drama / Suspense. Uma mulher tem um segredo. Sofre de pé-de-atleta. Esta procura uma cura milagrosa na medicina Chinesa. Um homem encerrado numa caixa lambe os pés da mulher. Esta fica obcecada pelo homem que não conhece. De tons semi-eróticos mas bizarros. Gostei. Isto já é o tipo de material bizarro que espero do Japão. 75%

5º Curta – Hijiki: Escrita e realizada por Yukihiko Tsutsumi. Drama / Thriller / Comédia negra. Esta história tem um final depressivo. Se não quiser ver, faça uma pausa. È assim que o realizador introduz Hijiko. Fiquei imediatamente com a sensação de que iria ver algo esquisito. Um homem tem como reféns duas mulheres e uma garota. Estão sentados a comer Hijiko (daí o título do filme). A polícia tem o prédio circundado. Ficamos a conhecer o passado das personagens. As reféns tentam convencer o homem a entregar-se num momento e no outro pedem-lhe para as matar porque a sua vida não vale nada. A miúda está impávida e serena. Insulta até o sequestrador. O final é inesperado. Gostei muito deste. Mas um daqueles filmes que só poderia vir do Japão. Surreal e algo bizarro mas embalado em tons de comédia negra. 80%

6º Curta – Justice: Escrita e realizada por Isao Yukisada. Comédia. Um liceu. Enquanto decorre uma aborrecida aula de inglês, na qual se estuda o “Potsdam Declaration”, vários alunos tentar passar o tempo da “melhor” maneira. Quem se lembra dos seus tempos de liceu vai, com certeza, identificar-se com estes jovens. Um dos jovens em particular inicia um registo de pontuações. Este observa as raparigas na aula de educação física a saltar barreiras. Três equipas (vermelha, azul e verde) representam as cores dos calções de ginástica. Um ponto para cada equipa por ajeitar os calções depois de saltar as barreiras. Hilariante, mas com uma mensagem subliminar que inclui a já referida “Potsdam Declaration”. No entanto, algo difícil de assimilar a ideia principal por detrás deste “Justice”. Tenho de rever este com atenção. 80%

7º Curta – Arita: Escrita e realizada por Shunji Iwai. Drama. Desde pequena que a jovem protagonista vê uma personagem chamada Arita aparecer nos seus livros de escola, nos seus desenhos, etc. O que é Arita. Está viva ou não? Será imaginação sua? As outras pessoas não parecem conseguir ver Arita. Algo surreal esta curta. Mais uma daquelas histórias que só podiam ter saído da cabeça de um Japonês. Mais uma vez, uma mensagem implícita. 65%

Geral: 80%

RDS

IMDB:
http://imdb.com/title/tt0385791/

05/04/08

Jisatsu Saakuru / Suicide Club / Suicide Circle (2002)

Uma estação de metropolitano é palco de um suicídio colectivo. Cinquenta e quatro raparigas, de vários liceus, atiram-se para a linha de comboio no preciso momento em que este está a passar. Mas este não é um caso único. É apenas o início de uma série de suicídios colectivos e individuais. As pessoas (de uma maneira geral adolescentes) começam a agir de uma forma estranha. O detective Kuroda (Ryo Ishibashi) inicia uma investigação que parece não ter fim. Um grupo Pop de pré-adolescentes aparece constantemente na televisão e na rádio. Estarão relacionados? Será uma onda de crimes ou não? Existirá mesmo um “clube de suicídio”?
Segundo sei, o argumentista / realizador Sion Sono é mais conhecido por peças de teatro experimentais algo polémicas. Sono filmou muitas das cenas de “Suicide Club” em sessões de improviso, deixando os actores agir à vontade como se estivessem na vida real. Talvez sejam estes alguns dos motivos que fazem “Suicide Club” tão surreal, estranho, quase psicadélico, com um forte toque avantgarde e “artsy”. Outro motivo de interesse, algo mórbido evidentemente, é que a estação onde decorre a cena inicial existe na realidade e foi já local de variadíssimos suicídios. De tal forma que as autoridades aplicaram uma taxa de suicídio na dita estação para evitar tanto os ditos suicídios como os atrasos dos comboios.
Fiquei algo baralhado ao ver este filme e, mesmo agora, ainda não sei o que pensar. Desiludiu-me de certa maneira. Talvez estivesse à espera de outra coisa completamente diferente. O filme lida com diversos assuntos, desde o suicídio, auto-estima, fama, poder dos “media”, etc. Podem ver no “link” do IMDB do filme diversos comentários, cada um com um ponto de vista completamente diferente. Cada pessoa tem a sua interpretação de “Suicide Club”. Um ponto algo comum e com o qual concordo, é que o filme não pode ser apreciado se não se tiver em conta o factor cultural. O Japão é um país completamente diferente, quase um mundo à parte do resto do planeta. Os conceitos, ideias, e modos de os encarar, de vida, morte, vida após a morte, suicídio, trabalho, pressão do dia-a-dia, cultura ancestral, tudo contribui para uma análise mais elaborada. Percebo algumas coisas, até certo ponto, mas outras escapam-me ou não têm lugar no meu raciocínio ocidental. Como disse, cada pessoa interpreta à sua maneira os diversos temas aqui explorados, por isso, vejam o filme e tirem as vossas próprias conclusões. Mas preparem-se! Não é um filme fácil. Nem a nível visual (muita violência e até algum Gore marcam presença), nem intelectual (a violência e crueza com que assuntos, de certa forma tabu, são retratados). Ficam avisados. Uma coisa é certa: este filme nunca seria feito nos puritanos Estados Unidos. Se querem, e aqui uso o termo anglo-saxónico, “food for thought” (alimento para a mente), então esta é uma boa opção. Eu, pessoalmente, terei de o voltar a ver uma segunda e/ou terceira vez para melhor o assimilar. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0312843/

28/03/08

Witchfinder General (1968)

Século XVII. A Inglaterra está dividida pela guerra civil. Os monarquistas lutam contra o partido parlamentar pelo controle da nação. Este conflito distrai o povo do pensamento racional e permite que homens sem escrúpulos ganhem o poder local explorando superstições aldeãs. Um destes homens é Matthew Hopkins (Vincent Price), que percorre o país oferecendo os seus serviços como caçador de bruxas. Ajudado pelo seu sádico cúmplice John Stearne (Robert Russell), viaja de cidade em cidade extraindo confissões a “bruxas” com o único intuito de encher os bolsos e receber favores sexuais. Quando Hopkins condena o Padre John Lowes (Rupert Davies) por bruxaria, e subjuga a sobrinha deste, Sarah Lowes (Hilary Heath), acaba por ser alvo da fúria de Richard Marshall (Ian Ogilvy), noivo da rapariga. Arriscando ser condenado por fuga aos seus deveres militares, Richard persegue Hopkins e Stearne.
Fusão de thriller e terror, toques de western e dos filmes da Hammer. Esta obra-prima, baseada em factos reais, é tida como um dos filmes mais violentos alguma vez feitos no Reino Unido. Não pelas directrizes actuais, como é evidente, não se trata de um filme de terror puro, muito menos Gore. São os temas retratados, alguns deles até tabu, que criam o ambiente denso do filme e nos fazem pensar. Abuso de poder, corrupção, política, religião, superstição. Século XVII? As ideias e conceitos deste filme mantêm-se actuais. Obscuro, soturno, denso, agressivo. Uma obra-prima. Vincent Price, como sempre, está irrepreensível no papel do famigerado Hopkins. Price reencarna na perfeição a perfídia, malignidade, falta de escrúpulos e moral de Hopkins. Perfeito! Aliás, todo o elenco está soberbo. A realização de Michael Reeves é também um dos factores que eleva este filme a um patamar superior. E, segundo parece, Price e Reeves não se entendiam muito bem, existindo alguma tensão entre ambos o que, em parte, ajudou ao ambiente negro do filme. Pena é que o realizador Michael Reeves tenha deixado o mundo dos vivos tão cedo (devido a uma overdose de barbitúricos). Tinha apenas 25 anos de idade e deixou 4 filmes para a posteridade. Mas antes de nos deixar, ofereceu-nos esta obra-prima, “Witchfinder General”. “My name is Hopkins. Witchfinder”. Uma frase que fica na história do cinema. 100%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0063285/

27/03/08

Jim Henson's The Cube (1969) - Excerto 2

Jim Henson's The Cube (1969) - Excerto 1

Jim Henson’s The Cube (1969) & Time Piece (1965)

Não, não estamos a falar do filme Canadiano de suspense / ficção-científica. Este “The Cube” é um telefilme de 1 hora escrito (em parceria com Jerry Juhl) e realizado por Jim Henson (o mesmo de “Muppets Show”) para o programa de NBC “Experiment in Television”. A data de emissão foi 23 de Fevereiro de 1969.
Um homem está preso dentro de um cubo e não sabe como foi lá parar. Durante os cerca de 54 minutos em que decorre o filme, várias pessoas abrem diversas portas e entram no cubo. Depois de interagir com o homem, saem pela mesma porta por onde entraram. Mas quando o nosso herói tenta abrir a porta para sair, esta já não existe. O cubo está novamente fechado. Uma das personagens diz-lhe que ele tem de encontrar a sua própria porta para poder sair. Mas como? Qual é a minha porta? Como a consigo encontrar? São estas algumas das dúvidas do homem. E cada uma das personagens que entra não lhe satisfaz as dúvidas, pelo contrário, ainda o deixam com mais! Questões filosóficas sobre identidade, tempo, realidade, ilusão, entre outras, são debatidas em conjunto com cada um dos visitantes. Será que o “homem no cubo” conseguirá encontrar “a sua porta” e finalmente sair?
Richard Schaal está fantástico no papel do “homem no cubo” e, quanto à realização de Jim Henson, não haja dúvidas, está irrepreensível. O homem era um génio.
Hilariante, desconcertante, surrealista. Uma obra-prima. P.S. O original é a branco e preto, mas eu vi uma cópia a cores. 100%
RDS

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0291118/

A par com este telefilme tive ainda a oportunidade de ver “Time Piece”, uma curta-metragem de 9 minutos datada de 1965, escrita, realizada e protagonizada pelo próprio Jim Henson. Experimental, surrealista, musical, poética até. “Time Piece” é uma espécie de videoclip musical que lida com o assunto do tempo em várias vertentes tais como: o tempo como conceito filosófico, deslocação no tempo e a escravização do homem ao mesmo. Mais uma vez, o homem era um génio! 100%
RDS

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0059807/

[Escrito ao som de Yoshida Tatsuya / Satoko Fukii “Erans” (Tzadik 2004)]

Shutter (2004) - Trailer

Shutter (2004)

Um jovem fotografo chamado Tun (Ananda Everingham) e a sua namorada Jane (Natthaweeranuch Thongmee) atropelam uma rapariga ao regressar de uma jantar com um grupo de amigos. Tun convence Jane, que ia a guiar o carro, a fugir do local sem ajudar a vítima. Após este incidente, Tun começa a ver sombras misteriosas nas suas fotografias. Depois de fazer algumas investigações, este descobre que a rapariga atropelada era uma Natre (Achita Sikamana), ex-namorada e ex-colega de faculdade. No decorrer dos eventos, Jane descobre que o seu namorado esconde uma parte do seu passado que envolve Natre e o seu grupo de amigos.
Parece que não é só do Japão e da Coreia Do Sul que vêm os grandes filmes de terror e suspense. A Tailândia já está a ser responsável por uma série de filmes, com este “Shutter” à cabeça, que rivalizam com os seus pares Japoneses e Coreanos. “Shutter” é um filme intenso, assustador, perturbador. Já li algumas críticas e comentários que o apontam como um dos melhore filmes asiáticos de terror desde “Ju-On” e “Ringu”. Não posso senão concordar com a afirmação. Há já algum tempo que não via um filme tão assustador como este. Segundo parece, os realizadores, Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom estão na casa dos 20s e este é apenas o seu primeiro filme. Se é isto que conseguem na sua primeira experiência cinematográfica, então aguardo ansioso por mais trabalhos destes senhores. Promissores sem dúvida.
Para variar um pouco, o remake nos Estados Unidos é já uma realidade. Que fazer? Cópias medíocres de obras-primas? Gostaria de dizer que me passam ao lado mas eu, como consumidor impulsivo de cinema, gosto de ver tudo e depois comparar. No entanto, remakes à parte, o original estará sempre disponível para nós cinéfilos. Altamente aconselhável. 90%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0440803/

[Escrito ao som de Doomsword “Doomsword” (Underground Symphony 1999)]

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