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06/04/16

Chiller: The Complete Television Series (Synapse Films, 2xDVD, 2012)



“Chiller” foi uma série de TV, em formato de antologia, composta apenas por 5 episódios. Foi exibida originalmente em 1995 na Inglaterra. São cinco histórias que combinam terror e fantasia reminiscentes de antologias televisivas clássicas como “Twilight Zone” ou “One Step Beyond”. No elenco constam nomes como Nigel Havers (Chariots of Fire, Coronation Street), Martin Clunes (Men Behaving Badly), Sophie Ward (Young Sherlock Holmes) ou Kevin McNally (Pirates of the Caribbean), assim como o talento dos realizadores Lawrence Gordon Clark, Anthony Horowitz e Glenn Chandler.

Os episódios são os seguintes:
PROPHECY: Uma mulher participa numa sessão espírita com um grupo de amigos. Todos eles recebem profecias que lhes dizem respeito. Cinco anos mais tarde, as profecias começam a tornar-se realidade.
TOBY: Uma mulher grávida perde o feto num acidente de viação. Mais tarde descobre que está de grávida de novo mas, uma ecografia revela que não é essa a realidade. Esta fica convencida de que está a ser assombrada pelo espírito maligno do feto que perdeu.
MIRROR MAN: Uma assistente social tenta ajudar um jovem sem abrigo mas, descobre que o seu antecessor morreu de forma misteriosa.
THE MAN WHO DIDN'T BELIEVE IN GHOSTS: Um escritor que não acredita no sobrenatural muda-se para uma alegada casa assombrada para provar que os fantasmas não existem.
NUMBER SIX: Em Helsby, uma pequena vila de Yorkshire, a polícia tenta capturar um assassino de crianças que ataca nas noites de lua cheia.

Quanto à edição propriamente dita, o som é Dolby digital 2.0 Mono, com uma proporção 1.33:1 full frame. Esta edição da Synapse Films é orientada para o mercado Norte-Americano, e daí o DVD estar em formato de região 1, e sem qualquer tipo de legendas. No entanto, se isso não te desencoraja, e tens a possibilidade de ver discos de região 1, aproveita para rever esta curta mas intensa série Britânica.
RDS



 

17/10/08

Akuerian Eiji: Gekijô Ban / Aquarian Age: The Movie (2008)

Este filme é baseado num popular jogo de cartas coleccionáveis (e segundo parece também existe um anime). Alguns jovens de liceu descobrem que têm características genéticas especiais, entre as quais poderes sobrenaturais e asas de anjo/demónio. Mal se apercebem disso e encontram-se no meio de uma batalha milenar que opõem 5 tribos diferentes. É este o conceito geral de “Aquarian Age The Movie”. Agora, quanto ao filme em si, se não se conhecer esta premissa, é algo difícil chegar lá sozinho. O filme começa bem com tons negros, algures entre o gótico e o cyberpunk, alternam-se situações paralelas com uma rapidez estonteante, uma banda (Alice Nine) de “Visual Kei” actua num bar, a coisa começa a entusiasmar-me. Mas rapidamente começo a perder o gozo. É demasiado confuso (não complexo, mas mesmo confuso!). As personagens não são devidamente apresentadas ou exploradas, logo não ficamos a saber quem é quem, se é bom ou mau; não nos dão uma pequena introdução ao passado das tribos e a referida batalha, logo não se sabe quem está envolvido e as suas razões; a história demora imenso a desenvolver. Quando a coisa se começa a compor, amizades entre elementos de tribos são estabelecidas, surge uma personagem misteriosa (mais uma), os efeitos especiais começam a marcar presença e criar ambiente (vê-se pela primeira vez alguém a abrir as asas), vai ter inicio uma luta. Mas acaba o filme. Não consigo encontrar nenhuma informação na internet acerca disto mas, segundo parece, “Aquarian Age” está dividido em duas partes e irá haver uma continuação. Quando? Não sei. Se alguém puder ajudar nesta questão agradecia. Fiquei com água na boa mas… acabei por ficar cheio de fome. Estava à espera de uma coisa e saiu-me outra (o que eu pensava ver apenas está presente nos últimos 10 minutos). Pode ser que na continuação haja algum desenvolvimento da história, acção e efeitos especiais. É esperar para ver. Alguém tem mais informação? 40% (?)
RDS

Website Oficial:
http://www.aquarian-movie.com/
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1204355/
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Aquarian Age - Trailer

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alice nine. - Mirror Ball (PromoVideo)

12/10/08

Krull (1983)

Um monstro apelidado de “A Besta” ataca o Planeta Krull. Para se defenderem deste ataque, dois soberanos fazem uma aliança através do casamento dos seus filhos, o Príncipe Colwyn (Ken Marshall) e a Princesa Lyssa (Lysette Anthony). O castelo é atacado pelos “Slayers” (o exército da Besta) durante o casamento, os dois reis são assassinados, a Princesa é raptada e Colwyn é ferido gravemente. Depois de recuperar, este parte em auxílio de Lyssa. No início da jornada fica em posse de uma poderosa arma chamada “The Glave” que consiste numa espécie de bumerangue de 5 lâminas. Pelo caminho vai reunindo um peculiar grupo de aliados: o mago da corte Ynyr (Freddie Jones), um vidente cego (John Welsh), um grupo de bandidos que escapou recentemente da prisão (entre os quais os conhecidos Alun Armstrong, Liam Neeson e Robbie Coltrane), um mago com poucos poderes (David Battley), um cíclope (Bernard Bresslaw), e o miúdo ajudante do vidente, Titch (Graham McGrath). Estes têm de chegar à Fortaleza Negra (que nunca está no mesmo sítio muito tempo), resgatar a Princesa e eliminar A Besta e o seu exército.
Na linha dos filmes de fantasia / aventura / sci-fi que se propagou nos finais da década de 70 e primeira metade dos 80s, este “Krull” não traz nada de novo mas está muito bem feito. Fica tudo a meio caminho: uma história pouco original que segue a linha habitual, mas agrada; representações acima da média sem chegar a ser exemplares; efeitos especiais “kitsch” típicos dos 80s e que hoje têm um certo ar de série B (o que me agrada particularmente); trabalho de fotografia acima da média; banda sonora típica mas agradável e bem encaixada (cortesia de James Horner); e um desenlace mais que previsível. Mas isto é mau? Não senhor, muito pelo contrário. É um filme que vai agradar a fãs do género pois tem todos os ingredientes na dose certa. São duas horas bem passadas. Mas a minha opinião talvez seja de desconfiar pois já tinha visto “Krull” há uns bons anos atrás, quando ainda era criança, e este ficou retido na memória de um modo positivo. Para fãs de Star Wars, Excalibur, Ewoks, Dragonslayer, The Sword And The Sorcerer, Kull, Hercules / Xena, Lord Of The Rings, etc. Vocês sabem quem são, he, he! 80%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0085811/

09/10/08

Hae-boo-hak-kyo-sil / The Cut (2007)

Mais um filme de terror Sul-Coreano que tive o (des)prazer de ver. Na verdade, a premissa deste não foge muito a aquilo que se faz no Ocidente e, faz até lembrar muito “Anatomie”. Mas, enquanto que no filme alemão lidamos com seres humanos perversos, em “The Cut” lidamos com entidades sobrenaturais e o seu desejo de vingança (claro, estamos a falar de um filme Asiático).
Um grupo de seis estudantes de medicina começa a ter sonhos e alucinações arrepiantes depois de uma aula de anatomia, na qual lhes foi atribuído o cadáver de uma bela jovem. Um a um estes vão começar a morrer de forma estranha e começam a aperceber-se de que está tudo ligado ao cadáver e ao passado da jovem. A história não é nada do outro mundo (ou talvez seja) mas está bem desenvolvida, bom argumento, excelente realização (muito importante num filme de terror com uma forte componente de suspense) e soberbas interpretações por parte de todo o elenco. Além disso, o final é inesperado, se bem que já vi reviravoltas do género noutros filmes e os mais “espertinhos” vão dizer que já estavam a prever aquele desenlace (no final do filme todos são muito espertos). Assustador, arrepiante, intenso, asfixiante, é assim “The Cut”. Manteve-me agarrado ao ecrã durante os 90 minutos que tem de duração. Uma particularidade que me faz gostar ainda mais do filme e lhe dá outra dimensão é a fusão dos elementos de terror e suspense com alguma fantasia e um ambiente gótico-romântico. Podemos ver na mesma cena sangue e pétalas de flores ou ainda um cadáver rodeado de cores de tonalidades mais “alegres” como azul, verde ou vermelho. A fotografia representa um grande papel nesta fantástica película Sul-Coreana. Este contraste da morte e do macabro com a beleza da juventude e tons românticos chama a atenção e afasta “The Cut” dos seus pares. Gostei muito e recomendo vivamente, quanto mais não seja pela cinematografia exemplar. 90%
RDS

HanCinema:
http://www.hancinema.net/korean_movie_The_Cut.php

01/10/08

Hagane No Renkinjutsushi / Full Metal Alchemist (2004)

Nunca estive muito ligado ao mundo do Anime e do Manga e, além de dois ou três filmes de Hayao Miyazaki, nunca me tinha aventurado muito nesse mundo. Há um par de meses emprestaram-me diversos Animes e um dos títulos era mesmo este “Full Metal Alchemist”. Estive algum tempo sem tocar neste material, até que me decidi a experimentar. E ainda bem que o fiz! Vi o primeiro episódio e o assunto interessou-me e, logo ao segundo episódio, já estava cativado e viciado. Foram 4 temporadas num total de 51 episódios (cerca de 22 minutos cada um), e um filme (“The Conqueror Of Shamballa”, que continua onde ficou a série e encerra a história; cerca de 1h45m) e muitas horas de visionamento. Mas foi sempre com muito interesse que acompanhei as aventuras dos irmãos Elric e os seus amigos (e inimigos). O argumento é fabuloso e bate a milhas muitos dos argumentos de séries televisivas de sucesso (sim, é fantasia, e depois?). As personagens estão bem exploradas e é fácil criar empatia com as mesmas (até mesmo com alguns dos “maus da fita”, se bem que aqui as coisas não são bem branco e preto, mas sim com tons de cinzento na maior parte dos casos), há muitas reviravoltas, ideias bem encaixadas. Muita acção (há sempre movimento, batalhas, guerras, lutas, perseguições; o filme então tem sequências fabulosas de suster a respiração), muito humor (preparem-se para verdadeiras gargalhadas), fantasia e magia (muita alquimia, poderes especiais, seres inumanos, criaturas míticas), drama (há momentos bem “pesados”), tudo sempre levado ao extremo. E para acompanhar, uma soberba banda sonora da responsabilidade de Michiru Oshima, isto além, é claro, das fantásticas malhas Pop / Rock de abertura e encerramento de cada temporada (Porno Graffitti, Nana Kitade, L’Arc En Ciel, YeLLOW Generation, Cool Joke, Crystal Kay, Asian Kung-Fu Generation, Sowelu).
O pai dos irmãos Elric (Edward e Alphonse) abandonou-os e, quando a sua mãe morre, estes decidem realizar uma proibida transmutação humana para a trazer de volta ao mundo dos vivos. Mas a operação alquímica corre mal e Edward perde um braço e uma perna. Alphonse perde o corpo inteiro mas o irmão mais velho, Edward, consegue ligar a sua alma a uma armadura gigante. É assim a lei da troca equivalente da Alquimia. Para ganhar algo, tem de se dar alguma coisa em troca. Estes querem agora recuperar os seus corpos, deixam a sua casa e a sua terra, e viajam para a capital para fazer o exame e se tornarem Alquimistas Estatais. Entre muitas peripécias, perigos, aventuras, amigos, inimigos, estes procuram incessantemente a pedra filosofal para poderem contornar as leis da Alquimia e ter os seus corpos de volta.
Eu gostei imenso, fiquei viciado e não larguei a série enquanto não vi tudo. Recomendo vivamente a fãs de Anime (com certeza já devem ter visto, he, he) e fantasia / aventura em geral. 95%
RDS

Website Oficial: http://www.fullmetalalchemist.com/ / http://www.fullmetal-alchemist.com/
IMDB (Série): http://www.imdb.com/title/tt0421357/
IMDB (Filme): http://www.imdb.com/title/tt0485323/
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As 5 Introduções de Full Metal Alchemist
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Nana Kitade - Kesenai Tsumi (PV do tema do 1º encerramento)

24/09/08

De Fortabte Sjæles Ø / Island Of The Lost Souls (2007)

Depois do divórcio dos pais, a Lulu (Sara Langbaek Gaarmann) muda-se com a mãe Beate (Anette Stovelbaek) e o irmão mais novo Sylvester (Lucas Munk Biling) para uma pequena vila. Lulu tem um certo interesse por magia e o oculto e, certa noite, usa o seu tabuleiro Ouija e tenta chamar um espírito. Nada acontece no momento mas, durante a noite, uma luz entra no quarto e entra no corpo de Sylvester. Trata-se do espírito de Herrman Hartmann (Anders W. Berthelsen), o qual fazia parte de um grupo que lutava contra as forças do mal no século XIX. Herrman quer regressar ao mundo dos espíritos mas encontra-se preso no corpo de Sylvester. Oliver (Lasse Borg), o novo vizinho de Lulu, sugere um espiritista local chamado Ricard (Nicolaj Kopernikus). Mas Herrman não é o único que voltou do passado. Um necromante (Lars Mikkelsen), que já havia tido um confronto com Herrman no passado, é a personagem mais maléfica que pretende, adivinhem, governar o mundo.
A história não é nada de novo ou original, mas está bem contada, de uma maneira simples mas eficaz. Tem excelentes efeitos especiais, uma fantástica fotografia em tons de azul e verde, uma realização perfeita cortesia de Nikolaj Arcel e boas performances por parte de todo o elenco (em especial o jovem Lucas Munk Biling que faz aqui a sua estreia, tendo de representar duas personagens completamente diferentes, o que faz com um à vontade inacreditável). Já o fizeram passar por um filme direccionado para a família ou para um público infanto-juvenil. Na minha opinião é demasiado negro e intenso para poder agradar a crianças ou ser apelidado de familiar, mas não chega a ser propriamente assustador ou intenso e que vá de encontro aos gostos de fãs de terror. É um filme de fantasia com muita magia, efeitos, aventura, acção, algum humor e um ambiente negro que irá com certeza agradar a fãs do género. Tem miúdos sim, tem magia, tem um argumento que poderá remeter para um nome mais conhecido (não o vou mencionar pois toda a gente o faz, e vocês já devem saber qual é), mas está orientado para um público jovem adulto, na minha modesta opinião. Gostei muito do que vi e foi bom poder afastar-me um pouco dos filmes do género que se vão fazendo nos USA e que têm deixado algo a desejar. 80%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0466449/

18/09/08

Ultraman Mebius And Ultra Brothers / Urutoraman Mebiusu Ando Urutora kyôdai (2006)

Em comemoração dos 40 anos da franquia Ultraman surge este filme que reúne algumas das personagens e actores originais. Neste “Ultraman Mebius And Ultra Brothers” uma coligação de monstros de diversas proveniências da galáxia é formada com o intuito de conquistar a Terra. Para os deter está Ultraman Mebius de Nebula M-78. Este é o sucessor de uma linhagem de Ultra Brothers que tem protegido a Terra de ataques por parte de monstros extraterrestres durante 40 anos. Os atacantes tentam acordar o super monstro U-Killer Zarus, o qual foi derrotado pelos Ultra Brothers há 20 anos atrás, e que se encontra adormecido na baía de Kobe. Mas Ultrama Mebius não consegue derrotar os extraterrestres sozinho e muito menos o poderoso Ultra Killer Zarus, tendo para isso ajuda de Ultraman, Ultra Seven, Ultraman Jack, Ultraman Ace, Ultraman Taro e Zoffy. E todos (excepção de Zoffy) são interpretados pelos actores originais! Querem melhor?
As ideias são as mesmas de sempre e a história não foge muito ao que já conhecemos de 40 anos de Ultraman. Os efeitos especiais são os típicos (e para que mudar?) e temos direito aos habituais fatos de borracha, aos seres humanos vestidos de extraterrestres / monstros com fatos bem “kitsch”, e às maquetes da cidade a 1/3 da altura dos heróis / monstros e que são destruídas pelos mesmos (e que propositadamente se nota que são maquetes). No campo dos efeitos especiais temos alguma ajuda de CGI em fusão com os tradicionais efeitos série B, mas não se preocupem os fãs porque isso não altera em nada a mística do filme. Para quem já conhece, é uma visualização obrigatória, quanto mais não seja pela participação dos actores originais. Para que não conhece, é uma visualização obrigatória para entrar no universo Ultraman. Eu gostei muito. Tem muita acção, cor, movimento, fantasia e divertimento a rodos (e alguma nostalgia também). Aconselho vivamente. 90%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0999922/

08/09/08

Dragonslayer (1981)

Um grupo de aldeões parte à procura do feiticeiro Ulrich (Ralph Richardson, RIP) com o propósito de lhe pedir ajuda, pois a sua vila é aterrorizada por um enorme dragão. O Rei Casiodorus Rex (Peter Eyre) fez um pacto com o dragão e, em troca do sacrifício de algumas virgens, este deixa a aldeia em paz. Mas os habitantes estão fartos de perder as suas filhas. Mesmo antes de iniciar a viagem, Ulrich é assassinado e o seu aprendiz Galen (Peter MacNicol) voluntaria-se para tomar o seu lugar. A história não evolui muito mais do que isto, baseando-se o filme apenas na tentativa de matar o dragão. Alguma acção, algum romance, muita feitiçaria, e algum humor. São estes os ingredientes deste típico filme “sword & sorcery” dos 80s. Os actores, na sua grande maioria, estão muito bem, em especial Sir Ralph Richardson. Peter MacNicol, aqui na sua estreia em filme, também está muito bem como o jovem feiticeiro Galen. Outros nomes da lista de actores são Ian McDiarmid, Caitlin Clarke (RIP), Sydney Bromley (RIP), Roger Kemp ou John Hallam (RIP). Apesar de alguns dos efeitos especiais não serem fantásticos, estão bem acima da média não podendo ser apelidados de série B e, no geral, satisfazem. O dragão é um dos pontos positivos nesta área. Este deve ser um dos primeiros dragões em filme que me pareceu real. Um dos aspectos negativos é a fotografia que, em muitas cenas tem um tom escuro demais. Mas, segundo parece, esta foi uma das maiores queixas aquando da exibição da película nas salas, em 1981. Não é dos melhores filmes de “sword & sorcery” que já vi mas, mesmo assim, superior a muita da treta que se vê hoje em dia. Com tanta tecnologia, CGI e dinheiro disponíveis hoje em dia, como é que não se conseguem fazer filmes de fantasia melhores? Sem dúvida alguma a década de 80, além de ser prolífica neste tipo de filmes (Conan, Hawk The Slayer, Dragonslayer, The Sword And The Sorcerer, etc), foi também a melhor. Recomenda-se aos fãs do género. 70%
RDS


IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0082288/
Dragonslayer - Fanmade Video

03/09/08

Phairii Phinaat Paa Mawrana / Vengeance (2006)

Um jovem polícia chamado Wut persegue uns criminosos que escaparam da prisão, entre os quais se encontra Nasor. Sem ter conhecimento disso, estes partilham um passado. Alegadamente, o pai de Wut assassinou o pai de Nasor por causa de uma valiosa moeda que trouxeram da floresta. O Capitão Wut, juntamente com alguns dos seus subordinados, um guia e a sua filha, perseguem os criminosos no centro de uma selva que se diz estar amaldiçoada. Nenhum dos dois sabe que a moeda que Nasor roubou os liga, e que esta o factor primordial para a maldição que assola a floresta proibida de Thai-Myanmar. Ao longo da jornada estes são atacados por insectos assassinos, uma serpente gigante e outras criaturas demoníacas e vampíricas.
A realização está fantástica; alguns efeitos especiais são bons, outros são tipicamente série B (todo o filme tem este ambiente) mas agradam na mesma (para quem gosta deste material de baixo orçamento); os actores estão acima da média; a história, apesar de ser simples, é eficaz (mas queremos mais nestes tipo de filme?!); e, finalmente, a banda sonora adequa-se na perfeição ao ambiente do filme. É pena a fotografia não estar melhor pois, na maior parte do filme, está tudo muito escuro e nãos e notam certos pormenores, factor importante neste tipo de filmes de fantasia e/ou terror. O filme demora um bom bocado a desenvolver mas, assim que se chega aos 25 minutos finais, a acção, suspense, terror e fantasia não param durante um segundo. Gostei da revelação final, da qual não estava mesmo à espera! Gostei. Não é uma obra-prima mas é puro entretenimento que irá agradar a fãs de acção, terror, suspense e, até, ficção-científica. Muito melhor que algumas das atrocidades que têm saído dos USA nos últimos anos. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0780116/

Akira Kurosawa’s Dreams (1990)

Este não é propriamente um filme com início, meio e fim, mas sim uma antologia de 8 histórias. Estas histórias são baseadas em sonhos do conceituado realizador Akira Kurosawa e, por essa mesma razão, fragmentadas e incompletas, tal como todos os sonhos do comum mortal. Junto com as breves descrições das curtas-metragens irei referenciar alguns aspectos da cultura, folclore e mitologia Japonesas de modo a se compreender melhor cada uma das peças de “Dreams”. Para não arruinar a visualização desta obra de arte a alguém, caso ainda não a tenha visto, não irei fazer uma narrativa e análise extensa de cada um deles, deixando isso para cada um de vós o fazer. Este é um filme que se tem de ver com alguma paciência, espírito crítico e abertura de mente pois as coisas aqui nem sempre são de fácil assimilação e/ou interpretação.

Umas das maiores dificuldades em ver um filme deste género, ou qualquer outro filme de uma cultura completamente diferente da nossa, são a informação cultural e folclórica contida no mesmo. Pormenores que são muito importantes podem passar-nos ao lado. E quando se fala em cinema japonês, essa vertente é acentuada. O Japão já foi apelidado de “Império dos sinais” devido à riqueza da comunicação não verbal, postura física, símbolos, objectos, palavras ou frases encaixadas num determinado contexto, e até o silêncio.

“Sunshine Through The Rain”: uma mãe diz ao filho para não sair de casa num dia de chuva porque, nesse tipo de clima, as raposas celebram os seus casamentos. Estas não gostam que as suas celebrações sejam observadas por estranhos e, se isso acontecer, estes podem ser alvos de um castigo fatal. A estrita educação Japonesa fica retratada neste conto.
Informação: No folclore Japonês há uma espécie de homens raposa que se apelidam de “kitsune”.

“The Peach Orchard”: o mesmo miúdo do conto anterior encontra os espíritos dos pessegueiros que foram cortados pelos homens. Este mostra arrependimento e as árvores decidem florescer mais uma vez para seu deleite. A preocupação de Kurosawa pela natureza e o meio ambiente. Esta encontra-se patente noutros contos desta antologia.
Informação: No Japão, a 3 de Março, há um festival de bonecas chamado “Hinamatsuri” no qual as bonecas são expostas em vários níveis, sendo a boneca Imperatriz colocada no mais alto nível e daí em diante.

“The Blizzard”: um grupo de montanhistas tenta escapar a uma tempestade e, consequentemente, à morte. O líder encoraja-os a continuar e não desistir. Estes acabam por ser salvos por um espírito. Este conto é dos que mais parece demorar a desenvolver, mas isso faz parte do próprio ambiente da situação, a vã tentativa de continuar a lutar contra a tempestade e o sentimento de desespero de quem vê a morte à sua frente. Este sentimento de vaguear e não se conseguir chegar a lado algum é uma característica de muitos sonhos.
Informação: No folclore nipónico existe o Yuki-onna, o qual é um espírito de alguém que morreu no frio ou na neve. O Yuki-onna revela-se a viajantes que se encontram encurralados em tempestades de neve e usa o seu gélido bafo para os deixar congelados. Estes aparecem frequentemente como belas mulheres de cabelos longos.
A tragédia da 5ª Infantaria do Exército Japonês é sobejamente conhecida pelos Japoneses. Durante uma manobra de treino nas montanhas Hakkoda, no Inverno de 1902, cerca de 200 recrutas morreram quando uma tempestade se abateu sobre eles. Apenas alguns sobreviveram.

“The Tunnel”: um capitão encontra os espíritos dos seus subordinados mortos em combate. Estes pensam que ainda estão vivos. Este é talvez o mais intenso de todos os sonhos e o meu favorito.
Informação: No folclore Japonês, quando alguém morre, um “reikon” (ou alma) deixa o corpo e vai para o mundo dos espíritos. Contudo, quando alguém morre em circunstâncias mais agressivas ou influenciada por emoções fortes, o “reikon” transforma-se num “yurei” e volta para o mundo físico.

“Crows”: um estudante de arte entra num quadro de Vincent Van Gogh (interpretado por Martin Scorsese) e encontra-se com o famoso pintor. Juntos percorrem cenários de alguns dos seus quadros.

“Mount Fuji In Red”:
um acidente numa central nuclear casa o pânico na população que acaba por se suicidar no mar. Mais uma vez a preocupação pela Natureza e, em particular, da ameaça nuclear que sempre pairou sobre o país. Outro dos meus favoritos.

“The Weeping Demon”: aqui retrata-se um mundo apocalíptico pós-catástrofe nuclear. Mutações humanas, animais e vegetais povoam a Terra. Não sobra nada do mundo que se conhecia, não há luz, não há quase sinais de vida e, por falta de comida, os mutantes tornam-se canibais, alimentando-se dos mais velhos e fracos. O mesmo homem do sonho anterior encontra aqui um desses mutantes e ambos têm uma conversa filosófica sobre o assunto. Na sequência do sonho anterior.

“Village Of The Watermills”: Um viajante chega a uma vila onde não há comodidades do mundo moderno, não há electricidade, não há carros, os vilãos são unos com a Natureza. Mais uma conversa de teor filosófico entre o viajante e um senhor idoso que se encontra à beira do rio. Outro dos meus favoritos. A mensagem de conservação da Natureza é mais notória neste segmento. É o finalizar de 2 horas de “sonhar acordado”. O encerrar com “chave de ouro” de “Dreams”.

Como disse anteriormente, esta não é uma película de fácil digestão e o espectador tem de se encontrar no estado de espírito certo. Além disso, não sendo obrigatório diga-se já, ter conhecimento de algumas lendas, mitologia, cultura e história do Japão pode ajudar imenso à compreensão de certas ideias. Qualquer pessoa pode apreciar o filme mas, essas informações e conhecimento geral podem ajudar a uma análise mais cuidada e, consequentemente, absorver tudo na sua plenitude e apreciar melhor esta obra de arte. Recomenda-se vivamente! 95%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0100998/
Akira Kurosawa's Deams - Fanmade Trailer

01/09/08

Ultraman: The Next (2004)

Em comemoração dos 40 anos deste herói japonês, Ultraman, eis que surge um novo filme e uma nova aventura. Esta faz parte do Ultra N Project que inclui também Ultraman Noa (live stage), Ultraman Nexus (série de TV) e um novo “manga”. O piloto de caças Maki (Tetsuya Bessho) é dado como morto após uma colisão com um misterioso meteorito. Mais tarde este é encontrado vivo mas, não é mesmo Mike de antes do acidente. Ao mesmo tempo um misterioso monstro assola Tóquio e destrói tudo o que se encontra no seu caminho. Esse poderoso monstro, que foi apelidado de “The One”, absorve o poder dos diversos animais que encontra no caminho para obter mais poder. A batalha entre os dois é inevitável. Uma história simples mas eficaz (e queremos mais neste tipo de filmes?); excelentes efeitos especiais; muita acção e fantasia; uma óptima realização (Kazuya Konaka); um bom elenco e uma bombástica banda sonora (algures entre o típico “score” para os filmes de monstros Japoneses, vulgo “kaiju”, filmes de acção toscos dos 80s e algum Hard Rock), é o que encontramos neste “Ultraman: The Next”. Vale a pena para os fãs de Ultraman e não só. Não é uma obra-prima, longe disso, mas é puro entretenimento do início ao fim! 80%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0471414/

22/08/08

The Sword And The Sorcerer (1982)

Cromwell de Aragon (Richard Lynch) ressuscita o maléfico feiticeiro Xusia (Richard Moll) e usa a sua magia negra para conquistar o trono do Reino de Ehdan, pertencente ao Rei Richard (Christopher Cary). Cromwell assassina toda a família real mas o Príncipe Talon (Lee Horsley) consegue escapar. Para sobreviver, este esconde-se e, com o passar dos anos, acaba por se tornar um grande guerreiro, com um grupo de homens ao seu serviço. Este é contratado pela Princesa Alana (Kathleen Beller) para salvar o seu irmão, o Príncipe Mikah (Simon MacCorkindale), legítimo sucessor ao trono, das garras de Titus Cromwell. Este filme de “sword and sorcery” escrito e realizado por Albert Pyun vem carregado de acção, fantasia, algum Gore, algum humor e aquele ambiente típico de série B. Heróis, guerreiros, espadas, feitiçaria, tudo faz parte e satisfaz em pleno os amantes do género. Os actores principais estão ao seu mais alto nível (em especial Horsley e Lynch); o trabalho de fotografia é fabuloso; a banda sonora de David Whitaker adequa-se na perfeição; a espada de 3 lâminas (que disparam) de Talis é um “must”; apesar de algumas deixas serem simples e derivativas, a história tem alguma complexidade para nos manter atentos. Mas, infelizmente, não há só aspectos positivos. A história tem uma falha enorme ou, então, fui eu que não percebi esse ponto (assim como toda a gente que já viu o filme). Sem querer estar a arruinar o vosso visionamento, se Talion é o filho do Rei e o trono é seu por direito, o que é que aconteceu no final? É algo confuso. Vejam o filme e depois digam qualquer coisa. Apesar deste pormenor, no final de contas, o saldo e positivo. Um excelente filme série B de “sword and sorcery” ao mais alto nível, capaz de agradar a apreciadores de Conan, Kull, etc. 80%
RDS


IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0084749/


15/08/08

Kull The Conqueror (1997)

Este filme é baseado na personagem e nas histórias de Robert E. Howard (criador de Conan na década de 30; colaborador da Weird Tales; amigo de H.P. Lovecraft; cometeu suicido em 1936 com apenas 30 anos de idade).
Um bárbaro chamado Kull (Kevin Sorbo) torna-se rei pelas próprias mãos do anterior monarca, o qual acabou de matar. Mas os herdeiros do rei não se conformam e tentam assassinar Kull e recuperar o trono. Para isso ressuscitam uma velha rainha feiticeira chamada Akivasha (Tia Carrere). Estes conseguem retirar Kull do caminho mas o guerreiro, com a ajuda da profeta Zareta (Karina Lombard) e do seu irmão, o sacerdote Ascalante (Litefoot), parte à procura do gélido bafo de Volka, a única coisa capaz de deter a feiticeira e os seus maléficos planos de reinar sobre um manto de escuridão.
Sorbo está no seu melhor (ou pior, dirão as más línguas) pois este tipo de personagem é a sua imagem de marca (para quem não sabe ainda, “shame on you”, este é Hércules em “Hercules, The Legendary Journeys”); Tia Carrere não é certamente uma das melhores actrizes de sempre, longe disso, mas cumpre o seu papel como a maligna Akivasha e até dá um certo ar de série B ao filme; Thomas Ian Griffith está bem no papel do General Taligaro, assim como Litefoot representa bem o sacerdote Ascalante. O único senão é Karina Lombard. Já vi representações piores, isso é certo, mas Lombard arruína por completo o filme. E o pior nem é a representação mas sim a sua voz grave que chega a ser insuportável. Outra actriz como Zareta e a película teria ficado muito melhor.
Muita acção, fantasia, um trabalho de fotografia sensacional, uma banda sonora soberba e, “a cereja no topo do bolo”, aquele “feeling” de filme de série B sempre adequado a películas de “sword & sorcery”.
Outro ponto positivo do filme é a banda sonora da responsabilidade de Joel Goldsmith. A fusão de composições orquestrais sinfónicas com Heavy Metal adequa-se na perfeição à história e a todo o cenário épico desta obra de “sword & sorcery”. Esta é daquelas bandas sonoras que se aguenta por si só sem ser necessária a visualização do filme. Recomendo tanto o filme como a banda sonora. 80%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0119484/

Cheonnyeon Ho / Legend Of The Evil Lake (2003)

Há mil anos atrás o espírito de um maligno feiticeiro foi aprisionado no lago pelo primeiro imperador do Império Chilla. Este é libertado e apodera-se do corpo da bela Já Woon-bi (Hyo-jin Kim), esposa do General Biharang (Jun-ho Jeong), com o único propósito de se vingar, eliminado a dinastia que assassinou a sua gente, e o aprisionou no lago durante um milénio. O General Biharang encontra-se num dilema emocional pois tem de destruir o espírito mas, ao fazê-lo, irá matar a sua amada esposa. É esta a simples premissa deste filme. Como habitual nos filmes Sul-Coreanos do género, temos direito a uma fabulosa fusão de fantasia, romance, drama, acção e, neste filme em particular, até algum terror. Muito movimento, performances acima da média, efeitos especiais fantásticos, um trabalho de fotografia sensacional e muita emoção. Por muitos filmes que se vejam com as mesmas fórmulas repetidas até à exaustão, é difícil ficarmos impávidos e serenos a toda a tensão e emoção que se cria desde o início até ao fim (neste em especial, um momento melodramático extremo tipicamente Sul-Coreano). É um dos melhores filmes Sul-Coreanos de fantasia que já vi e, como já referi, foi-me difícil tirar os olhos do ecrã durante os cerca de 95 minutos. Sou um fanático da fantasia, o que fazer?! Recomendo a quem gostou de “Bichunmoo”, “The Restless”, “The Duelist” e outros similares. 85%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0377633/

27/07/08

Volkodav / Wolfhound (2007)

“Volkodav iz roda Serykh Psov” é um filme Russo datado de 2007. Este é, segundo as apresentações do mesmo, o filme mais caro de sempre na Rússia. O argumento é baseado no “best-seller” do mesmo título de Mariya Semyonova. O livro é o primeiro de uma trilogia e, segundo parece, está a ser preparada uma sequela cinematográfica para este “Volkodav”.
“Volkadov”, como se chama a si mesmo, é o único sobrevivente de um ataque à sua vila natal. Os atacantes enviam-no para trabalhar nas minas mas, depois de muitos anos de escravidão, este consegue a sua liberdade. O seu único propósito na vida é vingar a sua família e os habitantes da vila Serie Psi (Grey Dogs, Cães Cinzentos). Durante a sua viagem reúne-se a outras personagens, entre as quais um sábio cego, uma jovem rapariga e uma princesa, entre outros.
Na cidade de Galirad, este acaba por tornar-se o guarda pessoal de Elena, a filha de um governante que espera salvar sua cidade, concedendo a mão da jovem a um guerreiro da terra vizinha. Estes iniciam uma perigosa expedição em busca do futuro marido de Elena, assim como do arqui-inimigo de Volkodav.
Fantasia épica com muita aventura é o que nos é oferecido em cerca de 136 minutos. Confesso que no início do filme estava a sentir que tinha sido “enganado” e que iria perder 2 preciosas horas do meu tempo. A imagem não é das melhores; o som também não é perfeito; e as actuações pareciam-me algo teatrais e exageradas. Mas ainda bem que eu nunca desisto e fico sempre até ao fim. A meio do filme já estava “ agarrado” e, acreditem os fãs de fantasia / épicos / aventuras, que os 15-20 minutos finais valem o filme. Um verdadeiro festim visual. Tem muitas falhas (argumento, personagens sub-exploradas, pouca acção, etc), isso é certo, mas é sempre difícil adaptar um livro ao cinema e, em especial, um livro deste tipo. Há muita coisa que não se pode encaixar em apenas 2 horas. Um dos aspectos positivos do filme é a excelente banda sonora de Aleksei Ribnikov (que aliás me está a servir de acompanhamento para escrever estas linhas) que ajuda muito ao clima épico do filme.
Não é uma obra-prima. Não é dos melhores filmes Russos de sempre (não nos podemos esquecer das centenas de filmes de fantasia / aventura que lá foram feitos no século XX). Mas, mesmo assim, acima da média e vale a pena se gostam do género. Para fãs de “Lord Of The Rings”, “Conan”, “Beowulf”, “Pathfinder”, ou os “clássicos” de aventura bem “kitsch” dos 80s. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0416316/

29/05/08

Bichunmoo (2000)

Estamos na Coreia do século XIV, Dinastia Chinesa Yuan. O país está sob o governo dos Mongóis. Um casal de apaixonados, Jinha (Shin Hyun-june) e Sullie (Kim Hee-sun), filha ilegítima de um Comandante Mongol, são apanhados no meio. Com o objectivo de formar uma aliança, o pai de Sullie, Taruga (Hak-cheol Kim), planeia casá-la com um poderoso senhor da guerra Chinês. Entretanto Jinha, cuja família foi assassinada por Taruga, fica a par do verdadeiro responsável pela sua tragédia. Movido pelo ódio e, este inicia a aprendizagem da secreta arte marcial do Bichun, um legado de família. A busca do pergaminho sagrado por parte de Jinha é, por diversas vezes, impedida por outros na procura do mesmo segredo. Num destes confrontos, Jinha é salvo por Junkwang, um rico e poderoso filho de um Lorde Han. Mas por um acaso do destino, esse é o homem com quem Sullie terá de casar. Quando Junkwang sabe do amor entre os dois jovens, planeia o assassinato de Jinha.
A história deste filme Sul-Coreano, baseado numa banda desenhada, segue uma linha muito similar à do clássico de Shakespeare, “Romeu e Julieta”. Dois jovens que se amam e não conseguem estar juntos por razões externas à sua vontade, não sendo neste caso devido a famílias rivais, mas por razões políticas que envolvem as proveniências dos amantes. Mas é claro que estamos a falar de uma versão “swordplay fantasy” feita na Coreia Do Sul. O que quer isso dizer? Tem muita acção, aventura, artes marciais, fantasia, romance e o típico melodramatismo exacerbado dos filmes Sul-Coreanos. A fotografia, como habitual neste tipo de filmes, é soberba. Belas paisagens com tons de cor pastel criam um festim visual e fazem fundo para todo o movimento e coreografias de artes marciais. A fantástica banda sonora, também para não variar, ajuda muito ao clima. A história é simples, derivativa e tem algumas falhas, que passam quase despercebidas, mas cumpre o seu objectivo principal que é entreter a audiência. Os actores, na sua grande maioria, cumprem também o seu papel na perfeição. Não esperem uma obra-prima pois “Bichunmoo” fica apenas um pouco acima da média. Não é dos melhores do género, mas tem todos os ingredientes para satisfazer quem gosta do estilo. Para fãs de filmes asiáticos de fantasia e artes marciais plenos de movimento e com um aspecto visual riquíssimo. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0278351/

10/05/08

Golok Setan / The Devil’s Sword (1984)

A Rainha Crocodilo (Gudhi Sintara) rapta homens nas vilas mais próximas para satisfazer as suas perversões ninfomaníacas. Esta vive numa caverna debaixo de água, rodeada pelos seus guerreiros e escravos. Um dos seus maiores guerreiros é Banyu Jaga (Lo Lieh), o qual viaja em cima de uma rocha voadora. A Rainha rapta um desses vilãos, Sanjaya, e a sua noiva (Enny Christina) parte para o resgate com a ajuda do herói Mandala (Barry Prima), cujo visual é uma mescla de Conan e Rambo. Paralelamente, temos a procura da espada do diabo, uma poderosa espada forjada a partir de um meteorito, a qual está escondida numa caverna na Montanha do Diabo. Diz-se que quem a possuir governará o mundo. Mandala, Banyu e outros 4 peculiares personagens (entre eles uma bruxa cuja cabeça se separa do corpo e voa, coisa algo familiar não?) anseiam por possuir a dita espada. “Golok Setan” (The Devil’s Sword) é um filme Indonésio de fantasia, artes marciais e aventura. Trata-se de uma produção dos estúdios Rapi Films, responsáveis por títulos como “The Warrior and The Ninja”, “Virgins from Hell”, “Hell Raiders” ou a série de filmes “The Warrior”.
“The Devil’s Sword” é kitsch ao máximo, tem efeitos especiais do mais absurdo (cortesia do senhor El Badrum, responsável pelos efeitos em “Mystics In Bali”), guarda-roupa a condizer com o estilo de aventura fantástica, péssimas coreografias nas lutas (alguns dos figurantes parecem estar a dançar desarticuladamente e chega até a ser patético), actuações muito teatralizadas, alguma violência, algum Gore e uma banda sonora de sintetizador bem pindérica tipicamente 80s. A isto alia-se ainda o carácter exótico que tem sempre um filme destes para um Ocidental. Algo que se pode destacar pela positiva é a fotografia com cores fortes e apelativas aos sentidos. São assim os filmes de fantasia, aventura e acção da Indonésia da década de 80. E isto tudo significa que o filme é péssimo? Claro que não. Muito pelo contrário. É assim que nós, apreciadores de trashy / série B / baixo orçamento / etc. gostamos deste tipo de filmes. E a Indonésia foi prolífica nestas pérolas durante a década de 80. Alguns pontos negativos, a meu ver, são o facto do filme ter um desenvolvimento algo lento e que algumas das partes de luta são demasiados longas, o que se torna algo monótono. A isso alia-se ainda o facto de eu ter visto uma execrável versão dobrada em inglês (a maioria dos filmes Indonésios da época estão apenas disponíveis nessas versões).
No geral, um “must see” para os fãs de fantasia, série B, trashy, gore, baixo orçamento, filmes Indonésios dos 80s, cult, kitsch, etc. Todos os outros, afastem-se imediatamente porque não vão estar devidamente preparados para esta quasi-“obra prima”. 75%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0087142/

25/04/08

Siyama: Village Of Warriors (2008)

Três jovens Tailandeses (Ana, Gift e Boat) são misteriosamente transportados, através de um portal, para uma época passada. Trava-se uma guerra civil no antigo Sião (actual Tailândia) e as pessoas de uma pequena vila, Siyama, tentam defendê-la do jugo do infame Ong Mien e seus guerreiros. Para chegar à capital, Ayuthaya, e a conquistar, Ong Mien tem de passar obrigatoriamente por Siyama. Mas os habitantes não o vão permitir. E os três “visitantes” estão lá para os ajudar.
“Siyama” não pretende ser um épico ou uma obra-prima. É apenas um filme que tem como intuito divertir o espectador. Missão cumprida. Eu não mudaria muito, apenas talvez o actor que interpreta Boat (Bawriboon Chanreuang) que chega a ser, por momentos, realmente patético. Mas como a história se centra muito mais numa das raparigas do trio, Ana (Thitima Maliwan), assim como num jovem de Siyama, Pray (Than Thanakorn), a personagem de Boat nem chega a incomodar realmente. Todo o resto do elenco está fabuloso; a acção flúi a um ritmo aceitável, sem chegar a ter momentos mortos; a fotografia é fabulosa e a realização de Preecha Songsakul é irrepreensível. A química entre Pray e Ana é outro dos factores que nos envolvem na história., assim como a revelação em relação ao passado de Pray que é inesperada. Como habitual no cinema asiático, há um pouco de tudo, passando por fantasia, acção, comédia e romance.
Há filmes do género muito melhores? Há, pois claro. Piores? Também os há. Muitos até. Este está muito acima da média e, apesar de algumas falhas, pouco notórias diga-se de passagem, é um fantástico filme de aventura e fantasia que vai agradar aos fãs do género. Eu gostei muito do filme e, a não ser que sejam daquelas pessoas que estão constantemente a apontar erros e falhas aos filmes, vocês também irão gostar de “Siyama”. 80%
RDS

08/04/08

The Gate (1987)

A coisa é simples. Típico filme de terror dos 80s. Dois putos amigos, Glen (Stephen Dorff) e Terry (Louis Tripp), abrem um portal para o Inferno no quintal da casa de Glen acidentalmente. Coisas estranhas começam a acontecer na casa. Pequenos demónios saem do buraco no chão. São necessários dois sacrifícios humanos para que o inferno povoe a Terra de uma vez por todas. Terry, um metalhead, descobre lá em casa um disco de uma banda de Hard ‘N’ Heavy que contém indicações sobre o assunto. Pois, tinha de ser! Os dois miúdos, com a ajuda da irmã de Glen, têm de eliminar os demónios, fechar o portal e salvar o mundo.
Como já disse, típico filme de terror dos 80s. Cresci com este tipo de filmes. Lembro-me de ter visto este há uns anos atrás, quando era um miúdo. Actualmente, para meu gozo pessoal, estou a rever este material todo. Este não podia falhar. Assustador? Nem pensar. Divertido, isso sim. Nem sei como é que alguém podia ter medo na altura. Este tipo de filmes envelheceu facilmente. Hoje em dia são vistos apenas por fãs do género, como eu. Efeitos especiais típicos da altura, música pirosa de sintetizador (fixe, he, he!), argumento simples. E as actuações neste até são acima da média. É assim que eu gosto destas cenas retro, bem “kitsch”. Na linha de “House” (1986), por exemplo. Para fãs de terror dos 80s, série B e fantasia. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0093075/

05/04/08

Gong Fu / Kung Fu Hustle (2004)

Década de 40. China. Um gangue apelidado de “gangue do machado” é liderado pelo “Irmão” Sum e controla a cidade. Uma comunidade chamada “Aldeia do Porco”, por ser tão pobre e não despertar o interesse do gangue, está a salvo. Mas não por muito tempo. Um arruaceiro chamado Sing (Stephen Chow) e o seu amigo Bone (Lam Tze Chung) aparecem na vila alegando ser membros do “Gangue do Machado” e tentam extorquir dinheiro aos habitantes. Isto atrai o verdadeiro gangue, mas alguns dos residentes são mestres de kung fu a tentar viver uma vida normal. Inicia-se logo uma disputa pelo poder. Sing tem de escolher um lado. Ou se torna um mafioso ou ajuda a “Aldeia do Porco”.
O multifacetado Stephen Chow escreveu, produziu, realizou e protagonizou esta comédia plena de acção, aventura, artes marciais, fantasia e muito, muito humor. Vi o filme na altura do seu lançamento, mas houve alguns pormenores que não me agradaram. Como actualmente estou mais “calejado” no cinema Asiático, resolvi dar uma outra oportunidade a este “Kung Fu Hustle”. E ainda bem que o fiz. Agora consegui apreciar o filme em toda a sua plenitude. Cinematografia, efeitos especiais, performance do elenco, realização, humor e todas as subtilezas que fazem desta uma obra-prima do cinema Chinês. Está tudo perfeito. É, sem dúvida, uma das melhores comédias de acção que vi nos últimos tempos (estou a contar este visionamento do filme como o primeiro, pelo motivo atrás apresentado). Hilariante! Recomendo vivamente a fãs de humor asiático, artes marciais e fantasia. 90%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0373074/

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