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29/10/08

Masters Of Horror (2005)

Já aqui falei nesta série de TV Norte-Americana, a propósito de “Imprint” do Japonês Takashi Miike. Esse episódio levou-me a ir procurar a série na sua totalidade. Neste momento estou a visualizar a primeira temporada e, para já, deparei-me com um episódio fraquito, um assim-assim e dois fantásticos. Mas vamos aos poucos e, numa primeira descrição, retrato a série em si. Mick Garris criou a série “Masters Of Horror” para o canal de TV por cabo Norte-Americano Showtime. Duas temporadas, de 13 episódios cada, foram produzidas e exibidas. Cada episódio foi realizado por um nome sonante do cinema de terror / suspense. Depois desta série, outra no mesmo formato, mas na área da ficção científica teve lugar: “Masters Of Science Fiction”. Foram apenas 6 episódios (dois deles não foram exibidos). “Fear Itself”, também na linha de terror, teve estreia no Verão de 2008. “Masters Of Italian Horror” (esta promete) está em fase de produção.
Abaixo descrevo os 4 episódios que já tive a oportunidade de ver. RDS
Website Oficial: http://www.mastersofhorror.net/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Masters_of_Horror
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0448190

EP01 - “Incident On And Off A Mountain Road” (Don Coscarelli; série “Phantasm”, “The Beatmaster”, “Bubba Ho-Tep”):Enquanto conduz de noite, numa estrada solitária, pelo meio das montanhas, Ellen distrai-se com o auto-rádio e embate num carro estacionado. Esta procura ajuda porque o seu carro não pega de novo. Infelizmente, depara-se com Moonface, um enorme homem desfigurado que colecciona corpos humanos, a puxar o corpo de uma jovem. Ellen é raptada por Moonface, mas consegue escapar e retaliar contra o monstruoso psicopata.
Esta história é-vos conhecida? Pois claro, esta narrativa apresenta quase todos os “slashers” Norte-Americanos que foram feitos desde a década de 70 até aos nossos dias. Está bem feito, mas é demasiado cliché para o seu bem. O acidente de carro na montanha / floresta, o psicopata deformado, o desespero e luta da(s) pessoa(s) raptada(s) para conseguir fugir. Passo a passo, peça a peça, Don Coscarelli reconstrói o tipico “slasher” “made-in-USA”. Apenas para os fãs “diehard” do género. 55%
Wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Incident_On_and_Off_a_Mountain_Road
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0643107/
Don Coscarelli (Wikipedia): http://en.wikipedia.org/wiki/Don_Coscarelli
Don Coscarelli (IMDB): http://www.imdb.com/name/nm0181741/




EP02 – “H. P. Lovecraft's Dreams In The Witch-House” (Stuart Gordon; “Re-Animator”, “The Beyond”):
O estudante Walter Gilman aluga um quarto numa verdadeira pocilga. Este está a escrever a sua tese de graduação sobre dimensões paralelas e outros pressupostos metafísicos. Mas o quarto onde este dorme está, supostamente, amaldiçoado. Noite após noite, este começa a ter sonhos bizarros com um rato com cara humana, uma bruxa demoníaca e uma porta para outra dimensão. A bruxa pede-lhe para este praticar um ritual ocultista e sacrificar um bebé. A vizinha do quarto ao lado, com quem Walter está a começar a ter uma boa relação, é mãe solteira e tem um filho bebé. Walter começa a definhar e a certo ponto já não sabe qual é a realidade e a fantasia.
Quando pensei que a série iria enveredar pelos mesmos caminhos do 1º episódio, eis que me surge esta obra-prima baseada numa obra do genial Lovecraft e realizada por Stuart Gordon. Bizarro, psicadélico a momentos, perturbador, genial. Uma excelente adaptação do mundo bizarro de Lovecraft e, quem já leu algumas das suas obras, irá com certeza concordar comigo. Muito bom. Fez-me continuar a ver a série. 90%
Wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/H._P._Lovecraft%27s_Dreams_in_the_Witch-House
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0643104/
Stuart Gordon (Wikipedia): http://en.wikipedia.org/wiki/Stuart_Gordon
Stuart Gordon (IMDB): http://www.imdb.com/name/nm0002340/
EP03 – “Dance Of The Dead” (Tobe Hooper; “The Texas Chainsaw Masacre”, “Poltergeist”, “The Mangler”):
Encontramo-nos nuns USA pós-apocalípticos. A população foi dizimada por um ataque nuclear terrorista. A maior parte dos seres humanos ficou desfigurada, com a carne putrefacta. A sociedade está num estado de caos permanente. Uma jovem chamada Peggy vive com a sua mãe, dona de um snack-bar. Peggy envolve-se com um jovem motociclista viciado em drogas e o seu grupo de amigos. Contra os protestos da mãe, esta vai com o grupo para o seu local de eleição, um clube nocturno chamado Dorm Room. Ali, o mestre-de-cerimónias (o grande Robert “Nightmare On Elm Street” Englund) apresenta um mórbido espectáculo em que corpos reavivados por intermédio descargas eléctricas e injecções de drogas experimentais têm espasmos a que chamam “dança da morte”. Peggy vai reconhecer uma das pessoas em palco e, consequentemente, vai ficar a conhecer um segredo nada agradável.
Não é uma história originalíssima mas está bem feita e convence. Se estivéssemos a falar de um filme de longa duração, a coisa poderia ser melhor explorada, ou então, arrastar-se-ia demais para o seu próprio bem. Para media metragem, está muito bem e cumpre o seu papel. E uma participação de Robert Englund dá sempre aquele toque de bizarria e esquisitice que agrada aos fãs de terror. A banda sonora é da responsabilidade de Billy Corgan (Smashing Pumpkins) e é o melhorzito que este senhor fez desde a dissolução dos Pumpkins. Gostei mas não penso que vá ver de novo num futuro próximo. 70%
Wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Dance_of_the_Dead_(Masters_of_Horror_episode)
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0643102/
Tobe Hooper (Wikipedia): http://en.wikipedia.org/wiki/Tobe_Hooper
Tobe Hooper (IMDB): http://www.imdb.com/name/nm0001361/


EP04 – “Jenifer” (Dario Argento; “Profondo Rosso”, “Suspiria”, “Phenomena”):Dois polícias dentro do carro patrulha, estacionado num local afastado, apreciam o seu almoço. O Detective Frank Spivey sai do carro para fumar um cigarro e vê um homem a arrastar uma jovem. Frank chega mesmo a tempo de impedir o homem de cortar a cabeça da jovem com um cutelo, alvejando o homem mortalmente. Mas antes de morrer, este ainda consegue dizer: “Jenifer”. Este tenta a ajudar a rapariga a levantar-se e repara que esta está terrivelmente desfigurada na face, não fala, e tem um certo atraso mental. Jenifer vai para um hospital psiquiátrico mas o detective tem pena dela e leva-a para casa, mesmo contra a vontade da sua esposa. Depois de Jenifer matar e comer o cão da família, a esposa de Frank sai de casa com o filho. Frank começa a ficar obcecado com a rapariga de uma forma pouco saudável. A relação torna-se física. Até que algo de mais grave acontece. Este foge com a rapariga para uma cabana nas montanhas. Mas as coisas não vão acalmar.
A maior parte das críticas que li sobre esta primeira participação do mestre Argento na série não foram muito favoráveis. Não sei porquê. Este é o melhor episódio que vi até agora. Intenso, perturbador (Jenifer é verdadeiramente perturbadora, excelente caracterização), pleno de suspense (Argento é exímio em criar ambiente pesados), muito Gore (é até demasiado Gore para o habitual de Argento, não que eu me esteja a queixar, mas não é o estilo do mestre Italiano). E a cereja no cimo do bolo é mesmo a banda sonora de Claudio Simonetti (ex-Goblin), colaborador assíduo de Argento. Fantástico. Espero encontrar mais episódios assim. 90%
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Jenifer_(Masters_of_Horror_episode)
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0643108/
Dario Argento (Wikipedia): http://en.wikipedia.org/wiki/Dario_Argento
Dario Argento (IMDB): http://www.imdb.com/name/nm0000783/

27/10/08

Death Race 2000 (1975)

Estamos no ano 2000 (em 1975 era visto como o futuro). Uma guerra em 1979 deixou os USA num estado de caos. Uma brutal corrida de automóveis, autorizada pelo próprio presidente, tem lugar todos os anos e é considerada um desporto nacional. Os concorrentes ganham pontos por atropelar os peões e, quanto mais nova ou mais velha a pessoa, mais pontos vale. A Resistência foi criada por um grupo de cidadãos para lutar contra o presidente, o actual governo dos USA e a mortal corrida. Para isso, infiltraram uma pessoa na corrida.
Sangue alaranjado, carros a derrapar na terra, explosões absurdas, alguma nudez, algum “gore” (pouco se vê, mas a nossa imaginação consegue ser bem brutal), humor negro, boa disposição e uma banda sonora “kitsch” a condizer. E com nomes como David Carradine, (um ainda jovem) Sylvester Stallone ou Martin Kove, temos filme. Um verdadeiro clássico de 70s exploitation meus amigos!
Um “remake” intitulado “Death Race 3000” foi lançado neste ano de 2008. Ainda não o vi mas estou curioso para ver como ficou, se estará mais brutal, mais ligeiro, se perdeu a magia do original… Mas para já, recomendo vivamente o original. Diversão a rodos é garantida! 80%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0072856/

03/09/08

Akira Kurosawa’s Dreams (1990)

Este não é propriamente um filme com início, meio e fim, mas sim uma antologia de 8 histórias. Estas histórias são baseadas em sonhos do conceituado realizador Akira Kurosawa e, por essa mesma razão, fragmentadas e incompletas, tal como todos os sonhos do comum mortal. Junto com as breves descrições das curtas-metragens irei referenciar alguns aspectos da cultura, folclore e mitologia Japonesas de modo a se compreender melhor cada uma das peças de “Dreams”. Para não arruinar a visualização desta obra de arte a alguém, caso ainda não a tenha visto, não irei fazer uma narrativa e análise extensa de cada um deles, deixando isso para cada um de vós o fazer. Este é um filme que se tem de ver com alguma paciência, espírito crítico e abertura de mente pois as coisas aqui nem sempre são de fácil assimilação e/ou interpretação.

Umas das maiores dificuldades em ver um filme deste género, ou qualquer outro filme de uma cultura completamente diferente da nossa, são a informação cultural e folclórica contida no mesmo. Pormenores que são muito importantes podem passar-nos ao lado. E quando se fala em cinema japonês, essa vertente é acentuada. O Japão já foi apelidado de “Império dos sinais” devido à riqueza da comunicação não verbal, postura física, símbolos, objectos, palavras ou frases encaixadas num determinado contexto, e até o silêncio.

“Sunshine Through The Rain”: uma mãe diz ao filho para não sair de casa num dia de chuva porque, nesse tipo de clima, as raposas celebram os seus casamentos. Estas não gostam que as suas celebrações sejam observadas por estranhos e, se isso acontecer, estes podem ser alvos de um castigo fatal. A estrita educação Japonesa fica retratada neste conto.
Informação: No folclore Japonês há uma espécie de homens raposa que se apelidam de “kitsune”.

“The Peach Orchard”: o mesmo miúdo do conto anterior encontra os espíritos dos pessegueiros que foram cortados pelos homens. Este mostra arrependimento e as árvores decidem florescer mais uma vez para seu deleite. A preocupação de Kurosawa pela natureza e o meio ambiente. Esta encontra-se patente noutros contos desta antologia.
Informação: No Japão, a 3 de Março, há um festival de bonecas chamado “Hinamatsuri” no qual as bonecas são expostas em vários níveis, sendo a boneca Imperatriz colocada no mais alto nível e daí em diante.

“The Blizzard”: um grupo de montanhistas tenta escapar a uma tempestade e, consequentemente, à morte. O líder encoraja-os a continuar e não desistir. Estes acabam por ser salvos por um espírito. Este conto é dos que mais parece demorar a desenvolver, mas isso faz parte do próprio ambiente da situação, a vã tentativa de continuar a lutar contra a tempestade e o sentimento de desespero de quem vê a morte à sua frente. Este sentimento de vaguear e não se conseguir chegar a lado algum é uma característica de muitos sonhos.
Informação: No folclore nipónico existe o Yuki-onna, o qual é um espírito de alguém que morreu no frio ou na neve. O Yuki-onna revela-se a viajantes que se encontram encurralados em tempestades de neve e usa o seu gélido bafo para os deixar congelados. Estes aparecem frequentemente como belas mulheres de cabelos longos.
A tragédia da 5ª Infantaria do Exército Japonês é sobejamente conhecida pelos Japoneses. Durante uma manobra de treino nas montanhas Hakkoda, no Inverno de 1902, cerca de 200 recrutas morreram quando uma tempestade se abateu sobre eles. Apenas alguns sobreviveram.

“The Tunnel”: um capitão encontra os espíritos dos seus subordinados mortos em combate. Estes pensam que ainda estão vivos. Este é talvez o mais intenso de todos os sonhos e o meu favorito.
Informação: No folclore Japonês, quando alguém morre, um “reikon” (ou alma) deixa o corpo e vai para o mundo dos espíritos. Contudo, quando alguém morre em circunstâncias mais agressivas ou influenciada por emoções fortes, o “reikon” transforma-se num “yurei” e volta para o mundo físico.

“Crows”: um estudante de arte entra num quadro de Vincent Van Gogh (interpretado por Martin Scorsese) e encontra-se com o famoso pintor. Juntos percorrem cenários de alguns dos seus quadros.

“Mount Fuji In Red”:
um acidente numa central nuclear casa o pânico na população que acaba por se suicidar no mar. Mais uma vez a preocupação pela Natureza e, em particular, da ameaça nuclear que sempre pairou sobre o país. Outro dos meus favoritos.

“The Weeping Demon”: aqui retrata-se um mundo apocalíptico pós-catástrofe nuclear. Mutações humanas, animais e vegetais povoam a Terra. Não sobra nada do mundo que se conhecia, não há luz, não há quase sinais de vida e, por falta de comida, os mutantes tornam-se canibais, alimentando-se dos mais velhos e fracos. O mesmo homem do sonho anterior encontra aqui um desses mutantes e ambos têm uma conversa filosófica sobre o assunto. Na sequência do sonho anterior.

“Village Of The Watermills”: Um viajante chega a uma vila onde não há comodidades do mundo moderno, não há electricidade, não há carros, os vilãos são unos com a Natureza. Mais uma conversa de teor filosófico entre o viajante e um senhor idoso que se encontra à beira do rio. Outro dos meus favoritos. A mensagem de conservação da Natureza é mais notória neste segmento. É o finalizar de 2 horas de “sonhar acordado”. O encerrar com “chave de ouro” de “Dreams”.

Como disse anteriormente, esta não é uma película de fácil digestão e o espectador tem de se encontrar no estado de espírito certo. Além disso, não sendo obrigatório diga-se já, ter conhecimento de algumas lendas, mitologia, cultura e história do Japão pode ajudar imenso à compreensão de certas ideias. Qualquer pessoa pode apreciar o filme mas, essas informações e conhecimento geral podem ajudar a uma análise mais cuidada e, consequentemente, absorver tudo na sua plenitude e apreciar melhor esta obra de arte. Recomenda-se vivamente! 95%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0100998/
Akira Kurosawa's Deams - Fanmade Trailer

17/05/08

Screamers (1995)

Planeta Sirius 6B. Ano de 2078. Este planeta mineiro foi devastado pela guerra. Os cientistas criaram uma arma letal com base em inteligência artificial que consiste numa lâmina giratória. Estas armas, chamadas “Screamers”, que conseguem duplicar-se a si mesmas, “vivem” debaixo de Terra e têm uma única missão que consiste em eliminar todos os inimigos que encontram. Com o passar do tempo, os próprios “Screamers” conseguiram criar outro tipo de armas mais perigosas e mais evoluídas. O Coronel Hendricksson (Peter Weller, “Robocop”), líder de um grupo de sobreviventes da Aliança, está farto da maneira como os líderes políticos estão a lidar com a situação da guerra e decide negociar a paz com os soldados do NEB (New Economics Bloc). Mas o Planeta está cheio de “Screamers”, tanto originais como dos novos modelos.
“Screamers”, datado de 1995, é um filme de ficção científica distópica baseado no conto “Second Variety” de Philip K. Dick, escritor do conto “Do Androids Dream of Electric Sheep” que serviu de base ao clássico de 1982 “Blade Runner”. O argumento para este filme foi escrito por Dan O’Bannon e Miguel Tejada-Flores.
Em primeiro lugar, estamos a falar de um filme de ficção científica, centrado numa sociedade distópica, logo os exageros são típicos e bemvindos. Em segundo lugar, o orçamento para o filme era baixíssimo. Dito isto, não esperem nada ao nível do já mencionado clássico de 1982, nem nada que se pareça a filmes com orçamentos astronómicos como “Star Wars” ou “Matrix”, para mencionar alguns mais conhecidos. Não sendo excepcional, nem a nível de história (muito simples), nem a nível de efeitos especiais (poucos, mas eficazes), não deixa de ser um bom filme, bem acima da média. A actuação de Peter Weller não é digna de louvores, mas o Coronel Hendricksson está credível. Certos “blockbusters” de Hollywood têm muito menos essência e performances bem mais sofríveis do que “Screamers”. Mas claro está, isto vindo de um fã de sci-fi e logo, suspeito ao dizer isto. Recomendo apenas a fãs “diehard” do género. Os outros afastem-se rapidamente e vão alugar os filmes premiados com Oscars. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0114367/


10/05/08

Escape From L.A. (1996)

15 anos depois do original “Escape From New York” (1981), John Carpenter volta a atacar com uma sequela. Desta feita tem a colaboração no argumento do próprio Kurt Russell e de Debra Hill. E, mais uma vez, Carpenter foi também responsável pela banda sonora (com a colaboração de Shirley Walker). Além de Russell, temos em EFLA um fantástico rol de actores e actrizes, a saber, Stacy Keach (como o Comandante Malloy), Steve Buscemi, Pam Grier, Michelle Forbes, Valeria Golino, A.J. Langer, Cliff Robertson, entre outros.
Estamos em 2013. Existe uma nova ordem nos USA. O país tem como Presidente (Cliff Robertson) um moralista que proibiu coisas como sexo extra marital, álcool, tabaco, carne vermelha, o culto de outras religiões, etc (a ficção não é lá muito diferente da realidade, pois não?). Depois de um terramoto, Los Angeles, uma cidade extremamente imoral aos olhos do novo Presidente, fica separada do resto do continente e deixa de ser considerada território Norte-Americano. Esta passa a ser uma ilha destinada a deportar não só os criminosos, mas também os indivíduos que por irem contra a “nova ordem” perdem a sua cidadania. Tal como no filme original, Snake Plissken (Russell) volta a ser “convidado” a entrar em Los Angeles para levar a cabo uma missão suicida. Aqui é também injectado com um vírus mortal, ficando apenas com 9 horas para completar a sua missão e, só depois disso, lhe será administrado o antídoto. Desta feita, ele tem de recuperar um aparelho que pode desligar qualquer sistema na face da Terra e deixar um país, ou até mesmo o mundo inteiro, sem qualquer tecnologia moderna. Deixá-lo na idade da pedra, por assim dizer. Este aparelho foi roubado do Presidente pela sua própria filha Utopia (A.J. Langer) que foge com o seu novo namorado Cuervo Jones (George Corraface), um guerrilheiro de origem latina com fortes semelhanças físicas a Che Guevara. Plissken tem de recuperar o aparelho em tempo recorde e matar Utopia a mando do seu próprio pai. Durante o filme vemos Russell a fazer surf bem no meio de Los Angeles, assim como a sobrevoar a cidade em asa delta, perseguir a comitiva de Cuervo de mota, etc. Muita acção e movimento, isso é garantido! E para o ajudar a criar confusão este tem a ajuda de “Map To The Stars” Eddie (Steve Buscemi), Hershe Las Palmas (Pam Grier), Taslima (Valeria Golino) entre outros. Desde o argumento (cópia descarada do filme original), aos efeitos especiais quase série B, até à prestação exagerada de Russell, tudo é muito kitsch, cliché e caricaturado, mas é tudo propositado. Carpenter e Russell conseguem em “Escape From L.A.” uma bela sátira, tanto ao clássico de 1981, como à grande maioria dos estilizados filmes Norte-Americanos de acção, policiais, ficção científica, sequelas sem imaginação, etc, recorrendo a um sem número de clichés dos mesmos. Não é tão bom como o original, lá isso é verdade, mas é um excelente filme direccionado para quem é fã desse clássico de 1981, ficção científica, distopias, acção, policiais e até westerns. E, como alguém disse no IMDB, este tem um dos melhores finais de sempre. É ver para constatar. 70%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0116225/

11/04/08

Soldier (1998)

Bebés do sexo masculino são seleccionados à nascença para fazerem parte de uma elite de soldados duros, frios, sem emoções, autênticas máquinas de guerra. Para o efeito, desde a nascença e até à idade adulta que são alvos de lavagens cerebrais e um treino físico extremo. Meados do século XXI. Um dos jovens que vimos durante os primeiros minutos de filme, Todd (Kurt Russell), é já um adulto. É um dos melhores soldados da sua unidade. No entanto, uma nova elite geneticamente alterada toma o lugar dos veteranos. Todd tem de lutar com um desses novos soldados, Caine 607 (Jason Scott Lee) para provar que ainda é um soldado com potencial. No entanto este é vencido e, no final da luta, pensam que está morto. O seu corpo é largado, junto com lixo tecnológico, num planeta desabitado. Mas este planeta não está desabitado e Todd encontra uma colónia de refugiados. Aqui ele é confrontado com outra realidade que não a dele, tendo de conviver com civis e, principalmente, mulheres e crianças. A sua humanidade começa a despertar. A nova raça de soldados faz uma missão de treino no dito planeta e tem ordens para eliminar toda e qualquer forma de vida, se esta existir, mesmo que seja inofensiva. Todd tem de lutar ao lado da sua nova comunidade.
“Soldier” foi escrito por David Webb Peoples, que também escreveu os argumentos para “Blade Runner” (1982) ou “Leviathan” (1989), e realizado por Paul W.S. Anderson. Além dos atrás acima referidos temos também a participação de Jason Isaacs, Connie Nielsen, Gary Busey, James Black, Michael Chiklis ou Sean Pertwee, entre outros. Um elenco de luxo, portanto.
Muita gente teima em comparar “Soldier” a “Blade Runner”, talvez pelo facto de David Peoples ter escrito ambos argumentos. Isto leva, invariavelmente, a uma certa desilusão. Não se podem comparar os dois filmes. São distintos. Além disso, “Blade Runner” é uma obra-prima, um clássico, o que torna as comparações demasiado injustas para “Soldier”. Este é um fantástico filme de ficção-científica que, apesar de algumas cenas demasiado dramatizadas ao estilo Hollywood e direccionadas para o público geral, consegue os seus intentos. Kurt Russell, mais uma vez, está irrepreensível, e consegue transmitir a personalidade fria e dura do soldado Todd, assim como a sua posterior transformação, quase sem falar. Jason Isaacs, outra mais valia no filme, está fabuloso no papel do famigerado Mekum. Como é evidente, estes dois veteranos sobressaem, mas o resto elenco, acima mencionado, também cumpra bem o seu papel. Gostei da realização, da fotografia, dos efeitos especiais, da banda sonora. Está tudo fantástico. Não é uma obra-prima, mas é um excelente filme de ficção-científica com muita acção. É simples e directo, algo que pode não se adequar ao universo da ficção-científica, habitualmente mais exagerado, mas é eficaz. Os fãs do género vão gostar e, por não ser tão exagerado como já referi, também os fãs de filmes de acção. 75%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0120157/

13/03/08

Escape From New York (1981) - Trailer

Escape From New York (1981)

“Escape From New York”, de John Carpenter, é um filme simples, com uma história simples, poucos efeitos especiais (o baixo orçamento a isso o obrigou), sem qualquer tipo de mensagem social ou política subentendida. É um filme de ficção científica / acção cuja história se desenrola num cenário semi-apocalíptico. Tal como muitos outros filmes com uma temática similar. E mesmo assim consegue ser um filme fantástico, que com o passar dos anos ainda se vê com grande gozo, e que se tornou num dos grandes filmes de culto de John Carpenter. E eu sou um dos que o vê como tal.
A cidade de Nova Iorque foi transformada numa grande prisão, rodeada por altos muros que são policiados dia e noite. Mas lá dentro não há qualquer tipo de autoridade. Os criminais são lá “despejados” e abandonados à sua sorte. A cidade-prisão, onde reina o Duque de Nova Iorque (Isaac Hayes), tem as suas próprias leis (ou falta delas).
Um helicóptero que transporta o presidente dos Estados Unidos tem um acidente e cai na referida cidade-prisão. O presidente deve ser resgatado antes que seja capturado pelos criminais que povoam a cidade-prisão. O comissário Bob Hauk (Lee Van Cleef) recruta Snake Plissen (Kurt Russell), por meio de chantagem, para efectuar uma missão de salvamento secreta. Snake é um ex-militar que lutou pela sua pátria, que não teve o apoio da mesma quando dele necessitou (estamos a falar dos Estados Unidos pós Vietname) e que, eventualmente acabou por se tornar num criminoso, actualmente a cumprir pena. E é neste simples pressuposto que se baseia a acção do filme.
Ficção científica, muita acção, algum humor são os ingredientes que fazem este clássico de culto. A realização de Carpenter é soberba; a fotografia é fantástica (típico cenário apocalíptico finais 70s / inícios 80s); e as performances dos actores são perfeitas, principalmente Kurt Russell que está ao mais alto nível com a sua intocável interpretação do típico anti-herói Snake. Além dos nomes já enunciados, podemos ainda realçar Harry Dean Stanton como Harold “Brain” Helman, Ernest Borgnine como o taxista “Cabbie” e Adrienne Barbeau como Maggie.
Para todos os fãs de John Carpenter, ficção-científica, acção em geral e dos filmes com o típico ar “kitsch” dos 80s. De salientar que este “Escape From N.Y.” teve uma sequela em 1996 intitulada “Escape From L.A.” (Carpenter já com um nome forte em Hollywood e um orçamento mais alto para trabalhar) que nos traz de novo Snake Plissen, desta feita em Los Angeles. Mas comentários a este ficam para uma próxima ocasião. 80%
RDS

IMDB:
http://www.imdb.com/title/tt0082340/

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