Quatro amigos vão acampar e,
aquilo que à partida seria uma viagem de diversão, sexo e drogas, acaba por se
tornar em algo bem diferente. Após tomar LSD, Nancy (sim, eu sei, é nome de
mulher, mas trata-se de um rapaz), começa a caçar os outros três, pois a droga leva-o
a acreditar que consegue ver a verdadeira “persona” dos amigos. Uma misteriosa
e sinistra corporação começa a centrar a sua atenção no rapaz e na sua recente habilidade.
O filme começa mal, de forma
lenta, levando a crer que se trata de mais um “slasher” inconsequente, com um grupo
de amigos a serem chacinados um a um por um psicopata. Felizmente, a meio
começam a surgir reviravoltas, novas ideias a explorar, e um ambiente mais bizarro
e surreal. No entanto, são tantas as ideias que querem meter ao barulho que
acabam por não ser bem exploradas e executadas. A fusão de estilos é bem-vinda
(as influências chovem de todo o lado, desde “Evil Dead” de Sam Raimi, a Cronenberg,
passando até por Tarantino), se for bem-feita, mas em “Dropping Evil” nota-se o
amadorismo do argumentista Louis Doerge. E não ajuda nada neste tipo de filmes
o facto de o elenco ser, invariavelmente, constituído por amadores que não
conseguem transmitir o que de bom o argumento tem, ou possa ter. Quanto ao realizador,
Adam Protextor, ainda tem um bom caminho a percorrer, pois a maior parte dos
seus planos são mal enquadrados e o seu trabalho é abaixo da média, mas apesar
disso, tem os seus pontos altos, e este até consegue experimentar um pouco e
ser bem-sucedido. O facto de algumas cenas serem em branco e preto pode
parecer, à primeira, uma opção avant-garde, mas são tão aleatórias que acabam
por perder o significado. Os efeitos especiais são medianos, o que é natural,
tendo em conta o baixo orçamento deste tipo de filmes, mas algumas cenas são “agradáveis”
de se ver.
No final, muitas perguntas ficam
por responder mas, felizmente, temos direito a 3 sequelas de cerca de 20 minutos
cada, onde são melhor exploradas algumas das personagens e se dão respostas
mais ou menos satisfatórias ao enredo criado no filme principal. Temos até
direito a uma participação especial de Fred Williamson.
Longe de ser uma obra-prima,
longe de ser algo de novo ou revolucionário, “Dropping Evil” consegue ter os
seus pontos de interesse. Os fãs de cinema indie, terror ou bizarro, podem
experimentar. Os que procuram algo mais, digamos, certinho conforme as linhas
traçadas por Hollywood, fiquem bem longe.
Quanto à edição em DVD pela Wild Eye, esta é região 0, em NTSC,
e inclui como extras, além das já referidas sequelas em curta-metragem, outras
curtas, trailers diversos, clipes musicais e cenas não usadas no filme.
RDS
Sem comentários:
Enviar um comentário